sábado, 26 de março de 2016

Moro solta 9 da Operação Xepa




Nove investigados na Operação Xepa foram soltos por Moro
FELIPE RAU/ESTADÃO Xepa: Nove investigados na Operação Xepa foram soltos por Moro © Fornecido por Estadão Nove investigados na Operação Xepa foram soltos por Moro O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar neste sábado, 26, nove investigados na Operação Xepa, que apura suspeitas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro envolvendo a Odebrecht. Eles haviam sido presos na terça-feira, 22, na 26ª etapa da Lava Jato em caráter temporário.
O prazo da prisão temporária dos alvos da Xepa vencia neste sábado. Moro não prorrogou a custódia dos nove investigados, mas impôs a eles a obrigação de não deixarem o País. Os investigados deverão entregar seus passaportes à Justiça Federal em três dias.A medida restritiva foi imposta, segundo a decisão do juiz, porque executivos da Odebrecht foram deslocados para o exterior "obtendo refúgio" - de acordo com a força-tarefa, a empreiteira teria mandado funcionários  para fora do Brasil com o objetivo de dificultar as investigações.
O juiz da Lava Jato deverá decidir na segunda-feira se envia ou não para o Supremo Tribunal Federal a superplanilha da Odebrecht apreendida na residência do executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior, alvo da Operação Acarajé, deflagrada em fevereiro.
Veja a íntegra da decisão:
PEDIDO DE PRISÃO PREVENTIVA Nº 5010479-08.2016.4.04.7000/PRREQUERENTE: POLÍCIA FEDERAL/PRACUSADO: MARCELO BAHIA ODEBRECHTACUSADO: MARCELO RODRIGUESACUSADO: OLIVIO RODRIGUES JUNIORACUSADO: LUIZ EDUARDO DA ROCHA SOARESACUSADO: SERGIO LUIZ NEVESACUSADO: RODRIGO COSTA MELOACUSADO: ROBERTO PRISCO PARAISO RAMOSACUSADO: PAUL ELIE ALTITACUSADO: JOAO ALBERTO LOVERAACUSADO: ISAIAS UBIRACI CHAVES SANTOSACUSADO: ANTONIO PESSOA DE SOUZA COUTOACUSADO: ANTONIO CLAUDIO ALBERNAZ CORDEIROACUSADO: ALVARO JOSE GALLIEZ NOVISACUSADO: HILBERTO MASCARENHAS ALVES DA SILVA FILHODESPACHO/DECISÃODespacho em situação de urgência.
Decretada neste feito, a pedido da autoridade policial e do MPF, a prisão temporária de:- Alvaro José Galliez Novis;- Antônio Claudio Albernaz Cordeiro;- Antônio Pessoa de Souza Couto;- Isaias Ubiraci Chaves Santos;- João Alberto Lovera;- Paul Elie Altit;- Roberto Prisco Paraíso Ramos;- Rodrigo Costa Melo; e- Sergio Luiz Neves.As prisões foram cumpridas em 22/03, vencendo o prazo hoje.
Determinei no conexo processo 5003682-16.2016.4.04.7000, vista ao MPF para se manifestar sobre eventual declinação de competência daquele feito e deste ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.
Decidirei a questão na próxima segunda-feira, mas é provável a remessa de ambos os feitos à Egrégia Suprema Corte diante da apreensão na residência do executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior de planilhas identificando pagamentos a autoridades com foro privilegiado.
É certo que, quanto a essas planilhas apreendidas na residência do executivo, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles, se ilícitos ou não, já que não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, através do qual eram realizados os pagamentos subreptícios (de propina, por exemplo, aos agentes da Petrobrás), e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos.
Assim, os pagamentos retratados nas planilhas da residência do executivo Benedicto Barbosa podem retratar doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado.
O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos.
Diante, porém, da apreensão e identificação da referida planilha, a cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.
De todo modo, vencendo nesta data as temporárias e não sendo o caso de prorrogação, expeçam-se os alváras de soltura.
Diante dos indícios de que executivos do Grupo Odebrecht foram deslocados para o exterior durante as investigações, nele obtendo refúgio, imponho como medida cautelar alternativa à prisão a proibição de que os os investigados ora soltos deixem o país. Deverão entregar seus passaportes no prazo de três dias. Oficie ainda a Secretaria comunicando a proibição à Delegacia de Fronteiras da Polícia Federal.
Ciência ao MPF, Defesas e autoridade policial.Após, voltem conclusos para decisão definitiva quanto à declinação.
Curitiba, 26 de março de 2016.
Documento eletrônico assinado por SÉRGIO FERNANDO MORO, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010.

Lava Jato: anotação cita R$ 3,4 mi para 'santo' em obra do governo Alckmin


Uma anotação apreendida na 23ª fase da Operação Lava Jato cita um pagamento de 3,4 milhões de reais a alguém apelidado "santo" por executivos da empreiteira em obra realizada em São Paulo em 2002, durante o primeiro mandato do governador Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo o jornal Folha de S.Paulo, o manuscrito foi encontrado no escritório de Benedicto Barbosa da Silva Jr., um executivo da Odebrecht, e cita "acomodações de mercado" e pagamento de 5% para o "santo".
A página de anotações tem o título Mogi-Dutra, em referência à obra de duplicação da rodovia. Abaixo, é citado o valor da obra - 68,730,00 (95% do preço DER) - e o registro dos "custos com o santo", que eram de 3,436,500 reais. No manuscrito, é possível perceber que a palavra "apóstolo" foi riscada e substituída por "santo".
A anotação ainda registra "acomodação de mercado", que, segundo o jornal, sugerem que empreiteiras formaram um cartel e dividiram os pagamentos. A Queiroz Galvão foi a construtora que venceu a licitação com o menor preço (68.678.651,60 reais), pouco menos do que o valor oferecido pelas concorrentes.
Segundo a Folha, a pequena variação entre as propostas seria um indício da formação de cartel e pagamento de propina, já que o mesmo padrão foi identificado pelo Ministério Público Federal em obras da Petrobras. O manuscrito mostra que a Odebrecht teria recebido 19% do valor do contrato, o equivalente a 11 milhões de reais. Ao jornal, a assessoria de Geraldo Alckmin e da Odebrecht não quis comentar sobre o documento apreendido.
(da redação)

Moody's diz que Brasil corre risco de uma "severa contração" econômica


© Fornecido por Notícias ao Minuto
Nesta sexta-feira (25), a agência de classificação de risco Moody's afirmou que a nota de crédito do país está sendo pressionada para baixo, diante dos altos gastos obrigatórios do governo.
"A dinâmica de crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos, aumentando a pressão sobre a política fiscal", disse o vice-presidente da Moody, Samar Maziad.
"Além disso, esperamos que as taxas de juros permaneçam elevadas em termos reais, tornando dívida menos barata", completou.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, no relatório desta sexta-feira, a agência chamou atenção para o risco de uma "severa contração" econômica do Brasil, após o governo federal ter divulgado nesta semana que quer aval do Congresso Nacional para poder fechar o ano com déficit primário de até R$ 96,65 bilhões neste ano.
No último boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a expectativa para este ano é de uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,60 por cento, após um tombo de 3,80% em 2015.

Esquema entre governo e Odebrecht existe desde mandato de Sarney



© Fornecido por Notícias ao Minuto
A 26ª fase da operação Lava Jato divulgou nesta semana que a empreiteira Odebrecht tinha um "departamento de propina" para movimentar altos valores de dinheiro em pagamentos ilícitos para agentes públicos e políticos principalmente em 2014.
No entanto, segundo reportagem do UOL, o esquema de corrupção pode ser ainda mais antigo. Os documentos apreendidos indicam que, durante o mandato presidencial de José Sarney (1985-1990), houve procedimentos semelhantes aos apontados pelos investigadores da Lava Jato. Eles envolviam 516 agentes públicos, empresários, empresas, instituições e políticos, entre eles, há ex-ministros, senadores, deputados, governadores, integrantes de partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM).
A reportagem teve acesso a quase 400 documentos internos da empreiteira, a maioria datada de 1988. Os papeis estavam em posse de uma ex-funcionária da Odebrecht e detalham remessas e propinas a diversos políticos. A publicação recorda que os documentos citam codinomes para os receptores dos pagamentos e as propinas eram calculadas a partir de percentuais dos valores de obras da empreiteira nas quais os agentes públicos estavam envolvidos.
Entre os citados estão o deputado federal Antonio Imbassahy, prefeito de Manaus Artur Virgílio, Jader Barbalho, atualmente senador, ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão, os filhos do ex-presidente José Sarney, Fernando e José Filho, Roseana Sarney, ex-presidente e atualmente senador recém-desfiliado do PTB, Fernando Collor de Mello, Aroldo Cedraz, atual presidente do TCU, e o já falecido ex-deputado federal e governador do Mato Grosso, Dante Oliveira (1952-2006).
A Odebrecht declarou "que não se manifestará sobre o tema". Os políticos citados negaram qualquer envolvimento em esquema de propinas com a construtora.
O esquema
Segundo Conceição Andrade, ex-funcionária da empresa e que trabalhou no departamento responsável pelos pagamentos , o esquema sempre existiu.
"O esquema naquela época era mais ou menos como esse divulgado essa semana, só não tão organizado assim. Esse esquema de propina, de fraudar licitações, sempre existiu na empresa. Aliás em todas as grandes, o esquema sempre foi esse", contou a ex-funcionária.
Conceição também contou que quando foi demitida os documentos vieram nas caixas que ela pegou do escritório. "Quando fui demitida e peguei os pertences pessoais, esses documentos estavam no meio da caixa, acabaram vindo junto. As pessoas recomendaram que me desfizesse, mas achei bom guardar. É preciso traçar um paralelo, mostrar que isso é antigo. Alguns desses crimes podem até estar prescritos, mas isso tudo mostra que o esquema vem de bem antes. A saída é reforma, não é demonizar o PT", explica.
Investigação
A reportagem refere que em 2015, Conceição entregou a documentação ao deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Solla apresentou tudo em dois âmbitos: na Polícia Federal e na CPI da Petrobras.
Os documentos foram entregues ao delegado Bráulio Galloni, que, por sua vez, remeteu tudo para Curitiba, sede da força-tarefa da Lava Jato. Atualmente, estão na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal.

Lava Jato: estádio de Brasília é o próximo alvo de investigação


© Fornecido por Notícias ao Minuto
O próximo estádio a ser investigado pela Operação Lava Jato, depois da arena em Itaquera, é o Nacional, de Brasília. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o estádio foi o mais caro dos 12 erguidos ou reformados para a Copa-2014. A obra custou R$ 1,403 bilhão.
A publicação refere que o consórcio responsável pela obra foi formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia. De acordo com informações preliminares de executivos ligados à construção, houve pagamentos de subornos que podem explicar o alto valor final do projeto.

PF investiga vazamento prévio nas ações contra Lula e Santana


Agência O Globo

SÃO PAULO - A força-tarefa da Operação Lava-Jato apura o vazamento de duas operações realizadas pela Polícia Federal (PF) nos dois últimos meses. Os investigadores acreditam que as informações da 23ª e 24ª fases, que tiveram como personagens principais o marqueteiro petista João Santana e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram repassadas a investigados antes da ação da polícia. Os agentes da força-tarefa já comentam que, se for identificado que os vazamento das ações saiu de dentro do grupo, não hesitarão em “cortar na própria carne”.
— Se foi alguém de dentro, terá que ter uma punição à altura, exemplar. Infelizmente, teremos que cortar na carne — afirmou ao GLOBO o delegado Igor Romário de Paula, coordenador das investigações na Polícia Federal.
As cúpulas do Ministério Público Federal (MPF) e da PF estão convencidas de que detalhes das duas operações foram repassados antecipadamente aos investigados.
— Isso pode ter atrapalhado a obtenção de provas. O que mais nos preocupa foi o vazamento da 24ª fase, que pode ter prejudicado a coleta de materiais. O prejuízo disso? Não sabemos — completou. 

BLOG REFORÇA DESCONFIANÇA

No dia 26 de fevereiro, uma semana antes da ação contra Lula, um blog ligado ao PT divulgou a quebra de sigilo bancário do petista e de seus parentes.
Dois dias depois, no domingo, em uma nova postagem, o blog mostrou uma representação de busca e apreensão em propriedades ligadas aos investigados. Após a ação contra o ex-presidente, no dia 4, diretores do Instituto Lula afirmavam que desde a primeira postagem do blog, eles já estavam preparados para a ação da PF.
— Esse caso revela um problema muito sério. Ou alguém invadiu o sistema do Judiciário, ou alguém de dentro dos três entes da investigação vazou a informação — disse de Paula.
As investigações apontam que, antes do primeiro vazamento, houve um acesso aos documentos dentro da PF feito pelo delegado Luciano Flores, responsável pelo inquérito contra o ex-presidente. Na Justiça Federal, foram identificados três acessos: do juiz Sérgio Moro, e de dois servidores. Dentro da Procuradoria da Republica foi onde se identificou o maior número de pessoas que acessaram os documentos: oito procuradores diferentes e 12 servidores.
Nos últimos 15 dias, investigadores e servidores da PF, MPF e Justiça 7 foram ouvidos. As investigações devem estar concluídas na próxima semana.
As investigações sobre a 23ª fase podem demorar mais. A PF identificou que um pedido de cooperação internacional saiu na imprensa antes da colheita das provas. Como envolve documentos com trâmites tanto no Brasil, quanto no exterior, a apuração não tem prazo de conclusão.

sexta-feira, 25 de março de 2016

'Lula no governo foi estupidez inominável', diz Ciro Gomes


Pré-candidato a presidente Ciro Gomes André Dusek|Estadão Ciro Gomes: Pré-candidato a presidente Ciro Gomes © Fornecido por Estadão Pré-candidato a presidente Ciro Gomes
BRASÍLIA - Pré-candidato à Presidência em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) disse nesta quinta-feira, 24, que a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o governo Dilma Rousseff foi uma “estupidez inominável” que acelerou o processo de impeachment no Congresso. Para ele, Lula tem hoje “zero chance” de ajudar Dilma a reaglutinar a base aliada. Para Ciro, “só um milagre nos salvará” do impeachment. Ele avalia que PMDB e PSDB se articulam para “assaltar” o governo e, com isso, tentar a “morte” da Operação Lava Jato, que apura atos de corrupção na Petrobrás.

Como o sr. avalia a ida de Lula para o governo?

Trazer o Lula para dentro do governo foi uma estupidez inominável que acelerou e passionalizou muito a construção de um consenso que não existia, e ainda não existe, mas que deu muitos passos à direção da ruptura democrática brasileira através desse expediente golpista, porém, protocolar, que é o processo de impeachment.

Lula ainda tem poder de ajudar Dilma a reaglutinar a base? 

Zero chance. O grande responsável por essa situação chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, o que não quer dizer que ele não tenha direito à presunção de inocência. Colocar esse lado quadrilha da política na linha de sucessão é responsabilidade dele.

Lula é culpado pela crise por voltar ao governo ou pela composição política que articulou?

As duas coisas. Montar uma aliança política, loteando o governo, sabendo que o cara vai roubar. A última vez que eu conversei com ele sobre esse tipo de assunto e me afastei foi quando ele decidiu nomear um cara do Eduardo Cunha para Furnas. Eu disse: ‘Você está nomeando um cara que vai roubar, amanhã vai vir o escândalo e você que vai ser o responsável’. No dia seguinte, nomeou. E agora essa loucura de inventar de vir para o governo, confundindo República com coisa particular.

Como o sr. avalia o cenário?

Estamos fazendo uma marcha da insensatez, com grande velocidade e complexidade. Começa com essa desbaratada ideia de trazer o Lula para dentro do governo. De outro lado, você tem um juiz que é importantíssimo para o Brasil: a obra do juiz (Sérgio) Moro é muito importante, será referência histórica se ele não jogar isso tudo fora. De outro, temos um ministro do Supremo Tribunal Federal, que é o ministro Gilmar Mendes, que fica ao descuidado daquilo que é a ultima saída dos brasileiros que pensamos com equilíbrio, que é a confiança de que o Supremo vai corrigir essa marcha da insensatez.

E qual o papel de Dilma nessa “marcha da insensatez”?

Ela está cometendo três gravíssimos erros, que, combinados entre si, estão ameaçando desconstituir seu mandato e levar o Brasil a uma ruptura da democracia. Primeiro, é ruinosa a administração da economia. Temos hoje a pior recessão da história moderna do País. Segunda questão: está falhando gravemente nas projeções dos sinais de decência da coisa pública. A presidente Dilma é uma mulher honrada, decente, honesta, porém, os sinais são contraditórios. Ela entregou, por exemplo, a um afilhado do Eduardo Cunha a vice-presidência da Caixa Econômica Federal (Fábio Cleto, exonerado em dezembro). Terceiro: a destruição da esperança da sociedade, que foi construída nos últimos 12 anos por coisas práticas.

De que forma o governo pode superar a crise econômica?

Há mil caminhos. O câmbio já se ajustou, é possível anunciar uma tendência consistente e tão rápida quanto possível de queda da taxa de juros, construir um caminho de obstrução do colapso fiscal dos municípios, especialmente se tiverem compromisso com um grande programa de reversão de expectativas e com a retomada do desenvolvimento do País. É possível fazer um fundo soberano ou um fundo garantidor com base na fração das reservas internacionais para reestruturar as dívidas de empresas nacionais que estejam comprometidas com algum programa de investimento.

O sr. esteve com a presidente no Palácio do Planalto nesta semana. O que conversaram?

Conversamos sobre o momento brasileiro. Ela pediu ajuda para barrar o impeachment e eu disse que iria ajudar.

Acha que Dilma vai conseguir barrar o impeachment no final?

Só um milagre salva a nós, brasileiros. A queda dela é a ruptura da democracia e o nascimento de um governo ilegítimo.

Como o senhor vê a articulação PMDB/PSDB para um governo pós-Dilma?

O objetivo maior é assalto ao poder, tirando o povo da jogada. E o objetivo lateral é encerrar a (Operação) Lava Jato. A coalizão PSDB/PMDB está tentando, entre outras coisas, simples e puramente o fim e a morte da Lava Jato. A democracia precisa saber que o (procurador-geral da República, Rodrigo) Janot conseguiu mil contas na Suíça de políticos de tudo que é de partido. Eles estão fazendo jantares em Brasília e conversando explicitamente que é preciso acelerar o impeachment, derrubar a Dilma e sinalizar que a Lava Jato concluiu sua finalidade e está na hora de encerrá-la. Não estou dizendo que é fácil, nem que vão conseguir. Estou dizendo o que eles estão tentando. Assumindo a Presidência, fica mais fácil.

O sr. acredita em um futuro apoio do PT à sua candidatura em 2018 como o presidente do PDT, Carlos Lupi, tem defendido? 

Só se eu fosse uma criança imbecil iria entrar num bobagem dessa. A natureza do PT é de ter candidato e não apoiar ninguém.

Dona Marisa queria informações da obra no sítio', diz à PF ex-assessor de Lula

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O ex-assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel disse à Polícia Federal que a ex-primeira dama Maria Letícia Lula da Silva sempre pedia informações sobre as obras no sítio Santa Bárbara, localizado no município de Atibaia (SP). Segundo ele, havia preocupação com o término do mandato do então presidente Lula, em 2010, 'e a disponibilização de um local para a guarda dos bens pessoais do presidente'.

LEIA A ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO DE ROGÉRIO PIMENTEL

Pimentel depôs dia 4 de março na Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato que pegou Lula e o conduziu coercitivamente para uma sala no Aeroporto de Congonhas - os investigadores suspeitam que Lula é o verdadeiro dono do Santa Bárbara, o que é negado veementemente por seus defensores.
O sítio passou por uma ampla reforma e instalação de melhorias no último ano do segundo mandato do petista (2007/2010). A força-tarefa da Lava Jato está convencida que duas empreiteiras, OAS e Odebrecht, foram as responsáveis pelas mudanças na propriedade. OAS e Odebrecht teriam sido privilegiadas por meio de contratos bilionários com a Petrobrás entre 2004 e 2014 (governos Lula e Dilma).
"Que sempre quem queria saber informações a respeito do andamento da obra era a dona Marisa e o declarante era quem prestava informações a respeito do ritmo das obras, devido à preocupação com o término do mandato presidencial e a disponibilização de um local para a guarda dos bens pessoais do presidente", relatou Pimentel, que exerceu a função de assessor especial desde janeiro de 2003 até 2011 - antes, foi chefe do Almoxarifado da Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo.
Ele disse que 'não sabe' quem arcou com o custo da obra no sítio. Mas indicou um certo 'Frederico", que os investigadores acreditam ser engenheiro da Odebrecht e trabalhou nas obras do Itaquerão, o estádio do Corinthians que foi palco da abertura da Copa do Mundo/14. "Frederico se apresentou como o engenheiro que passaria a ser responsável pela obra no sítio, porém não se apresentou como funcionário de nenhuma empresa", relatou Pimentel.
O ex-assessor especial resumiu a obra ('construção de bloco de quatro suítes, bem como a reforma da piscina') e revela que levou 'envelopes com dinheiro' para efetuar pagamentos em um depósito de materiais de construção. "Não sabe dizer quem pagava pelos custos dos materiais comprados e usados na obra. Chegou por duas vezes levar envelopes com dinheiro para pagar no depósito de materiais de construção, pelos materiais usados na obra, sendo que recebia os envelopes com o dinheiro da pessoa de Frederico e entregava os envelopes ao responsável pelo depósito."
Rogério Pimentel diz que 'não sabia qual era o valor, pois recebia um envelope com o dinheiro e deixava o envelope no depósito de materiais'.
"Que fez estes dois pagamentos para prestar um favor para Frederico. Nunca chegou a entregar ou deixar dinheiro no sítio para pagamento de pedreiros ou empregados dali."
Pimentel disse que 'exercia uma função como de office-boy pois recebia ordens e cumpria, sem fazer muitos questionamentos.
Afirmou saber que os filhos do ex-presidente freqüentavam o sitio, 'porém nunca os encontrou pessoalmente ali'. "Conheceu Frederico no final de 2010 pois havia uma obra em andamento no sítio, tocada pelo arquiteto Igenes, porém não andava no ritmo desejado, e então foi encaminhado para acompanhar a obra no sítio, e disseram que seria acompanhado por um novo engenheiro, no caso em que conheceu a pessoa de Frederico. Desde então Igenes saiu da obra, Frederico se apresentou como o engenheiro que passaria a ser responsável pela obra no sítio, porém não se apresentou como funcionário de nenhuma empresa. Desde então, Frederico tocou a obra até o seu final.
Pimentel esclareceu que na época da obra ainda era assessor da Presidência da República e seu regime de trabalho era uma semana em Brasília e uma semana em São Paulo. "Sempre que estava em São Paulo recebia as ordens da Dona Marisa para ver o andamento e o ritmo da obra."
Ele contou à PF que foi nomeado assessor especial de Lula 'pois gozava, de certa forma, de confiança por parte dele'. "Que exercia suas funções diretamente no gabinete da Presidência, sendo que no mandato do presidente Lula trabalhava diretamente com ele e com o Gabinete da primeira-dama Marisa."
Pimentel disse que conhece Elcio Pereira Viana, mais conhecido pela alcuna de 'Maradona', caseiro do sítio de Atibaia. "Que ligou algumas vezes para o Maradona, questionando a respeito do andamento da obra do sítio de Atibaia."
O ex-assessor contou à PF que no final de 2010 Maradona lhe foi apresentado pelo empresário Fernando Bittar, sócio de Jonas Suassuna - ambos, Bittar e Suassuna, afirmam ser os proprietários do Santa Bárbara.
Ele disse que foi apresentado a Maradona 'a pedido de Dona Marisa'.
Segundo Pimentel, a ex-primeira dama lhe disse que 'tinha muitos presentes e bens materiais do presidente Lula que necessitavam de um local para serem guardados'. Fernando Bitar teria oferecido o sítio para guardar parte do material. Afirmou conhecer Bitar 'há muitos anos, desde meados de 1990, pois ele já era amigo do presidente Lula e da dona Marisa'.
"Que não sabe quem determinou a reforma do sítio, porém quem determinou ao declarante que acompanhasse o andamento da obra no sítio foi a Dona Marisa", declarou. Pimentel acrescentou que Fernando Bittar seria 'o único dono' do sítio, mas não soube informar 'quantas vezes e como Fernando ia visitar o sítio, pois não ficava no local'.
"Em todas as vezes que foi ao sítio em Atibaia nunca esteve acompanhado pelo presidente Lula, nem da dona Marisa, e nem dos filhos do presidente. Soube por diversos meios que o presidente Lula e a dona Marisa tinham ido algumas vezes no sítio, porém nunca esteve com eles no sítio. Em nenhum momento o presidente Lula e dona Marisa comentavam serem donos do sítio em Atibaia."

Políticos que não se candidataram também constam em planilhas


© Fornecido por Notícias ao Minuto
A força-tarefa da Lava Jato apreendeu, ao longo da semana, planilhas da Odebrecht nas quais são mencionados 284 políticos em tese beneficiados com doações da empreiteira para as eleições de 2010. Nelas constam parlamentares de diversos partidos, tanto da base do governo quanto da oposição.
Chama a atenção, no entanto, nomes de políticos que não estiveram no páreo daquele ano. Caso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que, de acordo com o jornal Extra, justificou: “Certamente, para a minha campanha não foi. Se eu pedi, foi para o PMDB, e foi colocada para outras campanhas".
Outro exemplo é do também peemedebista Jorge Picciani, que, via assessoria, disse que não concorreu a nenhum cargo público em 2012 e que, em 2014, não constam doações da empreiteira a ele.
O senador Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney são mais dois nomes de peso que aparecem na lista, sem que tenham concorrido nas eleições.
Na última quarta-feira (23), o juiz Sérgio Moro, responsável pelos julgamentos em primeira instância da Lava Jato, decretou sigilo sobre o processo.

Para frear impeachment, Lula tenta negociar com deputados


© Fornecido por Notícias ao Minuto
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve comprometido em conseguir apoio de senadores contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No entanto, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a bancada do PT alertou Lula de que o Senado não teria condições para barrar o processo, caso ele seja aprovado na Câmara.
Por isso, a partir de agora o ex-presidente tem o objetivo de conversar com uma lista de deputados e pessoas-chave durante o feriado de Páscoa. A publicação destaca que Lula já não conhece muitos dos nomes da atual legislatura.
A possibilidade de que outras siglas também rompam com o governo, tal como tem feito o PMDB, motivou o Palácio do Planalto a procurar deputados “avulsos” dispostos a salvar Dilma. “Acabou a era do atacado”, brinca um oposicionista.

PMDB do Rio decide abandonar governo de Dilma Rousseff

© Fornecido por Notícias ao Minuto
O PMDB do Rio de Janeiro decidiu, por unanimidade, deixar o governo Dilma Rousseff. Entre os 12 representantes da legenda no RJ estão: Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Eduardo Paes.
Segundo informações do Extra, o partido votará, em Brasília, na terça-feira (29), pela saída do governo.
Além de votar pela saída do governo, o grupo do Rio vai também aproveitar a ocasião e entregar os cargos que mantém no governo federal.

Em delação, ex-presidente do PP cita políticos e ministro do TCU


© Fornecido por Notícias ao Minuto
O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), ex-presidente do PP, fechou acordo de delação premiada e citou políticos da base do governo e da oposição.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o acordo foi fechado há cerca de oito meses e assinado há duas semanas com a PGR (Procuradoria Geral da República).
Corrêa está preso em Curitiba, no Paraná, e a o acordo ainda precisa ser homologado pelo Supremo. A reportagem teve acesso a alguns trechos da delação do ex-presidente do PP e revela que em um dos "anexos", intitulado "Mesada de Augusto Nardes", o ex-parlamentar cita o atual ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).
Segundo o delator, entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo PP, ele estava entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadada pelo deputado José Janene (morto em 2010) junto à Petrobras e outros órgãos com diretorias indicadas pelo PP.
Corrêa também contou que quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina. Era, segundo o delator, um recibo de valor "baixo", algo entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
O ex-deputado adianta que isso foi feito porque o documento poderia "prejudicar a nomeação".
Além disso, o pernambucano mostrou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano.
A reportagem da Folha avalia que a citação a Andrea Neves é a primeira, entre os citados estão Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, o Bené, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, no ano de 2014.
Reeleição de FHC
Corrêa também apresentou um anexo sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tem como foco a votação que aprovou a emenda constitucional possibilitando a sua reeleição, em 1997.
O ex-presidente do PP refere que FHC contou com apoio financeiro do empresariado para aprovar o projeto da reeleição. Corrêa cita que Olavo Setubal, do Banco Itaú, morto em 2008, é um dos que ajudou FHC.
"Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", diz o anexo, citando o relato do ex-deputado federal pernambucano.
Pedro Corrêa teve quase 40 anos de vida política, parte deles presidindo o PP, legenda que integrou a base aliada dos presidentes FHC, Lula e Dilma. A delação dele deve ter impacto entre políticos e parlamentares.
O acordo de delação conta com pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. Segundo a Folha, cinco deles são referentes a Lula e cinco a Dilma.
Ex-presidente Lula
Ainda em delação, Corrêa cita o envolvimento de Lula em uma reunião com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de José Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria da estatal, em 2004.
O ex-deputado conta que ele e outros integrantes da cúpula do PP defendiam a nomeação, mas Dutra era contra. No entanto, Corrêa contou que Lula atuou em nome do indicado e revelou detalhes da conversa.
"Mas Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é da tradição da Petrobras, assim, sem mais nem menos trocar um diretor", disse Dutra, na época presidente da estatal.
Segundo ele, Lula teria respondido: "Se fossemos pensar em tradição nem você era presidente da Petrobras e nem eu era presidente da República".
A Folha destaca que os fatos narrados por Corrêa são vistos como "uma crônica política" que ajudará a completar lacunas de outras colaborações.
Resposta de Augusto Nardes
O ministro do TCU Augusto Nardes declarou que a citação de seu nome na delação do ex-deputado Pedro Corrêa é uma "retaliação pela oposição" que fazia dentro do PP.
Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que Andrea Neves, irmã dele, não conhece e jamais teve contato com Pedro Corrêa.
O tucano também enfatizou que repudia "as falsas acusações mais uma vez repetidas, sem indícios que possam minimamente comprová-las".
Aécio ainda pediu para que a Justiça esclareça "as denúncias verdadeiras e aquelas que têm unicamente o objetivo de tumultuar as investigações".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou o episódio como "ridículo"
Em nota, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que fica "profundamente indignado" ao ver o nome do pai dele, Olavo Setubal, "absurdamente envolvido numa história sem comprovações".
Ainda segundo a reportagem, o instituto Lula explicou que não comenta falatórios e que "quem quiser levantar suspeitas em relação a Lula que apresente provas".

quinta-feira, 24 de março de 2016

Linha sucessória de Dilma tem três citados na Lava Jato




(AP/Reuters/AFP): Pela constituição, depois do vice, presidente da Câmara e do Senado podem assumir presidência  
© Copyright British Broadcasting Corporation Pela constituição, depois do vice, presidente da Câmara e do Senado podem assumir presidência Os três políticos na linha sucessória de um possível cenário de fim prematuro do mandato de Dilma Rousseff estão entre os citados na operação Lava Jato.
Pela lei brasileira, o vice-presidente, o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado, nesta ordem, assumem a Presidência em uma possibilidade, teórica, de "efeito dominó" no principal cargo do país.
"Não vai ser uma mudança política que vai arrefecer o ímpeto dos investigadores da Lava Jato", diz à BBC Brasil Rogério Arantes, professor de Ciências Políticas da USP.
"Mas tudo vai depender dos desdobramentos das investigações. E também de como articulação política vai se dar nesse caso, ou seja, se uma eventual destituição da presidente virá acompanhada de uma blindagem do vice", ressalva ele.
Milton Lahuerta, cientista político da Unesp de Araraquara, acredita que deva haver "uma acomodação das forças políticas" em um eventual governo de Temer.
A BBC Brasil listou as principais acusações que pesam contra as três personalidades políticas da linha sucessória de Dilma: o vice-presidente, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, todos do PMDB.
Na impossibilidade de esses três assumirem, o quarto na linha de sucessão seria o presidente do Supremo Tribunal Federal, cargo atualmente ocupado pelo ministro Ricardo Lewandowski.
A denúncia, que foi liberada para julgamento pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, ainda aguarda para ser colocada na pauta do plenário pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Se for aceita, Calheiros viraria réu. O pedido corre sob segredo de Justiça, e o senador diz já ter dado todas as explicações sobre o caso.

1) Michel Temer

© Copyright British Broadcasting Corporation O vice-presidente Michel Temer, que assumiria a Presidência da República em caso de impeachment ou renúncia da presidente Dilma Rousseff, foi citado nos desdobramentos da operação Lava Jato.
Na delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que o vice articulou a indicação de Jorge Zelada para o cargo de diretor da área internacional da Petrobras e de João Augusto Henriques para a BR Distribuidora.
Zelada, apontado como o elo do PMDB no esquema, foi condenado a 12 anos de prisão.
Temer disse que não participou das indicações, e o PMDB nega ter participação no caso.
"As indicações foram feitas pela bancada do PMDB de Minas Gerais. O vice-presidente não tinha nenhum contato com essas duas pessoas", afirmou a assessoria de imprensa de Temer na ocasião.
As denúncias feitas na delação de Delcídio ainda precisam ser investigadas.
Em agosto do ano passado, Temer também foi citado pelo lobista Júlio Camargo, um dos principais delatores do esquema e ex-consultor da empresa Toyo Setal.
(Agência Câmara): Senador Delcídio Amaral implicou Temer em esquema de corrupção 
  © Copyright British Broadcasting Corporation Senador Delcídio Amaral implicou Temer em esquema de corrupção Camargo afirmou que o lobista Fernando Soares era conhecido por representar o PMDB, o que incluiria Cunha, Calheiros e Temer.
Segundo as investigações, Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, teria sido responsável por intermediar o pagamento de propina combinada com Camargo para facilitar um contrato de aquisição de navios-sonda pela Petrobras com a coreana Samsung Heavy Industries Co.
Temer nega conhecer Baiano e Camargo.
Além disso, segundo indícios reunidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer teria recebido R$ 5 milhões do dono da construtora OAS, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro, um dos empreiteiros condenados pelo escândalo da Petrobras.
A menção ao pagamento está em uma troca de mensagens entre Pinheiro e Eduardo Cunha. Nela, o Cunha se queixa de que o empreiteiro fez o repasse a Temer, mas não a outros líderes peemedebistas.
Temer nega ter se beneficiado de "qualquer recurso de origem ilícita".
A denúncia, que foi liberada para julgamento pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, ainda aguarda para ser colocada na pauta do plenário pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Se for aceita, Calheiros viraria réu. O pedido corre sob segredo de Justiça, e o senador diz já ter dado todas as explicações sobre o caso.

2) Eduardo Cunha

(Agência Câmara): Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha tornou-se réu no STF  
© Copyright British Broadcasting Corporation Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha tornou-se réu no STF Segundo na linha de sucessão, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumiria a Presidência interinamente caso Dilma e Temer deixem o poder.
Se isso acontecer até dezembro deste ano, novas eleições diretas teriam de ser convocadas em 90 dias, como manda a Constituição - ou seja, um novo presidente seria escolhido pela população.
Passado esse prazo, o pleito seria indireto e teria de ser realizado em 30 dias. Nesse caso, o Congresso escolheria um novo mandatário para o país.
Mas a possibilidade de Cunha assumir a Presidência é remota, ressaltam analistas.
"Processos de cassação costumam demorar muito tempo no TSE (onde a chapa Dilma-Temer é questionada pela oposição). Além disso, Cunha já não mais será presidente da Câmara no ano que vem (o mandato dele termina em fevereiro)", pondera o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, à BBC Brasil.
"E não podemos descartar que ele pode vir a ser cassado", completa.
Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
De acordo com as investigações, ele teria recebido propinas para viabilizar obras na estatal e mantido contas não declaradas no exterior.
No início deste mês, Cunha se tornou réu no STF. Foi a primeira ação aberta pela corte na operação Lava Jato. Como deputado, Cunha tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo.
A decisão aumenta o potencial de ele ser afastado do comando da Câmara e até perder o mandato, ainda que ele conte com grande apoio entre os deputados.
A acusação principal é de que Cunha teria recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras.
A propina teria sido contrapartida por dois contratos, no valor de US$ 1 bilhão, entre a Petrobras e as empresas Samsung Heavy Industries e a japonesa Mitsui. Ao todo, segundo a PGR, foram acertados US$ 40 milhões a políticos e funcionários da estatal. O dinheiro teria abastecido contas secretas de Cunha no exterior.
Na Câmara, o peemedebista enfrenta uma representação apresentada pelo PSOL e pela Rede por quebra de decoro parlamentar.
Os partidos acusam Cunha de ter mentido à CPI da Petrobras quando, em março do ano passado, afirmou não ter contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça apontaram, no entanto, a existência de contas ligadas a ele naquele país.
Cunha nega todas as acusações e diz que não era titular de contas, mas era apenas beneficiário de um trust (estrutura criada para administrar recursos) no exterior.
A denúncia, que foi liberada para julgamento pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, ainda aguarda para ser colocada na pauta do plenário pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Se for aceita, Calheiros viraria réu. O pedido corre sob segredo de Justiça, e o senador diz já ter dado todas as explicações sobre o caso.

3) Renan Calheiros

(Agência Brasil): PGR pediu ao STF abertura do sétimo inquérito contra Renan Calheiros, que preside o Senado 
  © Copyright British Broadcasting Corporation PGR pediu ao STF abertura do sétimo inquérito contra Renan Calheiros, que preside o Senado Terceiro na linha sucessória de Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também está citado nas investigações da Lava Jato.
Há duas semanas, a Procuradoria-Geral da República pediu ao STF a abertura do sétimo inquérito para investigar Calheiros.
A Procuradoria quer saber se o senador cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em razão de suspeitas apontadas pelo delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará.
Para o órgão, há suspeita de repasse, "de forma oculta e disfarçada, de vantagem pecuniária indevida ao parlamentar".
Na delação, Ceará afirmou que outro doleiro, Alberto Youssef, teria prometido dar R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de “uma CPI da Petrobras”.
Entre janeiro e fevereiro de 2014, acrescentou o delator, Youssef disse a ele para pegar R$ 1 milhão em Recife (PE) e levar para Calheiros em Maceió. O dinheiro seria parte de dívida da construtora Camargo Corrêa com Youssef.
Youssef negou que tenha dito que o dinheiro era para o senador. Em nota, Calheiros negou conhecer o doleiro ou Ceará.
O senador também é alvo de outros seis inquéritos na Lava Jato e de uma denúncia envolvendo uma ex-amante.
Ele é suspeito de peculato (desvio de dinheiro público), uso de documento falso e falsidade ideológica por supostamente ter apresentado notas fiscais falsas para comprovar ter renda suficiente para pagar as despesas de uma filha que teve fora do casamento. As suspeitas são de que esses valores teriam sido pagos, na verdade, por uma empreiteira.
A denúncia, que foi liberada para julgamento pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, ainda aguarda para ser colocada na pauta do plenário pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Se for aceita, Calheiros viraria réu. O pedido corre sob segredo de Justiça, e o senador diz já ter dado todas as explicações sobre o caso.

Planalto dá cargos para tentar evitar afastamento


Para vencer votação do impeachment, governo abre negociação com deputados. © Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República Para vencer votação do impeachment, governo abre negociação com deputados. A presidente Dilma Rousseff decidiu apostar nos cargos de primeiro e segundo escalões como oferta para atrair o apoio das alas partidárias que ainda resistem à aderir ao desembarque. Ontem, ela intensificou o contato com os parlamentares e os lideres partidários e intensificou as negociações com aliados para ouvir suas demandas.
O principal foco das investidas palacianas é o PMDB, que detém a maior bancada nas duas Casas e tem ensaiado o desembarque do governo. O afastamento por parte dos peemedebistas é considerado como “tiro de misericórdia” no governo uma vez que também deverá servir de fio condutor para outros partidos da base aliada tomarem o mesmo rumo.
A estratégia é atrair os ministros da Pasta para próximo do governo com o objetivo de demonstrar que uma possível decisão pela debandada do PMDB até pode ser aprovada, mas não será unânime e também poderá vir a não ser cumprida pelos correligionários.
Ontem, ela deu os primeiros recados do plano. “Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo. Tenho certeza que meus ministros têm compromisso com o governo. Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão”, afirmou a petista.
Pouco depois, os ministros do PMDB, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) engrossaram o coro contra um possível desembarque, previsto para ser discutido na próxima terça-feira, em reunião do diretório nacional do PMDB. “Eu pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje? Como é que farão? Irão esvaziar também? Irão levar o debate político ao extremo de paralisar o País ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento tão duro que o País passa?”, questionou Pansera.
No mesmo evento, o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse: “Quando eu digo que não há desembarque, é porque hoje consideraria que o PMDB está rachado. Na minha opinião, não muda”, considerou.
À tarde, ela se reuniu com os sete ministros da legenda. Além de Castro e Pansera, estiveram Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil). Ali, foi feita uma apresentação com os possíveis votos na reunião do partido marcada para o dia próximo dia 29, em que será votado o desembarque. Segundo fontes, ainda há uma margem de 8 a 10 votos a favor da manutenção da aliança. Os cálculos mostram que dos 156 delegados com direito a voto há pelo menos nove indecisos.
O PRB foi afetado por essa estratégia. Em uma negociação, Dilma retirou George Hilton do Ministério do Esporte. Ele havia deixado a sigla na semana passada após o partido optar pelo desembarque da base aliada. A pasta agora será comandada por Ricardo Leyser, integrante do PC do B, mas ele está afinado com setores do PRB contrários ao desembarque. Ele é o responsável por cuidar dentro do governo da Olimpíada, e ocupava a secretaria executiva do Ministério do Esporte, mas foi transferido recentemente por Hilton para a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento. O restante da pasta continuará sob o controle do PRB, que poderá ganhar mais postos na Esplanada, como compensação por recuar da decisão de romper com o governo. O partido se tornou independente, mas voltou a se alinhar informalmente.
Dilma também manteve um outro encontro, que não constou da agenda. Foi com o ex-ministro Ciro Gomes, agora no PDT. A presidente ainda se encontrou com o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT), que disse ao Estado que “em hipótese alguma o PDT cogita sair da base ou votar a favor do processo de impeachment, contra o governo”. (Colaboraram Carla Araújo e Daniel Carvalho)

Governo oferece segurança a STF após protestos


Na noite de terça-feira, um grupo fez um protesto em frente ao prédio onde Teori tem apartamento, em Porto Alegre. © Foto: Nelson Jr/STF Na noite de terça-feira, um grupo fez um protesto em frente ao prédio onde Teori tem apartamento, em Porto Alegre. A decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, de tirar do âmbito da Justiça Federal no Paraná as investigações relacionadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com que grupos contrários à medida promovessem protestos pontuais em Brasília e em Porto Alegre, cidade em que vive o magistrado. Com isso, o Ministério da Justiça ofereceu reforço na segurança institucional e pessoal de todos os ministros do STF. A pasta determinou que a Polícia Federal investigue possíveis “instigações e ameaças aos magistrados”.
“O Ministério da Justiça zelará para que o momento de tensão política não dê lugar a atos de violência e intolerância contra quem quer que seja”, diz a nota. A pasta afirma que a PF foi instruída a investigar tanto “manifestações públicas ao redor de suas residências como em redes sociais” contra os ministros do Supremo.
Na noite de terça-feira, um grupo fez um protesto em frente ao prédio onde Teori tem apartamento, em Porto Alegre. A manifestação ocorreu logo após o ministro determinar que Moro enviasse à Corte os processos que envolvem Lula. Na fachada do prédio, foram penduradas faixas com os dizeres “Teori traidor”, “Pelego do PT” e “Deixa o Moro trabalhar”.
Uma enxurrada de críticas e ofensas ao ministro também tomaram conta das redes sociais. Sob o mote #OcupaSTF, o cantor Lobão, defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, chegou a divulgar em sua conta do Twitter o endereço do filho de Teori, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na Corte.

Protagonismo

O Supremo tem desempenhado papel central neste momento de crise política pelo qual passa o País. Caberá aos ministros da Corte, por exemplo, decidir se Lula pode ou não assumir a Casa Civil. Na sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a nomeação do ex-presidente, mas o caso ainda terá de ser debatido em plenário.
O próprio Teori foi quem homologou e tornou pública a delação do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (ex-PT-MS), na qual o parlamentar afirmou que tanto Dilma quanto Lula estavam cientes dos desvios na Petrobrás e que também conhecia esquemas de corrupção envolvendo outros políticos, como o vice-presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) – todos negam as acusações.
Coube ao Supremo também definir o rito do impeachment, concluído na semana passada. Autor do voto que teve o apoio da maioria, o ministro Luís Roberto Barroso também foi alvo de críticas na internet. A avaliação dos que protestaram contra Barroso é de que as regras estabelecidas para a condução do processo de afastamento de Dilma beneficiariam o governo.
Segundo a assessoria de imprensa do Supremo, não houve nenhum pedido formal de reforço da segurança dos ministros por causa dos últimos episódios. Os integrantes da Corte já contam com esse tipo de serviço normalmente.

Mais barulho

O grupo que fez um protesto na noite de anteontem em frente ao prédio onde Teori tem apartamento, em Porto Alegre, afirma que o ato poderá se repetir nos próximos dias.
O ato foi organizado pela Banda Loka Liberal, grupo que é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) e costuma participar dos protestos contra Dilma no Rio Grande do Sul. Para animar as manifestações, a banda canta músicas pró-impeachment em ritmo de marchinha de carnaval e de torcida organizada.
No protesto em frente à casa de Teori, as canções defendiam a atuação de Moro e acusavam o ministro de ser “bolivariano”. / GABRIELA LARA, ISADORA PERON e GUSTAVO AGUIAR