O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) foi surpreendido por um oficial de
Justiça por volta das 6h30 desta quinta-feira em seu apartamento
funcional na quadra 302, Asa Norte de Brasília. Ele recebeu a notícia do
afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda de calção e tênis porque
se preparava para uma caminhada matinal. Investigado na Operação Lava
Jato, desceu para atender ao chamado e logo ficou nervoso. Maranhão saiu
para a caminhada com o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) e ligou
para o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos mais experientes da
atual Legislatura, em busca de conselhos. "Ele disse que queria ouvir
minha opinião e eu disse 'vá para a Câmara imediatamente'", conta
Heráclito, que foi até a residência do presidente da Câmara em
exercício. Parlamentares que conversam com Maranhão disseram que ele
estava "atônito" pela manhã. Maranhão seguiu para a Câmara, onde chegou
por volta das 10h30. Cercado de seguranças, dirigiu-se ao gabinete ainda
decorado com fotos e pertences de Eduardo Cunha, sentou-se na poltrona e
passou a receber deputados. (Felipe Frazão, de Brasília)
Pessoas próximas ao peemedebista e que falaram com ele têm reverberado a avaliação de que a decisão de Teori dará um "argumento" à defesa da presidente Dilma Rousseff para questionar juridicamente a legalidade do impeachment. Eles afirmam ainda que a a ascensão de Waldir Maranhão (PP-MA) à Presidência da Câmara vai representar um risco para Temer.
O substituto de Cunha votou contra o afastamento de Dilma Rousseff e assume o posto no momento que tramita na Casa um pedido de impeachment do vice, com base no argumento de que ele também assinou decretos que incorreriam nas mesmas infrações que levaram a petista para o cadafalso político.
Cunha tratou a liminar de Teori como um "absurdo" e criticou o timing da decisão. Seus aliados, no entanto, reconhecem que será praticamente impossível reverter a decisão do ministro no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).
Cunha teria demonstrado muita irritação e, apesar do prognóstico pessimista, prometeu usar todos os recursos disponíveis para tentar uma reviravolta.
Além da visita de aliados e advogados, o deputado recebeu uma série de ligações com declarações de "solidariedade".
Questionados, aliados afirmaram que, até as 11h, Temer não estava na lista dos que fizeram um gesto na direção do peemedebista. Com informações da Folhapress.