Armando Tripodi,
o ex-gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, afirmou em
depoimento concedido ao site institucional "Memória Petrobras", que
petroleiros da Bahia usaram o imposto sindical na campanha de Lula à
Presidência em 2002.
Tripodi recordou a participação do Sindicato
dos Químicos e Petroleiros da Bahia na eleição: "Montamos um comitê no
sindicato. Aprovamos na assembleia uma contribuição. A categoria aprovou
todo imposto sindical da categoria ser destinado à campanha de Lula",
disse.
Segundo o jornal 'Folha de S. Paulo', a legislação
eleitoral proíbe que sindicatos e entidades de classe façam doações
eleitorais. A prestação de contas da campanha de Lula naquele ano não
registrou nenhum repasse do sindicato.
No site, Tripodi, que é
conhecido como Bacalhau, afirma ainda que o imposto sindical foi um
"recurso fantástico" para a campanha. "Montamos uma lojinha, fizemos
todo um trabalho de mandar matéria para o interior, montar carro,
alugamos carro", afirmou.
O ex-gerente lembrou que na campanha
presidencial anterior, em 1998, conseguiu doação para a compra de um
carro de som, "quase um trio elétrico", que depois teria sido doado ao
PT.
Ainda segundo a publicação, Tripodi é suspeito de receber
propina de um operador da Petrobras por meio da reforma de um
apartamento, segundo a Polícia Federal, e prestou depoimento na fase
Acarajé da Lava Jato.
Em nota, a Petrobras informou que Tripodi
foi destituído da função de gerente no último dia 22 e que iniciou uma
apuração interna sobre as suspeitas contra o funcionário. No mesmo dia, o
contrato de trabalho foi rescindido a pedido de Tripodi.
Questionado
pela reportagem da Folha de S. Paulo sobre o suposto uso de imposto
sindical na campanha de 2002, o PT não respondeu. A reportagem não
conseguiu contato com Tripodi.
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