As conjunções integrantes são demarcadas pelas palavras “que” e “se”
As muitas ocorrências linguísticas, todas elas
prescritas pela gramática normativa, fazem com que acreditemos ser a língua
portuguesa um tanto quanto complexa. Sim, não resta dúvida nenhuma de que essa
complexidade é fator preponderante, mas, ao contrário do que muitos pensam, ela
pode se tornar descomplicada, haja vista que os aprendizados que fazemos, uma
vez apreendidos, compreendidos na íntegra, não há razões para fazermos dela um
estigma.
Assim, apreender de forma significativa representa
tão somente a forma pela qual todos os pressupostos nos são repassados, ou
seja, se feitos de forma minuciosa, a partir de exemplos claros, certamente que
o resultado será positivo, mas se o contrário ocorrer, as dificuldades
tender-se-ão a se tornar ainda mais solidificadas. Partindo então desse
princípio, que aqui nos encontramos mais uma vez, munidos, sobretudo, de nosso
principal intento: fazer com que compreenda, da melhor forma possível, acerca
das características que demarcam as chamadas conjunções integrantes, uma vez
que elas, além de serem representadas pelas conjunções ‘QUE E SE”, ainda introduzem as
orações subordinadas substantivas, ou seja, aquelas que exercem a função de
substantivo. Nesse sentido, perceba como tudo se tornará ainda mais fácil de
compreensão após o momento em que passarmos a compreender cada uma dessas
orações, de forma particular e analisadas segundo a classificação que a elas
pode ser atribuída, é o que veremos a partir de agora:
Era necessário [que
você comparecesse à reunião].
Transformando-a em um período simples, temos: O seu
comparecimento à reunião era necessário.
Temos que essa oração se classifica como
“subordinada substantiva subjetiva”.
Desejamos [que
você seja imensamente feliz.]
Oração subordinada substantiva objetiva
direta.
Não sabemos [se
você deseja ir conosco ao baile de formatura.]
Oração subordina substantiva objetiva
direta.
Você sabe [se
ela voltará hoje de viagem?]
Oração subordinada substantiva objetiva
direta.
Necessitamos muito [de que você fale a verdade durante o julgamento.]
Oração subordinada substantiva objetiva
indireta.
Estamos certos [de
que a sua vinda fará a garota muito feliz.]
Oração subordinada substantiva
completiva nominal
A verdade é [que
não precisamos acreditar nessas bobagens.]
Oração subordinada substantiva
predicativa.
Só preciso lhe dizer algo: [que você é muito importante para
mim.]
Oração subordinada substantiva
apositiva.
Somente gostaríamos de ter uma certeza: [se você voltará hoje.]
Oração subordinada substantiva
apositiva.
Distintos sentidos das conjunções
Levando em conta o contexto em que se inserem, as conjunções apresentam distintos sentidos
Em se tratando dos estudos relacionados à
gramática, até mesmo pelo fato de ela onerar ao usuário alguns aspectos que, em
maior ou menor grau, acabam contribuindo para o “desencadear” de alguns
aspectos negativos, constatamos que determinadas apreensões somente se efetivam
por meio da famosa “decoreba”. Essa forma mecanicista de aprendizagem -
supérflua como se apresenta- somente tende a fazer efeito por um curto prazo,
isto é, os conceitos aprendidos não se tornam apreendidos
na íntegra, assim como deveriam.
Falando em tais conceitos, eis que um exemplo vem a
calhar perfeitamente com essa realidade, bem como norteia essa nossa proveitosa
discussão, apresentando-se demarcado pelas conjunções.
Elas, por sua vez, conduzem o usuário a memorizar, como antes dito, de forma
mecânica todos aqueles distintos exemplos, razão pela qual, com o passar do
tempo, tudo se torna esquecido, sem sentido e sem a menor aplicabilidade. Dessa
forma, nós, que sempre temos a honra de contribuir para o aprimoramento de seu
aprendizado em relação aos aspectos norteadores desse nosso rico idioma,
estamos mais uma vez aqui para conduzi-lo(a) a caminhos menos tortuosos, menos
complicados, fazendo com que não opte por apenas decorar as conjunções,
demarcadas por aqueles fartos exemplos, mas sim passe a entendê-las, a
analisá-las segundo a compreensão dos distintos sentidos que apresentam,
sempre tendo em vista que o contexto em que se encontram inseridas resulta no
fator preponderante em todo esse processo.
Nesse sentido, cabe-nos fazer um alerta acerca do
fato de que uma mesma conjunção, uma vez classificada como “tal’’, colocando-se
a serviço de outro enunciado, pautado em condições distintas de comunicação,
assume, sem nenhuma dúvida, classificações diferentes. Com base nessa
premissa, analisemos alguns casos que tão bem ilustram a prerrogativa em
questão:
# Apresentamos o trabalho como o professor nos orientou.
De acordo com a ideia contida na conjunção
demarcada, temos a convicção de se tratar de “conformidade”.
# Ela é doce e meiga como uma flor.
A noção aqui representada diz respeito ao
estabelecer de uma comparação.
# Como
não fomos convidados, não fizemos questão de ir ao aniversário.
Nesse outro, não precisamos nem ir muito além para
constatarmos que se trata de uma noção relacionada à causa.
# Não permaneceram nem um dia no
hotel, desde que chegaram aqui na
cidade.
A noção aqui demarcada faz referência a
tempo.
# Podemos até ir ao cinema, desde que você não chegue tarde.
Nesse contexto, obviamente que se trata de algo
relacionado à condição, ou seja, um fato dependendo do outro para realmente
ocorrer.
Diferenças entre conjunção
integrante e pronome relativo
Aspectos específicos demarcam as diferenças entre conjunção integrante e pronome relativo
Encontrarmo-nos diante de um mesmo vocábulo,
estando ele uma vez demarcado em contextos linguísticos distintos, representa,
sem dúvida, um fato recorrente quando nos situamos em meio aos estudos da
língua propriamente dita. Diante de tal questão, resta-nos considerar se
realmente estamos aptos para compreender e atribuir a essas palavras as
classificações adequadas, sim? Por esse motivo, sentimo-nos então motivados a
propor a discussão que agora se firma, cujo intuito maior é fazer com que essas
habilidades sejam sempre manifestadas, obtendo como consequência disso a sua
competência linguística, cada vez mais aprimorada. Mas antes de
prosseguirmos, nada que alguns exemplos não nos façam compreender de forma
ainda mais efetiva:
Nós queremos [que você tão logo venha
nos visitar.]
Voltando àquela velha e aplicável prática de
fazermos a pergunta ao verbo, no sentido de encontrarmos o complemento,
analisemos:
“Nós queremos” - Temos uma oração que se constitui
de um sujeito e predicado, cujo aspecto a faz se apresentar como a oração
principal do período em questão.
Mas, o quê queremos?
Que você tão logo venha
nos visitar.
Encontramos, pois, o que faltava para que o verbo
“querer” se apresentasse dotado de sentido – o que nos faz inferir que se trata
de um objeto direto, dada a não presença da preposição. Contudo, outro elemento
se faz preponderante nessa questão – demarcado pela palavra “que”. Ele, por sua vez, iniciou a segunda oração, que em
termos de classificação, apresenta-se como uma oração subordinada substantiva
objetiva direta. Dessa forma, dispondo da competência
necessária, podemos classificá-lo (o termo em destaque) como sendo uma conjunção integrante, haja vista que
introduz as orações subordinadas substantivas.
Vamos a outro exemplo:
Os garotos [que
estão de férias]
foram se divertir durante esta semana.
Desejando substituir a palavra demarcada por “os
quais”, tal procedimento em nada acarretaria para a clareza da mensagem, como
expresso a seguir:
Os garotos os quais estão de férias foram
se divertir durante esta semana.
Partindo desse princípio, ou
seja, o da substituição, constatamos que a palavra demarcada (que) substitui
uma palavra anteriormente expressa, que no caso se refere a “garotos”.
Outra questão, não menos relevante, diz respeito ao fato dele introduzir uma
oração subordinada adjetiva restritiva.
Com base então em tais
pressupostos, afirmamos se tratar de um pronome relativo.
Publicado
por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
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