Uma ruptura do governo que leve à saída de Dilma
Rousseff da presidência pode antecipar para 2017, segundo analistas, a
retomada da economia, prevista para ter início em 2018. Para isso,
porém, seria necessário que o novo governo constituído tivesse uma base
sólida no Congresso de modo a viabilizar as reformas estruturais
necessárias ao País.
Economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, ponderam, no entanto, que, antes dessa retomada, uma troca no comando do Executivo pode até aprofundar a recessão da economia brasileira em 2016, por causa do aumento das incertezas no curto prazo e o consequente adiamento dos investimentos.
Em suas projeções, economistas já consideram a melhora da economia em 2017 com a saída de Dilma
O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, prevê queda de 4,5% do PIB este ano e expansão de 1,0% em 2017, já considerando alguma solução para o impasse político. Segundo ele, isso levaria a uma diminuição da volatilidade nos mercados financeiros e, posteriormente, estabilização da atividade econômica, abrindo caminho para uma eventual recuperação. “No quadro atual, é difícil ter um horizonte para investimento. Seja qual for a solução para o impasse político, haverá uma melhora”, disse.
Com um cenário similar, o economista da Bozano Investimentos Samuel Kinoshita também projeta expansão de 1% do PIB em 2017. Para ele, se a saída de Dilma for rápida e um eventual novo governo tiver um programa econômico bom, pode até haver uma certa euforia com a volta dos investimentos de maneira relativamente rápida. Ele destaca que não foi só a Petrobrás e as empreiteiras que cortaram investimentos, uma vez que a queda na confiança afetou a todos. “É lógico que levaria algum tempo para empresas e famílias concluírem seus processos de desalavancagem, mas as expectativas melhorariam bastante.”
Ainda não se tem evidência de que um eventual sucessor de Dilma teria o apoio necessário para levar as reformas à frente. Até porque, se a presidente cair mesmo, o PT, que tem a segunda maior bancada da Câmara, vai ser oposição. Dessa forma, seria necessário um novo governante com um plano crível para conseguir retomar primeiro a confiança e, posteriormente, os investimentos, segundo Bruno Rovai, economista do banco Barclays em Nova York.
Reformas. Hoje, a maior parte dos especialistas acredita que o governo Dilma, com todas as incertezas que o rondam, não tem condições de aprovar reformas estruturais e ajustes necessários para viabilizar a economia no médio prazo. “Numa situação tão ruim como essa, até uma operação arriscada, como uma mudança de governo, pode ser boa”, disse Tiago Berriel, responsável por análise econômica da Pacífico Gestão de Recursos. Para ele, se houver uma mudança e a nova administração tiver uma agenda de reforma e ajustes, um crescimento de 2% já em 2017 não é impossível.
No curto prazo, no entanto, o cenário pode ser de deterioração adicional, segundo Juan Jensen, economista da 4E Consultoria. Atualmente, ele espera uma queda de 3,4% no PIB em 2016. Se houver alguma revisão para este ano por causa do processo político, será para pior, porque o impasse não será resolvido rapidamente, disse. Jensen observa que um processo de impeachment pode durar seis meses e um processo de cassação da chapa presidencial pode se arrastar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por um ano e meio.
Economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, ponderam, no entanto, que, antes dessa retomada, uma troca no comando do Executivo pode até aprofundar a recessão da economia brasileira em 2016, por causa do aumento das incertezas no curto prazo e o consequente adiamento dos investimentos.
Em suas projeções, economistas já consideram a melhora da economia em 2017 com a saída de Dilma
O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, prevê queda de 4,5% do PIB este ano e expansão de 1,0% em 2017, já considerando alguma solução para o impasse político. Segundo ele, isso levaria a uma diminuição da volatilidade nos mercados financeiros e, posteriormente, estabilização da atividade econômica, abrindo caminho para uma eventual recuperação. “No quadro atual, é difícil ter um horizonte para investimento. Seja qual for a solução para o impasse político, haverá uma melhora”, disse.
Com um cenário similar, o economista da Bozano Investimentos Samuel Kinoshita também projeta expansão de 1% do PIB em 2017. Para ele, se a saída de Dilma for rápida e um eventual novo governo tiver um programa econômico bom, pode até haver uma certa euforia com a volta dos investimentos de maneira relativamente rápida. Ele destaca que não foi só a Petrobrás e as empreiteiras que cortaram investimentos, uma vez que a queda na confiança afetou a todos. “É lógico que levaria algum tempo para empresas e famílias concluírem seus processos de desalavancagem, mas as expectativas melhorariam bastante.”
Ainda não se tem evidência de que um eventual sucessor de Dilma teria o apoio necessário para levar as reformas à frente. Até porque, se a presidente cair mesmo, o PT, que tem a segunda maior bancada da Câmara, vai ser oposição. Dessa forma, seria necessário um novo governante com um plano crível para conseguir retomar primeiro a confiança e, posteriormente, os investimentos, segundo Bruno Rovai, economista do banco Barclays em Nova York.
Reformas. Hoje, a maior parte dos especialistas acredita que o governo Dilma, com todas as incertezas que o rondam, não tem condições de aprovar reformas estruturais e ajustes necessários para viabilizar a economia no médio prazo. “Numa situação tão ruim como essa, até uma operação arriscada, como uma mudança de governo, pode ser boa”, disse Tiago Berriel, responsável por análise econômica da Pacífico Gestão de Recursos. Para ele, se houver uma mudança e a nova administração tiver uma agenda de reforma e ajustes, um crescimento de 2% já em 2017 não é impossível.
No curto prazo, no entanto, o cenário pode ser de deterioração adicional, segundo Juan Jensen, economista da 4E Consultoria. Atualmente, ele espera uma queda de 3,4% no PIB em 2016. Se houver alguma revisão para este ano por causa do processo político, será para pior, porque o impasse não será resolvido rapidamente, disse. Jensen observa que um processo de impeachment pode durar seis meses e um processo de cassação da chapa presidencial pode se arrastar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por um ano e meio.