Faltou trabalho para 26,3 milhões de pessoas no segundo trimestre do
ano. Essa é a chamada taxa composta da subutilização da força de
trabalho, que agrega os índices de desemprego, desemprego por
insuficiência de horas trabalhadas e força de trabalho potencial. Com
isso, a taxa de subutilização da força, que reflete o percentual dos
brasileiros para quem falta trabalho, ficou em 23,8%. O percentual, no
entanto, ficou menor que os 24,1% registrados no trimestre passado,
principalmente por causa da queda da taxa de desemprego. No primeiro
trimestre, eram 26,5 milhões de pessoas.
No segundo trimestre, o
país contratou mais pessoas que trabalham menos horas do que gostaria,
os chamados subocupados. O contingente de trabalhadores nessas condições
subiu para 5,8 milhões no período, contra 4,8 milhões em igual período
de 2016. O número também é maior que o registrado no primeiro trimestre
deste ano, quando 5,2 milhões de brasileiros eram considerados
subocupados.
O número da chamada taxa composta da subutilização
da força de trabalho ficou menor principalmente por causa da queda do
número de desocupados, pessoas que estão em busca de emprego, mas não
conseguem encontrar vagas. O número de brasileiros nessa condição caiu
de 14,1 milhões para 13,5 milhões, na passagem entre o primeiro
trimestre e o segundo trimestre. Ou seja, o desemprego caiu, mas cresceu
a quantidade de empregos de pior qualidade. Questionado, o coordenador
de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, disse que não é
possível afirmar que os trabalhadores que saíram do contingente de
desempregados necessariamente passaram à subocupação.
— O Brasil
tem 26,3 milhões de pessoas que poderiam estar trabalhando de forma
adequada de forma trabalhando, mas não estão — resumiu Cimar, que
destaca que a crise atua nesse indicador por dois fatores: aumentando a
ocupação por menos horas e mantendo a força de trabalho potencial alta,
um indicador de desalento.
— Essa queda que a gente percebe em
relação ao primeiro trimestre é por conta da desocupação, e não por
conta da subocupação. A subocupação subiu, a desocupação caiu e a força
de trabalho potencial ficou praticamente estável — explicou Cimar
Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
Considerando
os dados por região, a maior taxa de subutilização da força foi
registrada no Nordeste, 34,9%, enquanto a menor foi registrada na região
Sul. Entre as unidades da federação, a maior taxa foi registrada no
Piauí (38,6%), enquanto o Paraná teve taxa de 15,9%. No Rio, a taxa
subiu de 17,9% para 19,4%.