As informações da delação
premiada do senador Delcídio do Amaral (MS), ex-líder do governo no
Senado, não serão incluídas no processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, em análise por uma comissão especial da
Câmara. O relator do caso, Jovair Arantes (PTB-GO), disse que a decisão
foi tomada depois de conversas com assessores jurídicos da Casa e os
integrantes do comando da comissão, entre eles, o deputado Rogério Rosso
(PSD-DF), presidente do colegiado.
“Ponderamos e entendemos que
não devemos aceitar [a inclusão da delação] para não judicializar o
processo. Queremos fazer tudo dentro do rito do impeachment que foi definido pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
As
declarações de Delcidio foram anexadas ao pedido original pelo
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Segundo Rosso, isso
teria sido feito pelos autores do pedido de impeachment, Miguel
Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. A base governista
classificou a inclusão como ilegal, por ser feita após a abertura do
procedimento de afastamento da presidente e por se tratar de tema
diferente do pedido inicial. A reação provocou temor entre a oposição
sobre uma eventual judicialização do processo, já que novas denúncias e
fatos podem ser questionados.
Hoje (22), governistas defendem
outra etapa. Querem que a presidente Dilma Rousseff seja novamente
notificada, já que agora foi retirada a delação. O deputado Paulo
Teixeira (PT-SP), defende que Dilma tome conhecimento sobre o novo
escopo e tenha prazo de defesa reiniciado. Jovair Arantes evitou falar
em manobras, mas classificou como “extrapolação” a nova postura da base.
“Cada
um tem o direito de exercer seu papel político. A cada dia será criado
um entrave para postergar, mas nosso entendimento é acelerar esse
processo”, disse. Arantes afirmou que, concluído o prazo de 10 sessões
do plenário da Câmara para que Dilma se defenda, conseguirá terminar seu
relatório nas 5 sessões seguintes, conforme define o Regimento Interno
da Casa. Com informações da Agência Brasil.
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