sábado, 6 de fevereiro de 2016

O preço de uma lei no Brasil


 EL PAÍS


De acordo com polícia, montadoras gastaram 33 milhões para obter medidas provisórias

Em troca, as empresas teriam 4,5 bilhões em benefícios fiscais. Aliado de Sarney é alvo


Concessionária Hyundai em São Paulo. / Divulgação

Quando custa “comprar” três leis que gerariam uma isenção fiscal para a indústria automotiva de pelo menos 4,5 bilhões de reais? No Brasil, é uma pechincha. O preço seria 33 milhões de reais. À primeira vista parece muito, mas representa apenas 0,7% do total de benefícios recebidos. Ou seja, para cada um real investido, houve um retorno de outros 136,3 reais. O negócio ilícito aparece descrito passo a passo na investigação da Operação Zelotes, da Polícia Federal e do Ministério Público.

O cálculo das isenções fiscais foi feito por dois consultores legislativos do Senado em um relatório em que criticam a política de incentivos fiscais para o desenvolvimento regional. A conta deles é baseada em uma suposta produção anual de 100.000 veículos ao custo de 40.000 reais – números que os próprios consultores dizem ser conservadores. Esse estudo é um dos que embasam a investigação policial contra duas montadoras, sete escritórios (um deles de um filho do ex-presidente Lula) e 27 pessoas, sendo que seis delas estão presas. As ações ocorreram entre 2009 e 2013 e envolveram três medidas provisórias, a 471/2015, a 512/2010 e a 638/2014. Na prática elas ampliam o prazo de concessão de crédito presumido do Imposto sobres Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automotiva instalada em algumas regiões do Brasil
A farta documentação apreendida pela polícia entre março e outubro deste ano detalhou os caminhos de duas montadoras que contrataram lobistas para convencer os Governos Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT) a enviarem medidas provisórias ao Congresso que favoreciam fábricas de veículos instaladas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país. Os principais beneficiados seriam os grupos MMC – representante da Mitsubishi, com uma fábrica em Goiás – e o CAOA – que tem montadoras da Ford, na Bahia, e da Hyundai, em Goiás.
As duas automotivas assinaram dois contratos (cada um no valor de 16,5 milhões de reais) com um consórcio de lobistas formado pela SGR Consultoria Empresarial e pela Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa. O trabalho, de acordo com as investigações, não foi apenas lobby, uma atividade não regulamentada no Brasil, mas que não é ilegal. O problema é que, ao menos 40% desses recursos seriam destinados para o pagamento de propinas, de acordo com as apurações da Polícia Federal registradas em 921 páginas de um processo judicial.
Cinco sócios dessas duas firmas estão presos desde o dia 26 de outubro. A PF identificou o pagamento de ao menos 16,5 milhões de reais aos lobistas. Os principais receptores das propinas, porém, ainda não foram encontrados, mesmo depois de tanto tempo de investigação. A apuração começou em agosto de 2014 e a suspeita inicial era de que dezenas de empresas compravam sentenças favoráveis a elas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma espécie de tribunal recursal do Ministério da Fazenda. A investigação acabou sendo desmembrada e esta primeira parte (da compra de sentenças) está sob sigilo.
A tática do grupo era procurar representantes do segundo escalão de ministérios e assessores da Presidência para iniciar as tratativas. Entre os alvos estavam a Ciência e Tecnologia, a Fazenda e o Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Agendas e planilhas de computadores apreendidas nos últimos meses detalham encontros com secretários-executivos destas pastas e com o então chefe de gabinete do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho.

Tentáculo no Congresso e Eduardo Cunha

Os lobistas também contratavam algumas peças-chave para agir dentro do Congresso Nacional. Uma delas, segundo a polícia, foi o então diretor de comunicação do Senado, o jornalista Fernando César de Moreira Mesquita.
Indicado ao cargo pelo o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB), Mesquita já assessorou o finado senador conservador da Bahia Antonio Carlos Magalhães. Ele é investigado por ter recebido 78.000 reais para ajudar os escritórios SGR e Marcondes e Mautoni a obter informações sobre o andamento das medidas provisórias no Legislativo. A PF também suspeita que ele teria usado de seu bom trânsito no Legislativo para convencer alguns dos senadores a aprovarem as MPs. Em depoimento à Polícia Federal, Mesquita disse que conversou sobre as medidas provisórias com um dos envolvidos no esquema, o lobista Mauro Marcondes Machado. Porém, disse que não repassou nenhuma informação confidencial, apenas dados públicos. O jornalista também negou ter qualquer negócio com os investigados.
O outro braço político do grupo era Halysson Carvalho Silva, um lobista ligado ao PMDB que até meados deste ano presidia a Fundação de Cultura do Piauí, Estado governador pelo petista Wellington Dias. Halysson foi preso sob a suspeita de extorsão e uma das suspeitas era de que ele intermediava o contato dos escritórios de lobistas com deputados e senadores.
No último sábado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o autor de uma das emendas da MP 627 que resultou em outras concessões de benefícios às montadoras. Mesmo sendo alvo de ao menos dois processos no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, neste caso Cunha ainda não é oficialmente investigado. Ao periódico, o deputado afirmou que propôs a emenda a pedido de um outro parlamentar, o então senador Gim Argelo (PTB-DF). Este por sua vez, disse que não se recordava do assunto.
A expectativa da polícia agora é que com as seis prisões da semana passada, o primeiro escalão dos políticos do grupo que "comprava" leis brasileiras comece a aparecer de verdade.

Alvo de petistas, PF não pediu para investigar filho de Lula

Frequentemente acusada de perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal não pediu que a empresa de um filho do petista fosse investigada dentro da operação Zelotes. De acordo com a documentação que consta do processo, os responsáveis pela inclusão da firma de Luís Cláudio Lula da Silva foram o Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda, outros dois órgãos que investigam o esquema de compra de sentenças do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
Após a operação, na última segunda-feira, eram fortes os rumores em Brasília de que Lula e o PT estavam insatisfeitos com a presidenta Dilma Rousseff e, principalmente, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que é o chefe da PF. Na visão de petistas, Cardozo deveria frear os abusos da polícia e evitar que o principal líder do partido fosse alvo de “ataques infundados”.
A empresa LFT Marketing Esportivo, de propriedade de Luís Cláudio, é investigada por ter recebido 1,5 milhão de reais do escritório Marcondes e Mautoni, um dos principais envolvidos na compra de medidas provisórias para beneficiar o setor automotivo. A suspeita contra ele é de influência política para a aprovação das medidas. Os advogados de Luís Cláudio negam irregularidades e dizem que, mesmo sem ter nenhum funcionário registrado, a LFT agiu apenas na sua área de atuação.

Crescem suspeitas contra Lula e PT reforça a blindagem de seu ídolo


Lula e Falcão em encontro do PT, em novembro passado. © Lula Marques Lula e Falcão em encontro do PT, em novembro passado.

MAIS INFORMAÇÕES

O combativo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está abatido, cabisbaixo e bem diferente do falante ex-sindicalista que movia multidões em piquetes de São Paulo e do político que liderou comícios pelo Brasil entre os anos 1990 até suas duas vitórias eleitorais em 2002 e 2006. Aliados dele dizem que os sucessivos ataques que ele e seus familiares têm sofrido contribuíram para a notável mudança de semblante. E não faltam razões para isso.
Um documento da Polícia Federal entregue à Justiça nesta semana admitindo que o ex-presidente é um dos investigados no esquema de “venda” de medidas provisórias que beneficiaram montadoras de automóveis é apenas uma gota dentro do oceano de más notícias que o isola. O que mais tem preocupado a família Lula e, por consequência toda a cúpula do seu partido, o PT, é a suspeita de que ele seria dono de ao menos dois imóveis (que valem juntos cerca de 3 milhões de reais) e jamais foram declarados à Receita Federal: um sítio de 173.000 metros quadrados em Atibaia e um apartamento tríplex de 215 metros quadrados no Guarujá, ambos no Estado de São Paulo.
Pior, que esses dois imóveis teriam sido reformados pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, ambas afundadas no esquema suspeito de desviar bilhões de reais da petroleira brasileira Petrobras e descoberto pela operação Lava Jato. Seriam uma espécie de presente ao ex-presidente que foi um dos principais beneficiários pelas doações de campanhas eleitorais feitas por essas duas empresas nos últimos anos, de acordo com os investigadores.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta sexta-feira (dia 5), a compra do sítio no interior paulista fora oficializada no escritório de um compadre de Lula, o advogado Roberto Teixeira. Os proprietários do imóvel seriam dois sócios de Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula e afilhado de Teixeira, que é investigado na operação Zelotes, aquela que trata da suposta venda de medidas provisórias. Até o mês passado Lula era apenas uma testemunha desta operação que prestou informações aos policiais.
Por meio de seu advogado e de sua assessoria de imprensa, Lula nega que seja o dono desses imóveis. Diz ainda que há uma tentativa de macular a imagem do ex-presidente. Sobre o sítio, a assessoria do petista afirma que ele pertence a amigos da família. Alega que suas idas ao local – foram 111 nos últimos quatro anos, conforme publicado pela revista Época – seriam apenas visitas em momentos de descanso familiar. Já com relação ao apartamento, alega que chegou a comprar uma cota de uma unidade no mesmo condomínio, mas nunca adquiriu o tríplex.

Movimento de blindagem

“Tocar no presidente Lula é chamar a gente para a luta. Nós não vamos ter covardia nesse momento”. A fala do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) demonstra bem o movimento de blindagem que petistas e seus aliados estão promovendo neste momento para proteger o ex-presidente Lula. Talvez por ser o único nome do PT para as eleições presidenciais de 2018 e por ser o mentor da maioria dos programas sociais que ainda têm algum respeito no país, como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, os governistas lançaram mão de uma força-tarefa em defesa do presidente de honra dos petistas.
Nos últimos dias, senadores e deputados ocuparam as tribunas das duas Casas Legislativas para reclamar do tratamento que o ex-presidente sofria da mídia e de parte dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, além da polícia.
“Há uma caçada em curso. Há uma determinação explícita de esmagar o poder político de um ex-presidente da República, por mais bizarro que isso possa parecer”, reclamou o senador Humberto Costa (PT-PE). “O Lula já foi acusado de tudo em sua vida. Talvez ele pudesse ser acusado de retirar 40 milhões de brasileiros da miséria”, completou a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR). O curioso é que os três senadores que mais defenderam Lula nos últimos dias respondem a inquéritos na Lava Jato.
A blindagem de Lula tem sido estimulada pelos canais oficiais do PT. O presidente da legenda, o jornalista Rui Falcão, instou os parlamentares a atuarem na defesa do ex-presidente não só no plenário, mas também nas redes sociais. No próximo dia 27, durante as comemorações do aniversário da sigla, haverá um ato em homenagem ao ex-presidente. “Um ato de solidariedade, mas não um ato de desagravo. Porque não considero que haja um agravo o tipo de ataque que se faz ao Lula, que deveria ser respeitado pelo nosso povo por tudo que fez pelo Brasil”, afirmou Falcão à Agência de Notícias do PT.
Parlamentares de outras legendas também aderiram à tentativa de proteção de Lula. “Acho que essa política de desconstrução das nossas lideranças não vai nos levar a lugar nenhum”, disse o senador Hélio José (PMB-DF). “Não tenho nenhuma dúvida de que o Lula paga pela sua ousadia, pela sua coragem de quebrar o muro entre o rico e o pobre”, acrescentou o senador Telmário Mota (PDT-RR).

Sogro de responsável por obra em sítio de Lula nega pagamento de R$ 550 mil


<p>O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família.</p> 
  © Fornecido por Notícias ao Minuto
O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família.

No endereço na periferia da cidade de Colorado (noroeste do Paraná), em que é a sede da empresa Fernandes dos Anjos e Porto Montagens de Estruturas Metálicas existe uma casa simples, em uma rua sem asfalto, informou a "Folha de S. Paulo".
Documentos apreendidos pela Polícia Federal no escritório do pecuarista José Carlos Bumlai, segundo o jornal "O Globo", indicam que a empresa recebeu R$ 550 mil para reformar o sítio usado pelo ex-presidente Lula.
Reportagem da "Folha" revelou que, segundo testemunhas e depoimentos colhidos pelo Ministério Público, uma espécie de consórcio informal de empresas (Odebrecht, OAS e Usina São Fernando) dirigidas por amigos do ex-presidente bancou as obras.
A empresa de Colorado pertence a Adriano Fernandes dos Anjos. No estanto, o sogro de Adriano, o aposentado Antônio Miguel da Silva, segundo a "Folha", disse que ele nunca recebeu esse valor.
Silva afirma que o genro trabalhou no local na montagem de estruturas metálicas, como base para uma construção e que o serviço durou um mês. "Mas de jeito nenhum ele recebeu R$ 550 mil. Foi algo entre R$ 35 mil e R$ 70 mil. Meu genro só tem dívidas e vontade de trabalhar", disse.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Este texto antigo de astronomia da Babilônia muda a história


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Mais de mil anos antes dos primeiros telescópios, os astrônomos babilônios acompanhavam o movimento dos planetas no céu noturno usando aritmética simples. E um texto recém-traduzido revela que eles também usaram um método muito mais avançado, que antecipou o desenvolvimento do cálculo em mais de um milênio.
É um fato bem conhecido que os babilônios eram astrônomos matemáticos bastante hábeis, que preservavam seus conhecimentos em centenas de tabuletas de argila. Mas quando o astroarqueólogo Mathieu Ossendrijver, da Universidade Humboldt de Berlim, traduziu um texto não-estudado sobre Júpiter, ele descobriu algo surpreendente.
Para acompanhar a trajetória do gigante de gás no céu, os babilônios usavam uma técnica geométrica – o procedimento trapezoidal – que é uma base do cálculo moderno. Até agora, acreditava-se que este método tinha sido inventado na Europa medieval, cerca de 1.400 anos depois.
“Isso mostra como esta cultura antiga era altamente desenvolvida”, disse Ossendrijver ao Gizmodo. “Eu acho que ninguém esperava algo como isto sendo encontrado em um texto babilônico.” A descoberta foi publicada na revista Science.

Tabuletas

O texto pertence a uma coleção de milhares de tabuletas de argila, inscritas com a escrita cuneiforme e escavadas no Iraque durante o século XIX. Ao traduzi-las e estudá-las ao longo do século passado, os arqueólogos aprenderam muito sobre os babilônios, incluindo o seu sistema avançado de astronomia, que se desenvolveu a partir do zodíaco em torno de 400 a.C.
Os astrônomos babilônios, que também eram sacerdotes, acreditavam que todos os acontecimentos terrestres – o clima, o preço dos grãos, o nível dos rios – estavam ligados ao movimento dos planetas e estrelas. E de todas as forças que influenciam nosso mundo, nenhuma foi tão importante como Marduk, o patrono de Babilônia – ele foi associado a Júpiter.
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Marduk, o deus patrono de Babilônia (via Wikimedia)
Como Ossendrijver explica em seu estudo, cerca de 340 tabuletas de astronomia babilônica possuem dados sobre as posições planetárias e lunares, dispostos em linhas e colunas como uma planilha. Outras 110 tabuletas são processuais, com instruções que descrevem as operações aritméticas (adição, subtração e multiplicação) utilizadas para calcular as posições dos objetos celestes.
Mas uma coleção – um conjunto de quatro tabuletas sobre a posição de Júpiter – parece preservar fragmentos de uma técnica para o cálculo da área abaixo de uma curva. Estes textos são fragmentários, e durante décadas seu significado astronômico foi desconhecido. Em 2014, Ossendrijver descobriu o manual de instruções: uma tabuleta que “simplesmente passou despercebida”, segundo ele, e que acumulava poeira no Museu Britânico desde 1881.

O cálculo

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Um dos textos babilônicos fragmentários (à esquerda), mostrando uma porção de um cálculo para determinar o deslocamento de Júpiter no plano da eclíptica: trata-se da área sob a curva tempo-velocidade (à direita)/Mathieu Ossendrijver
O “texto A”, agora descodificado, descreve um procedimento para calcular o deslocamento de Júpiter através do plano da eclíptica, o caminho que o Sol parece seguir através das estrelas ao longo de um ano. De acordo com o texto, os babilônios faziam isso acompanhando a velocidade de Júpiter como uma função do tempo e determinavam a área sob a curva tempo-velocidade.
Até agora, a primeira origem deste conceito datava do século XIV na Europa. “Em 1350, os matemáticos entendiam que, se você calculasse a área sob esta curva, você teria a distância percorrida”, disse Ossendrijver. “Isso é uma visão bastante abstrata sobre a conexão entre o tempo e movimento. Estes textos mostram que tal percepção surgiu na Babilônia.”
Na visão de Ossendrijver, é improvável que esse método tenha sobrevivido ao enorme abismo de tempo entre o desaparecimento da cultura babilônica e a Europa medieval. “Eu acho mais provável que [os europeus] tenham desenvolvido isso de forma independente”, disse ele, observando que o procedimento trapezoidal não parece ter sido popular entre os astrônomos babilônios, e que muito de seu conhecimento foi perdido quando a cultura morreu em cerca de 100 d.C.
“Quem sabe o que mais está escondido nas milhares de tabuletas em museus ao redor do mundo?”, continuou Ossendrijver. “Isso faz parte da história da ciência, e eu espero que aumente a consciência do valor de proteger essa herança.”
Imagem: texto recém-traduzido e detalhado na revista Science/Mathieu Ossendrijver

Apple passa a aceitar iPhones danificados como troca para novos modelos


© Fornecido por Notícias ao Minuto
A Apple se prepara para lançar novas iniciativas de varejo, principalmente voltadas para usuários de iPhones que pretendem comprar versões mais recentes do smartphone. A empresa irá atualizar o programa de troca "trade-in", para aceitar iPhones com telas, câmeras ou botões danificados.
O projeto da Apple Store pretende reutilizar e reciclar os aparelhos da empresa. Os clientes com versões antigas do iPhone podem trocá-los por créditos. Esses créditos servem como desconto para comprar modelos mais recentes do smartphone da fabricante. A iniciativa já até existia, mas a Apple não aceitava dispositivos com telas ou botões quebrados.
A partir desta semana, as lojas autorizadas da Apple poderão trocar os créditos por modelos  do iPhone 5s e unidades dos iPhones 6 e Plus.

Como encontrar seu celular perdido



Ih, aconteceu: não só você está com uma forte ressaca da noite passada, como não consegue encontrar o celular. Será que ele ficou no bar? No táxi? Na sarjeta? Quem sabe! Mas não se desespere, há uma série de apps que sabem. Veja como encontrar o seu celular quando ele desaparecer.
Estas dicas e apps vão fazer o possível para que você recupere seu dispositivo. Ou, se a perda for permanente, eles garantem que ninguém terá acesso às informações dentro dele.
Android
gerenciador dispositivos 2016 © Fornecido por Gizmodo gerenciador dispositivos 2016
Não importa se seu smartphone foi perdido atrás do sofá ou em outro país: sua opção mais direta para encontrá-lo é o Gerenciador de Dispositivos Android - disponível em android.com/devicemanager. Ele permite aos usuários localizar e rastrear o aparelho, além de fazê-lo tocar um ringtone e, se necessário, apagar remotamente seus dados, tudo a partir de um navegador web.
É possível ver seu dispositivo num mapa em qualquer lugar do mundo. Se ele estiver próximo, clique no botão "Tocar": o celular toca no volume máximo, mesmo se ele estiver no modo silencioso.
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Também é possível ativar um bloqueio de senha, para que ninguém fique bisbilhotando seu celular - clique em "Bloquear". Você ainda pode inserir uma mensagem na tela de bloqueio ("devolva meu celular!"), e até mesmo colocar um botão de telefone - assim, quem achou pode tocar nele e ligar para o número de sua escolha.
E se você descobrir que não poderá recuperá-lo, o Gerenciador permite apagar remotamente o conteúdo do dispositivo - clique em "Apagar".
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No entanto, você precisa habilitar esta função antes: abra o app Config. Google, vá em Segurança e ative as opções "Localizar remotamente o dispositivo" e "Permitir bloqueio e limpeza remotos". (Isso não adianta se você já tiver perdido o celular!)
O Gerenciador funciona no Android 2.2 ou superior.
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Avast Anti-Theft
Avast Anti-Theft tem os recursos básicos do Gerenciador de dispositivos Android, e traz alguns extras.
Você pode localizar seu dispositivo em um mapa, bloqueá-lo à distância, ativar um alarme sonoro em volume máximo, mostrar uma mensagem personalizada na tela, e também apagar todos os dados.
E tem mais: é possível renomear o Avast Anti-Theft para disfarçar o aplicativo; fazer seu smartphone ligar para um número específico sem acender a tela, e assim ouvir o local onde ele está; e receber por SMS o novo número do aparelho e seu local caso troquem o chip.
Tudo isso é gratuito. Há também uma versão paga com recursos mais avançados. Por exemplo, é possível tirar uma foto da pessoa que está tentando desbloquear o dispositivo após três tentativas; e configurar o smartphone para tomar medidas específicas (enviar localização ou soar um alarme) quando ele sair de um perímetro definido.
cerberus android © Fornecido por Gizmodo cerberus android
Cerberus
O Cerberus talvez seja o app antirroubo mais completo para Android. Ele tem todos os recursos básicos (rastrear, bloquear com um código, soar alarme, exibir mensagem na tela, apagar dados remotamente) e muito mais.
O app tira fotos, screenshots e até mesmo grava vídeos para identificar o ladrão; grava o áudio do microfone; e esconde o Cerberus na lista de apps. Ele também obtém informações sobre a rede celular e rede Wi-Fi na qual o dispositivo se conectar.
cerberus android 2 © Fornecido por Gizmodo cerberus android 2
O app funciona mesmo se o dispositivo não tiver conexão à internet, porque o controle remoto pode ser feito através de SMS. Se o ladrão trocar o chip, tudo bem: o Cerberus envia o novo número para você.
Ele também pode executar ações automaticamente: por exemplo, enviar um e-mail com a foto do ladrão quando ele inserir o código incorreto. Em dispositivos Android com root, você pode até impedir que o app seja desinstalado, mesmo se o ladrão fizer reset.
O Cerberus funciona de graça por uma semana e depois cobra 4,99 euros (cerca de R$ 22) por uma licença vitalícia. Você pode usar essa licença em até 3 dispositivos.
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Lookout
Outra opção popular é o Lookout. Na verdade, ele é uma suíte de segurança que também inclui antivírus e backup.
A versão gratuita mapeia a localização do seu aparelho, e permite soar um alarme. Quando a bateria estiver baixa, ele salva automaticamente a localização de seu telefone.
Se você quiser mais recursos, terá que gastar dinheiro. A versão paga permite bloquear o aparelho, deixar uma mensagem personalizada, apagar remotamente seus dados, e receber uma "theftie" - um e-mail com a foto e o local de quem mexer no seu dispositivo. Ela custa US$ 2,99 por mês ou US$ 29,99 por ano.

Windows Phone/Windows 10 Mobile

Localizar meu telefone

O Windows Phone tem um recurso embutido chamado Localizar meu Telefone. Ele permite localizar seu aparelho em um mapa, fazê-lo tocar (mesmo se estiver no modo silencioso), bloquear o celular e exibir uma mensagem – com suas informações de contato, por exemplo – para quem o tiver. Também é possível resetar seu aparelho e apagar todos os dados remotamente.
Para usar esta função, vá até account.microsoft.com/devices, faça login com sua conta da Microsoft, escolha o aparelho que você quer localizar e clique em “Localizar meu telefone”. Neste site, você também consegue localizar seus laptops com Windows 10.
Para fazer o smartphone tocar, clique em “Tocar” e siga as instruções. Para bloqueá-lo e mostrar uma mensagem na tela de bloqueio, clique em “Bloquear”. E para fazer reset remoto, clique em “Apagar”.
Se você quiser mudar as configurações deste recurso, pegue seu celular e vá até Configurações > Localizar meu telefone (no Windows Phone 8) ou Configurações > Atualização e segurança > Localizar meu telefone (no Windows 10 Mobile).
iOS
find my iphone © Fornecido por Gizmodo find my iphone
O serviço Buscar Meu iPhone funciona através do iCloud, então não é preciso instalar nada - ele já está embutido no iOS. No entanto, se você quer localizar seus outros dispositivos da Apple, há um app para isso: ele está disponível no iTunes. Também é possível acessá-lo via web.
prey 2016 © Fornecido por Gizmodo prey 2016
Prey
Para uma proteção um pouco mais avançada, temos o Prey. Ele inclui recursos básicos: monitora seu dispositivo em um mapa; toca um alarme alto mesmo se o dispositivo estiver no silencioso; e exibe uma mensagem na tela.
Além disso, ele faz geolocalização usando tanto o GPS como o Wi-Fi; tira fotos usando a câmera frontal e traseira; e grava as informações da rede em que o dispositivo estiver conectado.
Ele está disponível de graça; para funções avançadas (criptografia SSL, suporte por e-mail) é preciso comprar um pacote anual in-app de US$ 30 ao ano.

Qualquer celular

hangouts fazer chamada pc gmail © Fornecido por Gizmodo hangouts fazer chamada pc gmail
Nem todas as situações de telefone perdido requerem um app completo para resolver: às vezes ele está debaixo de uma pilha de roupas, por exemplo. Pegue outro telefone emprestado e ligue para o seu.
Se não tiver um por perto, use um serviço de VoIP. Não é preciso comprar nem gastar créditos, e você pode usar o Google Hangouts, embutido no Gmail, para tanto.
No campo de bate-papo, clique no ícone do telefone. Caso necessário, instale o plugin para ligações – é bem rápido. Então siga as instruções:
– disque o número gratuito +1800-283-1055;
– disque 1 para receber instruções em português;
– disque 1 para ligar a cobrar;
– digite seu DDD e número de celular.
Este é um serviço da Embratel para que americanos liguem a cobrar para o Brasil. Cuidado para não atender o telefonema, ou será cobrada uma ligação a cobrar internacional, o que é bastante caro.
Se preferir, você pode baixar e instalar o Skype e seguir os mesmos passos acima. O Skype está embutido no Outlook.com, e você pode usá-lo instalando um plugin.

Prevenir é melhor que remediar

Por mais que estes apps e serviços sejam úteis, suas melhores chances de sucesso virão antes mesmo de você perder seu celular.
Coloque suas informações de contato em algum lugar no seu celular que seja facilmente acessível. Você pode colar fita crepe na traseira e escrever seu e-mail (só se você usar uma capinha!), ou colocar algo na tela de bloqueio, por exemplo. Isso melhora as chances de conseguir o celular de volta, pois quem o encontrar terá como entrar em contato.
Se possível, procure usar outro telefone quando sair para lugares em que você esteja mais propenso a perder seu celular. Se você tem um celular velho por aí, coloque seu chip nele, e seus amigos ainda poderão ligar para você – perder o celular não será um aborrecimento tão grande.

Em caso de roubo, bloqueie

Se você perdeu o celular de vez, faça o bloqueio da linha, e evite que o ladrão gaste seus créditos ou gere cobranças indevidas – basta ligar para sua operadora. Feito o bloqueio, você pode manter o serviço suspenso de 30 a 120 dias sem risco de perder o número.A
proveite também para bloquear o IMEI do aparelho: trata-se de uma sequência numérica de 15 algarismos, encontrada na caixa ou na nota fiscal. Assim, o aparelho não consegue se registrar nas redes celulares, e por isso deixa de fazer e receber ligações.
Se possível, faça o seguinte agora mesmo: disque *#06# no seu celular e anote o IMEI em algum lugar difícil de perder (Evernote, OneNote, ou mande para si mesmo por e-mail).
Agora, basta ligar para a operadora. Como explicam Claro e Oi, não é preciso boletim de ocorrência, apenas o IMEI. Feito isso, ele entra no Cemi (Cadastro de Estações Móveis Impedidas), cadastro único que registra aparelhos roubados para impedir que eles sejam habilitados com novas linhas. Caso você recupere o aparelho, o desbloqueio só poderá ser feito em uma loja da operadora.
Infelizmente, é possível trocar um IMEI bloqueado por outro mapeado como legítimo, usando kits “que custam aproximadamente quinze dólares”, segundo a Teleco.
Não há uma solução única e perfeita para recuperar seu celular. Os apps e técnicas descritas acima lhe darão uma chance de reavê-lo, no entanto. Até lá, deixe seu telefone perto de você e não saia do bar sem ele.
O texto acima é uma versão atualizada deste post publicado em 2013. Foto por Chris Isherwood/Flickr
hangouts fazer chamada pc gmail © Fornecido por Gizmodo hangouts fazer chamada pc gmail

Após acordo, presidente afastado da Andrade Gutierrez é solto


Agência O Globo

SÃO PAULO — O presidente afastado da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo vai passar o carnaval em casa. O executivo e o ex-diretor da empresa construtora, Elton Negrão, foram soltos pelo juiz Sérgio Moro após fecharem acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR). Moro ainda suspendeu a ação que investiga a participação dos dois no esquema de corrupção da Petrobras por conta de “fato relevante” às investigações. O juiz não detalhou qual seria o fato.
Os dois executivos foram presos durante a 14ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada em junho de 2015. Desde outubro, eles negociavam colaborar com a Lava-Jato. A delação de Otávio Azevedo é vista pelos investigadores como a peça chave para desvendar o esquema de pagamento de propina no setor elétrico similar ao existente na Petrobras. Além disso, durante as negociações, os executivos teriam afirmado poderem detalhar um esquema de corrupção nas obras para as Olimpíadas do Rio.
Moro suspendeu o prazo das alegações finais da defesa no processo que envolve a empreiteira. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Andrade Gutierrez agia de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras. A empresa montou uma rede de pagamento de propinas envolvendo offshores em paraísos fiscais.
Otávio Marques e Elton Negrão ficaram com tornozeleiras eletrônicas e terão que comparecer pessoalmente a todos os atos do processo caso sejam requisitados.

Casos de doença neurológica associada ao zika aumentam no Rio



<p>Hospital em Niteroi atendeu 16 pacientes só este ano, sendo que a média anual histórica é de cinco.</p> © Fornecido por Notícias ao Minuto
O Hospital Universitáro Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), já atendeu esse ano, em pouco mais de um mês, 16 casos de pessoas com a síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica que tem sua infecção associada ao zika - a média histórica é de cerca de cinco por ano.
De acordo com o jornal O Globo, seis pessoas pessoas estão internadas com o problema no momento. Todas contraíram o zika no Estado do Rio de Janeiro e, alguns dias depois, passaram a apresentar síntomas da síndrome. Houve quem ficasse totalmente paralisado.
O pesquisador Osvalo Nascimento, coordenador e pesquisa e pós-graduação em Neurologia da UFF, disse ao jornal O Globo que os casos de Guillain-Barré associados ao zika parecem ser mais severos do que os "clássicos" da síndrome. "O número de doentes que chegam a nós aumentou muito. Só em janeiro foram seis casos graves e outros dez com sintomas menos severos, que não necessitaram de internação", disse.

Compra de sítio em Atibaia foi lavrada em escritório do compadre de Lula


A compra do sítio usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia (SP) foi formalizada no escritório do advogado e empresário Roberto Teixeira, compadre do petista, no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel custou R$ 1,5 milhão, em outubro de 2010, dos quais R$ 100 mil (R$ 143 mil em valores atuais) foram pagos em dinheiro em espécie.
As informações constam das escrituras de compra e venda das duas áreas que compõem o imóvel de 173 mil m², investigado pela Operação Lava Jato sob suspeita de ter sido reformado a mando de empreiteiras que tiveram ex-executivos condenados na Justiça por envolvimento no esquema de desvios e de propinas da Petrobrás.
Segundo o documento, Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, amigo de Lula, pagou R$ 500 mil por uma parte do sítio e Jonas Suassuna, primo do ex-senador Ney Suassuna, arcou com R$ 1 milhão. Ambos são sócios de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula.
Sítio em Atibaia: No interior de SP. Sítio sob investigação em Atibaia: comerciantes e prestadores de serviço dizem que reforma no local foi paga por OAS e Odebrecht © Fornecido por Estadão No interior de SP. Sítio sob investigação em Atibaia: comerciantes e prestadores de serviço dizem que reforma no local foi paga por OAS e Odebrecht Dos R$ 500 mil pagos por Bittar, R$ 100 mil foram “recebidos em boa e corrente moeda nacional”. O restante foi pago em dois cheques do Banco do Brasil. O negócio foi formalizado no dia 29 de outubro de 2010, dois dias antes da eleição da presidente Dilma Rousseff, no 19.º andar de um prédio de escritórios na Rua Padre João Manoel, nos Jardins. O endereço é o do escritório de Teixeira.

Texeira é amigo de Lula desde os anos 1980 e padrinho de Luís Cláudio, caçula de Lula. Durante anos o ex-presidente morou em uma casa pertencente ao empresário em São Bernardo. Teixeira também intermediou a compra da cobertura duplex onde Lula mora atualmente em São Bernardo do Campo e é proprietário do apartamento onde vive Luís Cláudio.
Conforme revelou o Estado, o agrimensor Cláudio Benatti disse ter sido contratado por Teixeira em 18 de dezembro de 2010 para começar os serviços no sítio em 20 de janeiro de 2011, em caráter de urgência no sítio. Lula deixou o Planalto naquele mês e parte da sua mudança foi levada para o sítio. Benatti deve prestar depoimento na semana que vem à Lava Jato.

Gaveta

Conforme os documentos do sítio, a compra havia sido fechada pelo menos dois meses antes, no dia 5 de agosto de 2010, por meio de um Instrumento Particular de Compra e Venda firmado entre os compradores e o antigo dono, Adalton Santarelli, um comerciante de São Paulo.
O sítio usado por Lula e sua família em Atibaia é alvo de investigação da Operação Lava Jato. Segundo relatos de comerciantes locais e prestadores de serviço, parte da reforma foi bancada pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, ambas investigadas pela Operação Lava Jato.
A chegada da Lava Jato mudou a rotina do bairro do Portão, em Atibaia, limite entre a cidade e a área rural onde fica o sítio usado pelo ex-presidente. Vizinhos e comerciantes da região têm sido questionados pelos procuradores do Ministério Público Federal sobre a frequência das visitas, rotina e companhias do petista no local.
No depósito Dias, que forneceu parte do material para a reforma do imóvel, em 2011, os procuradores realizaram duas buscas de documentos e notas fiscais da época. O atual dono, Nestor Neto, que assumiu a loja em 2014, afirmou que o objetivo era encontrar provas e buscar novas informações. Há suspeita de que a Odebrecht pagou parte da conta. “Os procuradores analisaram algumas documentações antigas, como notas e comprovantes, que ainda estavam na loja. Acessaram salas que estavam fechadas pelo dono do prédio e eu não tinha mais acesso”, disse Neto. Duas atendentes da padaria Iannuzzi, que fica no acesso ao sítio, dizem que a ex-primeira-dama Marisa Letícia comprava no local.

Situação de Lula e Dirceu dominou aniversário de Kátia Abreu


Agência O Globo

Na badalada festa em que a ministra da Agricultura Kátia Abreu comemorou seus 54 anos, nesta terça-feira em Brasília, dois assuntos dominaram as rodas de conversas entre os convidados: as dificuldades cada vez maiores do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu se explicarem no emaranhado de denúncias, e a falta de “DNA” político da presidente Dilma Rousseff para conseguir aprovar as reformas e medidas anunciadas essa semana no Congresso. Entre os presentes ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal de Contas e senadores da base e oposição .
As maiores críticas partiram do ministro Gilmar Mendes , ao comentar o depoimento em que José Dirceu discorreu sobre valores e favores recebidos de empreiteiras e empresas envolvidas nas investigações da Operação Lava-jato. Segundo os presentes, Gilmar se disse impressionado com a naturalidade e a forma banal com que Dirceu falava de milhões como se fossem alguns reais, de forma “arrogante” pelo fato de , como ministro da Casa Civil, ter ascendência sobre autoridades e partidos.
Na conversa, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende vários políticos citados ou já investigados pela Lava-Jato, concordou que tanto Lula quanto Dirceu enfrentam grandes dificuldades para se defender.
— Os comentários de todos eram sobre as dificuldades que Lula está tendo para prestar esclarecimentos. A imagem de Zé Dirceu prestando depoimento na GloboNews , contristado, deu pena, foi uma auto-condenação. As pessoas estavam comentando até com uma certa compaixão — disse o ministro Gilmar Mendes ao GLOBO.
Ele era o centro de uma roda que se formou no final da festa com o presidente do Senado, Renan Calheiros; o ministro do TCU, Vital do Rego; a ministra Kátia Abreu e os senadores Eunício Oliveira (PMDB), Romero Jucá (PMDB), Tasso Jereissatti (PSDB), Ronaldo Caiado (Democratas) e Kakay . A anfitriã chegou a contratar uma banda de karaokê para cantar em dupla com Kakay, mas as conversas estavam tão animadas que a cantoria nem aconteceu.
Com Kátia em pé, acompanhando as conversas na roda, uma outra discussão se formou, desta vez sobre as dificuldades da presidente Dilma em aprovar no Congresso as reformas e CPMF. Na roda, alguns achavam que o movimento pró-impeachment tinha arrefecido, outros não.
— Dilma não vai conseguir aprovar nada, nem reformas da Previdência, nem CPMF. E vai continuar com essas estorinhas dela engabelando todo mundo — disse Caiado.
— Se passar a reforma da Previdência, até tem uma chance de aprovar a CPMF. Mas só passa se passar as reformas — avaliou Romero Jucá, que informou aos presentes que voltara a falar com a presidente Dilma e agora quer ajudar o Governo.
Segundo Kátia Abreu, Renan ficou de árbitro entre os senadores da oposição e da base, durante a discussão sobre Dilma. Kakay ficou defendendo as necessidades de aprovar as medidas e o Caiado e os outros senadores da oposição dizendo que não tinha ambiente. E Kátia falou sobre sua relação com a presidente Dilma no governo.
— Eu não escondo que sou de direita mesmo, que respeito os pontos de vista da presidente, mas comando o ministério da Agricultura de acordo com as minhas ideias, nunca mudei. E ela também respeita isso _ disse Kátia na conversa.
Logo no início da festa Kakay provocou a ministra, sobre porque não tinha convidado o senador José Serra (PSDB-SP), com quem teve um entrevero no jantar natalino do Senado, no final do ano passado.
— Você está calma hoje? O Serra não vem não? — brincou Kakay.
— Se eu soubesse que o vinho do Eunício era tão caro, eu não teria jogado no Serra — respondeu a ministra, sobre o vinho italiano da região da Toscana, Tiagnello, que custa cerca de R$600,00 a garrafa.

Aliados aconselham Lula a admitir que reforma de sítio foi um 'presente'



<p>O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família.</p>  
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O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingido pela maior crise desde que deixou a Presidência, está sendo aconselhado por aliados e integrantes do governo Dilma Rousseff a adotar oficialmente a tese de que "recebeu de presente" a reforma feita no sítio que frequenta em Atibaia (SP), informou a Folha de São Paulo.
Contudo, essa linha de defesa ainda divide opiniões dentro do próprio PT e no entorno dele. Primeiro, há o temor de que as bases do partido não recebam bem esse discurso, que foge à tese de que a cúpula petista age em favor da legenda, não em benefício próprio.
O segundo empecilho está no fato de a Odebrecht já ter avisado que não assumirá publicamente que custeou a reforma. A decisão foi tomada internamente pela empreiteira e comunicada a pessoas próximas a Lula.
De acordo com a reportagem da Folha, testemunhas e depoimentos colhidos pelo Ministério Público, revelaram que uma espécie de consórcio informal de empresas (Odebrecht, OAS e Usina São Fernando) dirigidas por amigos do ex-presidente bancou as obras.
A ex-dona de uma loja de material de construção em Atibaia disse que a Odebrecht bancou R$ 500 mil em produtos para a obra. Um engenheiro da construtora admitiu ter participado da reforma, em "caráter informal".
O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família, em dias de descanso. Um dos interlocutores do petista ouvido pela reportagem resumiu o estado de ânimo dos personagens envolvidos na aquisição e reforma do sítio: todos estão "em pânico" com o caso.
Ainda assim, pessoas próximas a Lula já começaram a testar a teoria. De acordo com a “Folha de São Paulo” desta quinta-feira (4), o ex-ministro Gilberto Carvalho, bastante próximo a ele, disse que seria "a coisa mais normal do mundo" se a Odebrecht tivesse bancado a reforma do sítio.
Nos bastidores, desde que o caso ganhou atenção, petistas de primeiro escalão têm citado que, entre ex-presidentes dos EUA, por exemplo, é comum o recebimento de presentes após o mandato.
Ainda segundo a “Folha”, no caso de Lula, a reforma começou no fim de 2010, quando ele ainda ocupava o Planalto. Para rebater esse ponto, Carvalho disse que a primeira vez que Lula esteve na chácara foi em 2011.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Lobista delata Aécio em depoimento sobre Furnas a Sérgio Moro


© Fornecido por Notícias ao Minuto
O lobista Fernando Moura afirmou, nesta quarta, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que Furnas era uma empresa estatal controlada pelo senador Aécio Neves. Moura disse que a pessoa a ocupar a diretoria foi escolhida pelo tucano e aceito pelo governo Lula. Além disso, afirmou que o esquema de propina se assemelhava ao instalado na Petrobras: "É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio."
Segundo a Folha de S. Paulo, Fernando Moura chegou a ser ameaçado de perder os benefícios da delação premiada depois de apresentar outra versão sobre o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, no esquema de desvio de recursos da Petrobras por meio de contratos de empreiteiras.
Aécio foi citado pelo lobista em uma reunião em 2002, após a vitória de Lula, onde se discutia a escolha de nomes para a diretoria de diversas estatais, entre elas a Petrobras, Correio, Caixa Econômica Federal, Furnas e Banco do Brasil.
Na ocasião, para a Petrobras, o nome indicado ao então ministro Dirceu foi o de Renato Duque.
Em nota, o PSDB definiu como "declaração requentada e absurda" a citação a Aécio e uma "velha tentativa de vincular o PSDB aos crimes cometidos no governo petista".

Ação penal contra Neymar e seu pai é rejeitada por juiz



Ação do MPF contra o craque do Barcelona foi rejeitada por juiz.© Foto: Curto de la Torre/AFP Ação do MPF contra o craque do Barcelona foi rejeitada por juiz.
A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre Neymar e seu pai foi rejeitada pelo juiz Mateus Castelo Branco, da 5ª Vara Federal de Santos. Dessa forma, uma ação penal não será aberta contra ambos e dois dirigentes do Barcelona, Alexandre Rosell Feliu e Josep Maria Bartomeu Floresta.
O juiz acatou a argumentação de que não poderia haver um processo judicial sobre o caso enquanto ainda há discussões na esfera administrativa da Receita Federal, de acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”.
O MPF os acusava de terem forjado uma série de documentos entre 2006 e 2013 com o objetivo de suprimir impostos devidos à Receita Federal do Brasil. O esquema teria envolvido três empresas ligadas à família do jogador: a Neymar Sport e Marketing, a N&N Consultoria Esportiva e Empresarial e a N&N Administração de Bens, Participações e Investimentos.
A investigação do MPF ainda acusa Neymar de ter cometido três vezes o crime de sonegação e outras seis de falsidade ideológica. O pai do craque é acusado por 21 crimes de sonegação e 12 de falsidade ideológica, o que poderia lhe render até dez anos de prisão.
O procurador Thiago Lacerda Nobre vai recorrer da decisão. Ele acredita que o fato de haver outros crimes cometidos junto da sonegação fiscal, como o de falsidade ideológica, justifica a abertura de uma ação penal.