O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu não responder às 82
perguntas feitas pela Polícia Federal no inquérito que tramita no
Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, obstrução de
Justiça e pertencimento a organização criminosa. O prazo dado pelo
ministro Edson Fachin terminaria hoje. Entre as razões apontadas pelo
presidente, está a alegação de que a PF extrapolou o objeto da ação para
fazer perguntas de caráter pessoal e outras com o objetivo de
comprometê-lo.
“Cumpre inicialmente ponderar que, houvesse Vossa
Excelência [Fachin] sido o autor dos questionamentos feitos por escrito
ou em colheita de depoimento oral, teria havido, com certeza, uma
adequada limitação das perguntas ao objeto das investigações. Indagações
de natureza pessoal e opinativa, assim como outras referentes aos
relacionamentos entre terceiras pessoas ou aquelas que partem de
hipóteses ou de suposições e dizem respeito a eventos futuros e incertos
não teriam sido formuladas. No entanto, foram feitas e demonstram que a
autoridade mais do que preocupada em esclarecer a verdade dos fatos
desejou comprometer o Sr. Presidente da República com questionamentos
por si só denotadores da falta de isenção e de imparcialidade por parte
dos investigadores”, afirma o advogado Antonio Claudio Mariz de
Oliveira.
No momento mais tenso na sessão desta manhã do julgamento da chapa
Dilma Rousseff-Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o
ministro relator do caso, Herman Benjamin, disse que os colegas que
rejeitam a apreciação de fatos novos no processo "invertem" a história
da Casa. "Aqui estamos num dos julgamentos mais importantes da história
do TSE para julgar caixa 1 e não caixa 2, invertendo nossa história",
afirmou.
A declaração de Herman foi uma resposta ao ministro Admar
Gonzaga Neto que se posicionou desfavorável à análise no julgamento de
fatos contra a chapa presidencial, especialmente as delações da
Odebrecht, no âmbito da Operação Lava-Jato, que surgiram durante a
tramitação da ação. O ministro Admar Gonzaga Neto tinha dito que não
iria julgar a fase sobre denúncias de "caixa 2" da Odebrecht.
Herman
Benjamin ainda relembrou declaração do ministro Gilmar Mendes de que
caixa 1 era "lavanderia", numa estratégia para mostrar que esse tipo de
procedimento de contabilidade fiscal também era um fato grave. "Quando
Vossa Excelência fala em caixa 1 é caixa 1 expandida, é lavagem", disse.
Por fim, ironizou: "Eu suspeito que não haverá divergência quando
apresentar meu voto".
Em seu posicionamento, o ministro Admar
enfatizou que o tribunal deveria examinar "os financiamentos oficiais,
oficiais, de empreiteiras contratadas pela Petrobras". "Meu voto,
portanto, se limitará a recebimentos de doações oficiais de empresas
contratadas pela Petrobras", disse. "A fase da Odebrecht se refere a
caixa 2."
Em sintonia com Admar, o ministro Tarcísio Vieira disse
que a ação tem que ser "instruída" com provas de abuso de poder
econômico. "E aí repito, o tema circunstanciado no contraditório é o
financiamento de campanha mediante doações oficiais de empresas
contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas,
conforme a petição inicial", afirmou. "Conforme se depreende dos autos,
os depoimentos prestados por executivos e funcionários do grupo
Odebrecht relatam a ocorrência dos seguintes fatos: pagamento de
serviços de publicidade e compra de partidos políticos, via caixa 2,
pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht", ressaltou. "E
terceirização de caixa 2, que o relator está chamando de caixa 3, o caso
da Cervejaria Petrópolis."
Tarcísio disse que os novos fatos não
estão relacionados diretamente com os "contornos delimitados" nas ações
de julgamento nem com o alegado financiamento de campanha mediante
doações oficiais de empreiteiras.
O presidente Michel Temer (PMDB) não respondeu às 82 questões da
Polícia Federal no inquérito que o investiga por corrupção passiva,
obstrução de Justiça e organização criminosa no caso JBS. O prazo de 24
horas foi dado a Temer pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal (STF), relator da Operação Lava Jato na Corte. O prazo esgotou
às 16h30 desta terça-feira, 6. Por meio de seus advogados, o presidente
alegou ser 'absolutamente impossível' responder a todo o questionamento
da PF em apenas um dia.
O
criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor de Temer,
pediu mais prazo ao ministro, até o final da semana. Contando com o
elevado bom senso e compreensão de Vossa Excelência, o Sr. Presidente da
República considera que estará habilitado para a análise e para a
deliberação sobre as questões ofertadas até o final da presente semana,
solicitou o advogado.
AS PERGUNTAS DA PF
1. Qual a relação de Vossa Excelência com Rodrigo da Rocha Loures?
2.
Desde quando o conhece? Já o teve como componente de sua equipe de
trabalho? Quais os cargos ocupados por ele, diretamente vinculados ao de
Vossa Excelência?
3. Rodrigo da Rocha Loures é pessoa da estrita confiança de Vossa Excelência?
4.
Vossa Excelência confirma ter realizado contribuição financeira à
campanha de Rodrigo da Rocha Loures à Câmara dos Deputados, nas eleições
de 2014, no valor de R$ 200.650,30? Quais os motivos dessa doação?
5.
Vossa Excelência realizou contribuições a outros candidatos nessa mesma
eleição? Se a resposta for afirmativa, discriminar beneficiários e
valores.
6. Vossa Excelência gravou um vídeo de apoio à
candidatura de Rodrigo da Rocha Loures à Câmara dos Deputados, em 2014.
Fez algo semelhante em prol de outro candidato? Quais?
7. Rodrigo
da Rocha Loures, mesmo após ter assumido vaga na Câmara dos Deputados,
manteve relação próxima com Vossa Excelência e com o Gabinete
Presidencial?
8. Vossa Excelência confirma ter estado com Joesley
Batista, Presidente do Grupo J&F Investimentos S/A, em 7 de março de
2017 no Palácio do Jaburu, em Brasília, conforme referido por ele em
depoimento de fls. 42/51 dos autos do Inquérito no 4483?
9. Qual o objeto do encontro e quem o solicitou a Vossa Excelência?
10. Rodrigo da Rocha Loures teve prévio conhecimento da realização desse encontro?
11. Por qual motivo a reunião em questão não estava inserida nos compromissos oficiais de Vossa Excelência?
12.
Vossa Excelência tem por hábito receber empresários em horários
noturnos e sem prévio registro em agenda oficial? Se sim, cite ao menos
três empresários com quem manteve encontros em circunstâncias análogas
ao de Joesley Batista, após ter assumido a Presidência da República.
13.
Vossa Excelência já havia encontrado Joesley Batista fora da agenda
oficial? Quando, onde e qual o propósito do(s) encontro (s)?
14.
Em pronunciamento público acerca do ocorrido, Vossa Excelência mencionou
que considerava Joesley Batista um â??conhecido falastrãoâ??. Qual o
motivo, então, para tê-lo recebido em sua residência, em horário, prima
facie, não usual, em compromisso extraoficial e sem que o empresário
tivesse sido devidamente cadastrado quando ingressou às instalações do
Palácio do Jaburu (segundo as declarações do próprio Joesley Batista)?
15.
Vossa Excelência aventou a possibilidade de realizar viagem a Nova
York, no período de 13 a 17 de maio de 2017? Rodrigo da Rocha Loures
chegou a comentar com Vossa Excelência sobre o interesse de Joesley
Batista de encontrá-lo na sede da JBS, naquela cidade?
16. Vossa
Excelência sabe se o ex-ministro Geddel Vieira Lima mantinha encontros
ou contatos com o empresário Joesley Batista, segundo referido por este
às fls 42/51? Se sim, esclarecer a finalidade desses encontros?
17.
Vossa Excelência tem conhecimento se o ministro Eliseu Padilha mantinha
encontros ou contatos com o empresário Joesley Batista segundo referido
por este às fls 42/51? Se sim, esclarecer a finalidade desses
encontros?
18. No mesmo depoimento de fls. 42/51, Joesley Batista
disse ter informado Vossa Excelência, no encontro, sobre a cessação de
pagamentos de propina a Eduardo Cunha e da manutenção de mensalidades
destinadas a Lúcio Bolonha Funaro, ao que Vossa Excelência teria
sugerido o prosseguimento dessa prática. Em seguida, o empresário
afirmou â??que sempre recebeu sinais claros de que era importante manter
financeiramente ambos e as famílias, inicialmente por Geddel Vieira
Lima e depois por Michel Temer para que eles ficassem â??calmosâ?? e não
falassem em colaboração premiadaâ??. Vossa Excelência confirma ter
recebido de Joesley Batista, na conversa havida no Palácio do Jaburu, a
informação de que ele estaria prestando suporte financeiro às famílias
de Lúcio Funaro e de Eduardo Cunha, como forma de mantê-los em silêncio?
Em caso de resposta negativa, esclareceu a Joesley Batista, na ocasião,
que não tinha qualquer receio de eventual acordo de colaboração de
Lúcio Funaro ou de Eduardo Cunha?
19. Existe algum fato objetivo
que envolva a pessoa de Vossa Excelência e seja passível de ser revelado
por Lúcio Bolonha Funaro ou Eduardo Cunha, em eventual acordo de
colaboração?
20. Vossa Excelência sabe de algum fato objetivo que
envolva o ex-ministro Geddel Vieira Lima e que possa ser mencionado em
acordo de colaboração premiada que eventualmente venha a ser firmado?
21.
Vossa Excelência conhece Lúcio Bolonha Funaro? Que tipo de relação
mantém ou manteve com ele? Já realizou algum negócio jurídico com Lúcio
Bolonha Funaro ou com empresas controladas por ele? Quais?
22.
Lúcio Bolonha Funaro já atuou na arrecadação de fundos a campanhas
eleitorais promovidas por Vossa Excelência ou ao PMDB quando Vossa
Excelência estava à frente da sigla? Se sim, especificar a(s) campanha
(s)
23. Joesley Batista também aduziu no depoimento de fls 4251
que Vossa Excelência se dispôs a â??ajudarâ?? Eduardo Cunha no Supremo
Tribunal Federal através de dois Ministros que lá atuam? Vossa
Excelência confirma isso? Se sim, de que forma prestaria tal ajuda?
Quais eram esses dois Ministros?
24. Joesley Batista afirma, no
depoimento de fls. 42/51, que Rodrigo da Rocha Loures foi indicado por
Vossa Excelência, em substituição a Geddel Vieira Lima, como
interlocutor ao Grupo J&F Investimentos S/A. Vossa Excelência
confirma tê-lo indicado para tal função? Se sim, quais temas estavam
compreendidos nessa interlocução?
25. Vossa Excelência já indicou Rodrigo da Rocha Loures para atuar como interlocutor do Governo Federal em alguma questão?
26.
Vossa Excelência sabe se Rodrigo da Rocha Loures reuniu-se com Joesley
Batista, após o encontro mantido entre Vossa Excelência e esse
empresário, no Palácio do Jaburu? Se sim, qual a finalidade do encontro?
27. Rodrigo da Rocha Loures reportou a Vossa Excelência algum assunto tratado com Joesley Batista? Quais?
28.
Vossa Excelência esteve com Rodrigo da Rocha Loures após conversa
mantida com Joesley Batista em 7 de março de 2017? Se sim, aponte, com a
máxima precisão possível, quando e onde se deram tais encontros.
29.
Recorda-se de Joesley Batista, na conversa mantida com Vossa Excelência
no Palácio do Jaburu, ter feito comentários acerca do comando do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) assim como da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Receita Federal do Brasil?
Qual o interesse manifestado pelo empresário acerca desses órgãos?
30.
Vossa Excelência teve ciência, através de Rodrigo da Rocha Loures, do
interesse do Grupo J & F Investimentos S/A em questão submetida ao
CADE, envolvendo o setor de energia? Quais informações foram levadas a
Vossa Excelência?
31. Vossa Excelência determinou a Rodrigo da
Rocha Loures que interviesse junto ao CADE no sentido de atender a
interesses do Grupo J & F Investimentos S/A?
32. Vossa
Excelência tomou conhecimento (antes da divulgação jornalística) de
encontros mantidos entre Rodrigo da Rocha Loures e Ricardo Saud, Diretor
do Grupo J & F Investimentos S/A? Se sim soube do encontro
antecipadamente? Qual a pauta dessas reuniões?
33. Vossa
Excelência compareceu à inauguração da Casa Japão, em São Paulo, em 30
de abril de 2017. Rodrigo da Rocha Loures viajou com Vossa Excelência no
avião presidencial? Se sim, Rodrigo da Rocha Loures reportou a Vossa
Excelência, durante a viagem, Grupo J & F Investimentos S/A. naquela
mesma semana? Se sim, em que termos foi o relato?
34 Vossa
Excelência soube que Ricardo Saud, em encontros realizados em 28 de
abril de 2017, expôs a Rodrigo da Rocha Loures, em detalhes, um
â??esquemaâ?? envolvendo o pagamento de vantagens indevidas decorrente
da suposta intervenção do então parlamentar junto ao CADE, em prol dos
interesses do Grupo J & F Investimentos SA?
35. Em caso de
resposta negativa, o que tem a dizer acerca desse episódio, mesmo que
dele tenha tomado conhecimento somente por sua veiculação na imprensa?
36.
Rodrigo da Rocha Loures chegou a levar ao conhecimento de Vossa
Excelência a disponibilidade do Grupo J & F Investimentos em fazer
pagamentos semanais que girariam entre R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) e R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), por conta da resolução da
questão que estava em trâmite no CADE?
37. Vossa Excelência
soube, também por Rodrigo da Rocha Loures, que tais pagamentos semanais
estavam garantidos até dezembro do corrente ano e, a depender da
extensão do contrato firmado entre empresa do Grupo J & F e a
Petrobras, poderiam se prolongar por até vinte e cinco anos?
38.
Caso não tenha tomado conhecimento, Vossa Excelência acredita que
Rodrigo da Rocha Loures possa ter participado de tais tratativas com o
Grupo J & F Investimentos S/A com o intuito de obter exclusivamente
para si as quantias que na hipótese da mencionada dilação contratual,
chegariam pelo menos à casa dos R$ 600.000.000,00 (seiscentos milhões de
reais)?
39. Vossa Excelência tomou conhecimento (antes da
divulgação na imprensa) do recebimento, por Rodrigo da Rocha Loures, de
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) do Grupo J & F Investimentos
S/A, em São Paulo, em 28 de abril de 2017? O que tem a dizer sobre tal
fato (ainda que tenha tomado conhecimento do mesmo pela imprensa)?
40.
Após a divulgação desses fatos pela imprensa, que demonstraram a
participação inequívoca de Rodrigo da Rocha Loures em conduta
aparentemente criminosa, Vossa Excelência manteve algum contato com ele,
diretamente, seja por interpostas pessoas? Se sim, por qual meio e qual
a finalidade do contato?
41. Ricardo Saud, em depoimento prestado
na Procuradoria-Geral da República, conforme vídeo já amplamente
divulgado, afirmou que tratou com Rodrigo da Rocha Loures sobre os
repasses semanais já mencionados, mas ressaltou, categoricamente, que o
dinheiro era direcionado a Vossa Excelência. O que Vossa Excelência tem a
dizer a respeito?
42. Vossa Excelência considera a hipótese de
Rodrigo da Rocha Loures ter usado o nome de Vossa Excelência para obter
valores espúrios do Grupo J & F Investimentos S/A?
43. Vossa Excelência conhece Ricardo Saud? Qual a relação que mantém com ele?
44, Vossa Excelência já esteve com Ricardo Saud em alguma ocasião? Onde e qual o motivo do encontro?
45. Já solicitou ou recebeu algum valor através de Ricardo Saud a pretexto de contribuição de campanha?
46.
Recebeu alguma contribuição financeira de empresas pertencentes ao
Grupo J & F Investimentos S/A? Discriminar as campanhas, os valores,
quem os solicitou e como foram encaminhados (se via diretórios ou
diretamente)
47. Vossa Excelência tem alguém chamado â??EDGARâ??
no universo de pessoas com quem se relaciona com certa proximidade? Se
sim, identificar tal pessoa, mencionando a atividade profissional,
eventual envolvimento na atividade partidária, descrevendo, ainda, a
relação que com ela mantém.
48 Vossa Excelência conhece Antônio Celso Grecco, proprietário do Grupo Rodrimar, de Santos/SP? Qual relação mantém com ele?
49.
Vossa Excelência já recebeu alguma contribuição financeira para fins
eleitorais de Antônio Celso Grecco, da empresa Rodrimar ou de alguma
outra empresa a ela vinculada? Quando e qual o valor?
50. Vossa
Excelência recebeu alguma reivindicação dessa empresa, ou de outra
igualmente atuante no segmento de portos, relacionada à questão do
â??pré-93â??? Se sim, em que termos?
51. Vossa Excelência tem
conhecimento se Rodrigo da Rocha Loures recebeu alguma reivindicação da
Rodrimar ou de outra empresa igualmente atuante no segmento de portos,
relacionada a esse tema?
52 Rodrigo da Rocha Loures chegou a demonstrar a Vossa Excelência interesse pela questão do â??pré-93â???
53. Rodrigo da Rocha Loures tem alguma relação com empresas do setor portuário?
54. Vossa Excelência tem relação de proximidade com empresários atuantes no segmento portuário, especialmente de Santos/SP?
55. Vossa Excelência conhece Ricardo Mesquita vinculado à Rodrimar? Que relação mantém com tal pessoa?
56.
Rodrigo da Rocha Loures mencionou a Vossa Excelência o fato de ter
encontrado Ricardo Mesquita no mesmo dia (e local) em que esteve reunido
com Ricardo Saud? Se sim, qual o propósito do encontro com Ricardo
Mesquita?
57. Vossa Excelência conhece João Baptista Lima Filho,
Coronel inativo da Polícia Militar de São Paulo? Qual relação mantém com
ele?
58. João Baptista Lima Filho já teve alguma atuação em
campanha eleitoral promovida por Vossa Excelência? Qual a função
desempenhada por ele?
59. João Baptista Lima Filho já atuou na
arrecadação de valores a eventual campanha política de Vossa Excelência
ou ao PMDB de São Paulo?
60. Joesley Batista afirmou que desde a
assunção de Vossa Excelência como Presidente da República, vinha
mantendo contatos com o ministro Geddel Vieira Lima. Vossa Excelência
tinha conhecimento de encontros? A que se destinavam?
61. O
empresário referiu também que vinha â??falandoâ?? com o ministro Eliseu
Padilha. Vossa Excelência tinha conhecimento desses contatos?
62.
Quando Joesley Batista perguntou como estava a relação de Vossa
Excelência com o ex-deputado Eduardo Cunha, Vossa Excelência mencionou
â??o Eduardo resolveu me fustigarâ??, aludindo, em seguida, a
questionamentos que ele havia proposto ao juiz Sérgio Moro em seu
interrogatório realizado na 13.ª Vara Federal, em Curitiba/PR.
Imediatamente, Joesley Batista referiu que havia â??zerado as
pendênciasâ?? (presumivelmente em relação a Eduardo Cunha) e que perdera
o contato com Geddel, â??o único companheiro deleâ??, não mais podendo
encontrá-lo, ao que Vossa Excelência fez o comentário â??é
complicadoâ??. A quais pendências se referiu Joesley Batista?
63. Geddel Vieira Lima efetivamente mantinha relação próxima a Eduardo Cunha?
64
Vossa Excelência via algum inconveniente na realização de encontros
entre Joesley Batista e Geddel Vieira Lima? Qual o motivo de ter
classificado a situação exposta como â??complicadaâ???
65. Em
seguida, Joesley Batista, em outros termos, mencionou que investigações
envolvendo Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima haviam tangenciado o Grupo
J & F Investimentos SIA, afirmando, com conotação de prevenção que
estava de bem com Eduardo, ao que Vossa Excelência interveio com a
colocação â??tem que manter isso, viu?â??, tendo o empresário
complementado dizendo â??todo mêsâ??.
66. Termos â??tem que manter issoâ??
67.
Uma das interpretações possíveis a essa passagem do diálogo é de que
Joesley Batista, ao afirmar que â??estava de bemâ??, tenha se referido a
pagamentos mensais que vinha efetuando a Eduardo Cunha com o propósito
de não se ver implicado em eventuais revelações que pudessem partir do
ex-parlamentar. Vossa Excelência sequer considerou essa hipótese?
68. Vossa Excelência tem conhecimento de alguma ilegalidade cometida por Eduardo Cunha? Quais?
69.
Avançando no diálogo, Joesley Batista, ao mencionar a sua condição de
investigado, afirmou â??aqui, eu dei conta, de um lado, do juiz dar uma
seguradaâ?¦ do outro lado, um juiz substituto, ao que Vossa Excelência
complementou: â??que tá segurando, os doisâ?¦â??, o que foi confirmado
por Joesley, â??os doisâ??. Logo em seguida, o empresário adicionou a
informação â??consegui um procurador dentro da força-tarefa que tá me
dando informaçãoâ??. Adiante, o empresário complementa que estava agindo
(sem explicar como) para trocar um Procurador da República que estava
â??atrás deleâ??, fazendo menção, ao que o contexto indica, à atuação de
um membro do Ministério Público Federal em alguma investigação. Vossa
Excelência, inclusive, se certifica indagando â??o que tá em cima de
você?â??, o que é confirmado pelo empresário. Vossa Excelência percebeu
alguma ilicitude nas informações que lhe estavam sendo transmitidas por
Joesley Batista?
70. Ao fazer o breve comentário â??segurando os
doisâ?? Vossa Excelência aparenta compreender a alusão do empresário à
suposta intervenção nas investigações instauradas em seu desfavor (de
Joesley Batista). O que tem a dizer sobre isso? Caso tenha feito
interpretação diversa, a exponha.
71. Se, no entanto, Vossa
Excelência confirma ter entendido, naquele momento, o imediato sentido
que emana das expressões usadas pelo empresário, explique o porquê de
não ter advertido Joesley Batista quanto à gravidade daquela revelação
e, também, por qual razão não levou ao conhecimento de autoridades a
ilícita ingerência na prestação jurisdicional e na atuação do Ministério
Público que lhe fora narrada por Joesley Batista?
72. Mais à
frente, em contexto diverso, Joesley Batista aparentemente procurou
estabelecer (ou restabelecer) um canal de contato com Vossa Excelência:
â??queria falar como é que é, pra falar contigo, qual melhor maneira?
Porque eu vinha falando através do Geddel, eu não vou lhe incomodar,
evidentementeâ??, Vossa Excelência confirma ter mencionado Rodrigo da
Rocha Loures nesse momento?
73. Qual a função que ele deveria efetivamente exercer?
74. Joesley Batista já conhecia Rodrigo da Rocha Loures?
75.
No tocante às menções feitas pelo empresário à nomeação de presidente
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) Vossa Excelência
assegurou que tal nomeação já havia ocorrido. Vossa Excelência sugeriu a
Joesley Batista que procurasse o novo Presidente do CADE para ter uma
â??conversa francaâ?? com ele? Qual o exato significado dessa
orientação?
76. Vossa Excelência, naquele momento, tinha conhecimendo de algum interesse específico de Joesley Batista no âmbito do CADE?
77.
Joesley Batista mencionou também que o Presidente da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) estava por ser â??trocadoâ?? e que se tratava
de â??lugar fundamentalâ??. Vossa Excelencia, então, orientou o
empresário para que falasse com â??eleâ??. A quem Vossa Excelência se
referiu?
78. Qual a legitimidade de Joesley Batista para interceder (ou tentar, ao menos) na nomeação do novo presidente da CVM?
79.
Em seguida, Joesley Batista referiu a importância de um
â??alinhamentoâ?? com o Ministro Henrique Meirelles, ao que Vossa
Excelência manifestou concordância. Qual o sentido da expressão
â??alinhamentoâ???
80. Vossa Excelência autorizou que Joesley
Batista apresentasse pontos de interesse ao Ministro Henrique
Meirellesw? Quais? Vossa Excelência tem conhecimento se isso realmente
ocorreu?
81. Joesley Batista também mencionou determinada operação
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que
tinha dado certo, sendo que Vossa Excelência manifestou ter conhecimento
do tema, mencionando, inclusive, que havia falado com â??elaâ?? a
respeito. Qual operação referida pelo empresário?
82. A pessoa
aludida por Vossa Excelência no contexto é Maria Silvia Bastos Marques,
ex-presidente do BNDES? O que solicitou a ela?
Um médico e a esposa foram sequestrados e
roubados por três bandidos no município de Potiraguá, na região
Sudoeste da Bahia, na tarde desse domingo.
O casal retornava de Porto Seguro,
extremo sul do estado, quando foi surpreendido pelos criminosos na
BA-270, trecho conhecido como “Estrada da Coréia”.
As vítimas tiveram objetos pessoais
roubados, inclusive joias folheadas a ouro, e depois foram levadas até
um posto de combustível, onde foram obrigadas a utilizar o cartão de
crédito para abastecer o carro dos bandidos. Os assaltantes fugiram sem
levar o carro das vítimas. O casal, residente em Salvador, foi liberado
minutos depois.
As investigações do caso estão a cargo da delegacia do município de Potiraguá, mas ninguém foi preso, ainda.
Na última sexta-feira um homem foi
baleado na “Estrada da Coréia” durante uma tentativa de roubo. Ele
conseguiu dirigir por mais de 100 quilômetros até conseguir ajuda médica