Um habeas corpus preventivo movido por um advogado em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi negado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta sexta-feira (26) pelo ministro Humberto Martins, vice-presidente da corte.
No
pedido, o advogado John Lennon Silvestre de Melo, que não atua na
defesa do petista, quer evitar a prisão do ex-presidente antes do
trânsito em julgado (quando ainda é possível recorrer) do processo em
que foi condenado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
O
ministro Humberto Martins explicou que o pedido não era necessário
porque Lula não corre risco de ser preso antes do julgamento dos
recursos a que tem direito no TRF4, que condenou o petista a doze anos e
um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do
tríplex do Guarujá (SP).
“Por
ter sido assegurado ao ex-presidente que eventual prisão não será
implementada antes do exaurimento da jurisdição ordinária, parece-me
questionável a configuração de ato consubstanciador de constrangimento à
sua liberdade de locomoção”, escreveu o ministro.
Martins
sustentou ainda que o entendimento do STJ é que não cabe habeas corpus
quando não há risco à liberdade. O advogado também apontou haver
impedimento jurídico para que o cumprimento de pena comece com a
condenação em segundo grau. Mas o ministro evitou julgar este ponto,
porque os advogados de Lula podem discuti-lo em outro momento do
proceso.