Nestor Cerveró negocia acordo de delação e diz que falará sobre compra de Pasadena
O ex-diretor da área
Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares,
conhecido por Baiano, começaram a negociar na quinta-feira acordos de
delação premiada para falar sobre o envolvimento deles no esquema de
corrupção na Petrobras. Na Polícia Federal, Cerveró disse que está
disposto a revelar detalhes da compra da usina de Pasadena, nos Estados
Unidos, na qual a Petrobras teve prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão. Ele
não deve citar o nome da presidente Dilma Rousseff, que na época da
compra de Pasadena era presidente do Conselho de Administração da
estatal.
Cerveró vai depor
também sobre a compra das sondas na Samsung, da Coreia, e deve dar nomes
de quem se beneficiou com propinas no negócio.
O
Ministério Público Federal denunciou na quinta-feira o ex-diretor da
área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, e mais cinco pessoas
por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Zelada,
ex-funcionário da estatal e o PMDB teriam dividido cerca de US$ 31
milhões em propina no contrato de locação do navio-sonda Titanium
Explorer, destinado a perfurar poços de petróleo para a Petrobras no
Golfo do México. Além de Zelada, foram denunciados Eduardo Vaz da Costa
Musa, ex-diretor da área internacional da estatal; o executivo Hsin Chi
Su, conhecido como Nobu Su, e os lobistas Hamylton Pinheiro Padilha
Junior, Raul Schmidt Felippe Junior e João Augusto Rezende Henriques.
Segundo
depoimento de Padilha, que se tornou delator da Operação Lava-Jato,
Henriques foi o responsável por receber e distribuir a parcela destinada
ao PMDB e negociou os detalhes com Nobu Su, representante da empresa
dona do navio, a chinesa TMT. Todos os depósitos teriam ocorrido no
exterior.
PRISÃO PREVENTIVA DE EX-PRESIDENTE DA ELETRONUCLEAR
O
juiz Sérgio Moro converteu em preventiva a prisão temporária do
ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Na
prática, Othon não tem prazo para ser solto. A prisão temporária dele
expirava hoje.
O juiz
justificou sua decisão ao escrever, no despacho, que “são robustas as
provas do pagamento de propina a Othon Luiz em decorrência do cargo
exercido na Eletronuclear e mediante a simulação de contratos de
consultoria fraudulentos”.
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