© Foto: Marcio Fernandes/Estadão
Manifestações contra o programa partidário exibido nesta noite ocorreram em várias capitais do País.
Pessoas bateram
panelas, buzinaram e fizeram gritos de protesto durante os 10 minutos de
propaganda do PT em vários bairros da capital paulista e também em
outras capitais do País. Enquanto protestavam, manifestantes gritavam
"fora PT", "fora Dilma" e "acorda Brasil".
Houve protestos no
Itaim, zona nobre de São Paulo, e também no bairro de Santa Cecilia. Em
Pinheiros, no quadrilátero entre a Cardeal Arcoverde e os bares da Vila
Madalena, ao longo da Mourato Coelho, houve buzinaço e apitaço nas ruas
e panelaço nos prédios. Moradores apagavam e acendiam a luz dos
apartamentos enquanto motoristas gritavam Fora Dilma quando passavam
perto dos frequentadores dos bares.
Houve princípio de bate boca
em um bar na Mourato Coelho, esquina com Cardeal, onde um grupo de
frequentadores saiu em defesa da presidente Dilma enquanto outro gritava
palavra de ordens pelo impeachment.
Os protestos, porém, foram
menos intensos do que os ocorridos no último pronunciamento da
presidente. Na Barra Funda, algumas pessoas xingaram Dilma. "Vai lavar
louça", gritou um morador do bairro. "Bandidagem", gritaram
outros. Carros que passavam na redondezas do bairro buzinaram.
Rio. Intensos
panelaços foram promovidos na Região Metropolitana do Rio durante os
dez minutos em que o PT veiculou sua propaganda eleitoral, em cadeia
nacional de rádio e TV, das 20h30 às 20h40 desta quinta.
O bater
de panelas, o soar de buzinas e gritos de "Fora, Dilma" foram
registrados em praticamente todos os bairros da zona sul, como Ipanema,
Lagoa, Jardim Botânico, Copacabana, Leme, Botafogo, Flamengo, Largo do
Machado e Catete, e alguns da zona norte, como Tijuca, Vila Isabel,
Grajaú e Pilares. Em Niterói também se ouviram panelas, no bairro de
Icaraí.
O protesto se intensificou durante o breve pronunciamento
da presidente Dilma Rousseff (PT). Nas imediações da Rua Fonte da
Saudade, na Lagoa, o coro era de "ladrão" e "vagabundo". Na maioria dos
bairros as manifestações continuaram por mais alguns minutos após o fim
do programa.
Belo Horizonte. Assim como nos dois
protestos anteriores, o panelaço contra a presidente Dilma Rousseff (PT)
na capital mineira se concentrou em bairros de classe média e alta da
cidade. Além do som dos utensílios de cozinha, manifestantes também
pediram a saída da presidente com gritos de "fora Dilma'. O protesto
aconteceu durante o horário eleitoral do PT em cadeia nacional. Houve
ainda buzinaço. Carros piscavam os faróis. Em pontos da cidade, como no
bairro Gutierrez, de classe média alta, simpatizantes da presidente
retrucaram gritando "estão com fome"? enquanto as panelas eram batidas.
Os
protestos realizados anteriormente, em 8 de março, quando a presidente
Dilma Rousseff (PT) falou em cadeia nacional pelas comemorações do Dia
Internacional da Mulher, e em 5 de maio, durante programa do partido,
também se concentraram em bairros das classes média e alta da cidade,
como Belvedere, Serra e Gutierrez. Em regiões com população com poder
aquisitivo mais baixo, como Salgado Filho, Betânia, Havaí e Palmeiras,
não houve registro de manifestações. Nesta quinta, também nesses
bairros, não houve protesto.
Ao longo do dia, lideranças sobretudo
do PSDB foram para as redes sociais convocar a população para o
protesto. O ex-presidente do partido no Estado, deputado federal Marcus
Pestana, compartilhou foto de uma panela publicada pelo colega de Câmara
Bruno Araújo (PSDB-PE) no Facebook. Um texto dizia: "Você está
satisfeito com a crise? Feliz com a corrupção? Contente com mentiras?
Não? Hoje, às 20h30, tem PT, Dilma e Lula na tv. Apitos e panelas,
ação"!.
Bahia. O panelaço ecoou por diversos
bairros de Salvador nesta noite. Mesmo antes do início do programa
político do PT em cadeia de TV já era possível ouvir nas janelas e
varandas de apartamentos o som inconfundível das panelas, que se tornou
uma constante a cada fala de líderes petistas em rede nacional. Foram
dez minutos de protestos.
Mas o panelaço ganhou corpo mesmo a
partir do início da inserção política e não somente em bairros nobres da
capital baiana. A exemplo do que ocorreu no dia 5 de maio, o som das
panelas veio acompanhado de buzinaço, além do acender e apagar das luzes
nas residências.
Também era possível ouvir gritos de "fora PT",
"fora Dilma", apitaço e vuvuzelas em bairros como Pituba e Costa Azul,
na orla da cidade. Deu para ouvir as manifestações de forma clara até
mesmo no boêmio bairro do Rio Vermelho, conhecido reduto do PT, além de
localidades como Cidade Jardim, Graça, Itaigara, Brotas, Santo Agostinho
entre outras regiões da capital baiana.
Pernambuco.
No Estado, as manifestações de repúdio ao programa eleitoral do PT
foram registradas no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e algumas
cidades do interior, a exemplo de Petrolina, no Sertão, e Caruaru, no
Agreste. Na capital, o panelaço foi ouvido em pelo menos 10 bairros,
especialmente nas áreas mais nobres da cidade. Em Casa Forte, um dos
mais tradicionais do Recife, o movimento começou antes mesmo da exibição
do programa. Por volta das 20h alguns pequenos grupos de moradores
circulavam pela Praça de Casa Forte (cujo jardins foram projetados por
Burle Max), carregando panelas e cartazes com frases contra o PT e a
presidente Dilma Rousseff.
Em Boa Viagem, na Zona Sul, os prédios
da beira-mar, se transformaram em palco contra o PT e o Governo
Federal. Além de bater panelas nas varandas e janelas, alguns moradores
realizaram um buzinaço. Na Ilha do Leite, bairro onde está localizada a
sede do Diretório Estadual do PSDB, houve um tumulto envolvendo
manifestantes contrários e a favor do PT. O episódio aconteceu na
calçada em frente a um restaurante. Cinco pessoas acenavam para os
transeuntes, segurando bandeiras vermelhas, quando foi atacado com
pedras por três rapazes que passavam pelo local. Uma viatura da Polícia
Militar que passava pela região foi acionada, mas não conseguiu
identificar os agressores.
Nas Graças, o comerciante Marcelo
Silva aproveitou para "faturar" durante o panelaço alugando por R$ 5,00
panelas e colheres de pau para quem quisesse se manifestar.
"Quinta-feira é um dia de muito movimento. Nos últimos tempos as
conversas dos meus clientes sempre envolviam política e a crise. A
televisão aqui está sempre ligada, então, decidi que quem quisesse
poderia alugar umas panelas para bater", revelou. E teve que quis.
Marcelo alugou sete panelas e faturou R$ 35,00.
Também houve panelaço no Espinheiro, Encruzilhada, Pina, Tamarineira, Jaqueira, Madalena, Torre e Boa Vista. / RICARDO CHAPOLA, PEDRO VENCESLAU, FÁBIO GRELLET, LEONARDO AUGUSTO , MÔNICA BERNARDES, E HELIANA FRAZÃO