Olhe
para todos os lados no Universo. Estrelas, planetas, cometas e etc,
tudo tende a ter um formato redondo. Por que isso acontece? Perceba que
apesar de tenderem a forma redonda, muitos cometas não possuem este
formato, porque lhes falta massa.
sábado, 5 de dezembro de 2015
Por que os planetas são redondos?
Dilma espera ‘confiança’ de Temer e quer manter Padilha
Agência O Globo
RECIFE — A presidente da
República, Dilma Rousseff, disse esperar ter a "confiança" do vice
Michel Temer para enfrentar o processo de impeachmeant em andamento no
Congresso Nacional. Ela afirmou ainda que deseja manter no governo o
ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que é ligado a Temer e teve seu
pedido de demissão tornado público nesta sexta-feira. Dilma está em
Pernambuco, onde teve reunião com autoridades locais para debater um
plano de combate ao mosquito Aedes Aegypti, que transmite a dengue, a
febre chikungunya e o vírus Zika.
—
Eu espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a
dará. Ao longo desse tempo, eu desenvolvi a minha relação com ele e
conheço o Temer como pessoa, como política e como grande
constitucionalista — afirmou Dilma.
Sobre
o ministro Padilha, ela destacou por duas vezes ter se esforçado para
mantê-lo no cargo durante a reforma ministerial que empreendeu para
cortar pastas. Disse que como não conversou com ele, não considera a
saída como definitiva.
— Eu
me esforcei bastante para manter na reforma ministerial o ministro
Padilha no governo. Por quê? Porque achava, e acho ainda, que o ministro
Padilha na direção do ministério dos Portos, desculpe, dos Aeroportos —
na época chamava secretaria, mas hoje é ministério — acredito que está
fazendo um trabalho muito importante. Eu não recebi nenhuma comunicação
do ministro Padilha e eu ainda conto com a permanência do ministro
Padilha no governo — disse a presidente.
Ela
voltou a alfinetar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
dizendo não ter conta na Suíça e afirmou que não há fundamento para o
processo de impeachment. Questionou a afirmação de que teriam havido
pedaladas fiscais em 2015 pelo fato de o ano não ter acabado e ressaltou
que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre suas contas de
2014 não é definitiva e, portanto, também não serve como base. Disse
ainda que as práticas orçamentárias que embasam a acusação já foram
praticadas nos governos Lula e Fernando Henrique.
—
Até o meu julgamento pelo TCU eram absolutamente legais as práticas de
que me acusam. Não só no meu governo, mas no governo do presidente Lula,
no governo antes do presidente Lula, em todos os governos. É importante
que a questão seja colocada nos seus devidos termos. Não há base, não
procede esse pedido. Ele tem outros fundamentos, que eu lamento, porque
coloca em questão a maturidade da democracia — afirmou a presidente.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Polícia Federal investiga desvios de R$ 313 milhões em Mato Grosso
Agência Brasil
Foram cumpridos 47 mandados de busca e apreensão e 18 conduções coercitivas nas cidades de Cuiabá (MT), Brasília (DF), Luziânia (GO), São Paulo (SP), Caraguatatuba (SP), Curitiba (PR) e Itapema (SC). Também foi expedida ordem de sequestro de bens e valores de mais de R$ 313 milhões, para reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.
Segundo a PF, a análise de documentos apreendidos em fases anteriores da Ararath, em conjunto com outros elementos de prova, mostraram a utilização de medidas de engenharia financeira, praticadas pelos investigados com o objetivo de ocultar o real destino dado a valores de precatórios pagos pelo governo do estado, em nítida violação à ordem cronológica e determinações legais.
Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, entre outros.
Também está sendo feita a prisão preventiva de um investigado da Operação Ararath que, no período de 60 dias, violou 92 duas vezes os termos da utilização de monitoramento eletrônico (tornozeleira).
A PF concede entrevista coletiva hoje, às 14h30, sobre a operação, na Superintendência Regional em Mato Grosso.
Editor Graça Adjuto
Quais as chances de Dilma e Cunha se salvarem?
© Copyright British Broadcasting Corporation 2015
Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, tanto Dilma, quanto Cunha estão em situação muito complicada
Após ensaiarem um
acordo de salvação mútua, a presidente Dilma Rousseff e o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estão ambos diante do
risco real de perderem seus mandatos.
Depois que o PT não encarou o desgaste público de evitar a abertura de um processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Câmara, ele reagiu e deflagrou o início da análise concreta de um possível impeachment da presidente pelo Congresso.
Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, ambos estão em situação muito complicada – mas a de Cunha é pior que a de Dilma.
Sem desprezar o apoio que o presidente da Câmara ainda conserva entre muitos deputados, os cientistas políticos entrevistados dão como certa a abertura de um processo contra ele na próxima terça-feira, agora que foi abandonado tanto pela oposição quando pelo PT.
Cunha é acusado de ocultar contas na Suíça com depósitos de milhões de dólares provenientes de corrupção, segundo a Operação Lava Jato. Ele já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal, que ainda tomará uma decisão sobre a abertura de um processo penal.
Já Dilma não enfrenta denúncias de corrupção da PGR, mas tem contra ela acusações de irregularidades fiscais em 2014 respaldadas por parecer do Tribunal de Contas da União. Alguns juristas, porém, questionam a validade desse argumento, já que o parecer ainda tem que ser votado no Congresso, podendo ser rejeitado ou aprovado.
Na tentativa de driblar essa controvérsia, os autores do pedido incluíram posteriormente acusações de que as irregularidades fiscais teriam continuado em 2015.
"Entendo que a denúncia oferecida atende aos requisitos mínimos necessários, eis que indicou ao menos seis decretos assinados pela denunciada [Dilma] no exercício financeiro de 2015 em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, portanto, sem autorização do Congresso Nacional", argumentou Cunha, ao aceitar o pedido.
Além disso, há uma discussão jurídica sobre se a presidente reeleita para um novo mandato iniciado em 2015 pode ser cassada por supostas irregularidades praticadas no mandato anterior.
Depois que o PT não encarou o desgaste público de evitar a abertura de um processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Câmara, ele reagiu e deflagrou o início da análise concreta de um possível impeachment da presidente pelo Congresso.
Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, ambos estão em situação muito complicada – mas a de Cunha é pior que a de Dilma.
Sem desprezar o apoio que o presidente da Câmara ainda conserva entre muitos deputados, os cientistas políticos entrevistados dão como certa a abertura de um processo contra ele na próxima terça-feira, agora que foi abandonado tanto pela oposição quando pelo PT.
Cunha é acusado de ocultar contas na Suíça com depósitos de milhões de dólares provenientes de corrupção, segundo a Operação Lava Jato. Ele já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal, que ainda tomará uma decisão sobre a abertura de um processo penal.
Já Dilma não enfrenta denúncias de corrupção da PGR, mas tem contra ela acusações de irregularidades fiscais em 2014 respaldadas por parecer do Tribunal de Contas da União. Alguns juristas, porém, questionam a validade desse argumento, já que o parecer ainda tem que ser votado no Congresso, podendo ser rejeitado ou aprovado.
Na tentativa de driblar essa controvérsia, os autores do pedido incluíram posteriormente acusações de que as irregularidades fiscais teriam continuado em 2015.
"Entendo que a denúncia oferecida atende aos requisitos mínimos necessários, eis que indicou ao menos seis decretos assinados pela denunciada [Dilma] no exercício financeiro de 2015 em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, portanto, sem autorização do Congresso Nacional", argumentou Cunha, ao aceitar o pedido.
Além disso, há uma discussão jurídica sobre se a presidente reeleita para um novo mandato iniciado em 2015 pode ser cassada por supostas irregularidades praticadas no mandato anterior.
Petrobrás anuncia reajuste do gás de cozinha
A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira reajustes no
preço do gás de cozinha (o gás liquefeito de petróleo, ou GLP) de uso
industrial, informou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de
Gás (Sindigas). Segundo a entidade, a partir desta sexta-feira, os
preços poderão ficar de 2,5% a 5%, conforme comunicado enviado pela
estatal às empresas distribuidoras.
O reajuste vale para embalagens de 45 quilos ou mais, ou seja, não afeta o preço do botijão de 13 quilos, destinado ao uso residencial. Também por isso, o aumento não terá impacto direto na inflação ao consumidor - o IPCA, índice oficial calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), leva em conta para o cálculo o botijão de 13 kg.
Pode haver impactos indiretos na inflação por causa do encarecimento do insumo para as empresas. “O Sindigás esclarece que os preços são livres em todos os elos da cadeia e que o mercado tem autonomia para fixá-los. Portanto, o Sindigás orienta o consumidor a pesquisar o preço final. Em caso de dúvidas, as distribuidoras dispõem de telefones 0800, por meio dos quais orientam seus consumidores”, diz uma nota divulgada ontem pelo sindicato.
Em busca de reforçar seu caixa para vencer as dificuldades financeiras provocadas pelo excesso de dívidas, a Petrobrás já havia anunciado um reajuste no gás de cozinha industrial em setembro. Na ocasião, a estatal informara que o aumento seria de 5% para o consumidor final, mas o Sindigás calculava encarecimento de até 10%.
O reajuste vale para embalagens de 45 quilos ou mais, ou seja, não afeta o preço do botijão de 13 quilos, destinado ao uso residencial. Também por isso, o aumento não terá impacto direto na inflação ao consumidor - o IPCA, índice oficial calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), leva em conta para o cálculo o botijão de 13 kg.
Pode haver impactos indiretos na inflação por causa do encarecimento do insumo para as empresas. “O Sindigás esclarece que os preços são livres em todos os elos da cadeia e que o mercado tem autonomia para fixá-los. Portanto, o Sindigás orienta o consumidor a pesquisar o preço final. Em caso de dúvidas, as distribuidoras dispõem de telefones 0800, por meio dos quais orientam seus consumidores”, diz uma nota divulgada ontem pelo sindicato.
Em busca de reforçar seu caixa para vencer as dificuldades financeiras provocadas pelo excesso de dívidas, a Petrobrás já havia anunciado um reajuste no gás de cozinha industrial em setembro. Na ocasião, a estatal informara que o aumento seria de 5% para o consumidor final, mas o Sindigás calculava encarecimento de até 10%.
Aliado de Temer, Eliseu Padilha diz ao PMDB que vai deixar o governo
© Fornecido por Estadão
O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB)
Brasília - Um dos principais aliados do
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), o ministro da Aviação
Civil, Eliseu Padilha (PMDB), disse na manhã desta sexta-feira, 4, a
correligionários que vai deixar o governo.
Segundo relatos, o
ministro tentou se reunir com a presidente nesta quinta-feira, 3, mas
não teve êxito. A conversa deve ocorrer na próxima segunda-feira, 7.
Nesta sexta, Padilha cumpre agenda no Rio Grande do Sul, Estado de
origem.
Um posicionamento oficial, por parte dele, deve ocorrer
apenas após a conversa com a presidente. A decisão ocorre em meio ao
início da discussão do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff no Congresso Nacional.
Afastamento.
Segundo na linha sucessória da Presidência da República, o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) evitou nesta quinta, participar das
principais discussões com integrantes da cúpula do governo e de se
posicionar publicamente sobre a instauração do processo de impedimento a
presidente.
A mesma conduta de Temer tem sido adotada pelo
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e lideranças do partido
na Casa. Ao ser questionado sobre a abertura do processo, Renan se
esquivou e afirmou que não tinha conhecimento do conteúdo da ação. A
avaliação inicial das lideranças do PMDB da Casa é de que o momento é de
"cautela", uma vez que a questão ainda precisa ter seus desdobramentos
na Câmara, onde o processo deverá ser discutido inicialmente. Nos
bastidores, a cúpula do PMDB diz que é preciso "descolar" de Cunha neste
momento. Mas avalia que não pode ficar alheia a ponto de se distanciar
muito de uma solução para o caso. A busca é pela equidistância.
Suposto áudio de conversa que relata barganha assusta o PT
Informações
do blog do jornalista Gerson Camarotti dão conta que aliados do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estão divulgando nos
corredores da Casa que que o líder do PSC, deputado André Moura (SE),
teria gravado a conversa que teve, na última quarta-feira, com o
ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.
Até o momento, a
notícia não foi confirmada e nem desmentida pelo parlamentar do PSC. No
entanto, o boato deixou os deputados petistas preocupados, uma vez que
com a gravação o deputado André Moura poderia confirmar que houve uma
proposta de barganha política vinda do Palácio do Planalto.
A
suposta barganha envolveria a troca dos três votos petistas no Conselho
de Ética para livrar Eduardo Cunha do processo e em troca o presidente
da Câmara barraria o processo de impeachment contra a presidente Dilma,
além de aprovar a CPMF.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
“Cunha vai durar menos tempo que o pedido de impeachment”
© Fornecido por El País
Thiago Aragão, cientista político da Arko Advice
O cientista
político Thiago Aragão, da Arko Advice, dizia, semanas atrás, que o
Brasil havia chegado a um ponto onde a certeza do disparate supera a
expectativa da normalidade. Nesta quarta, o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff,
deflagrado pelo presidente Eduardo Cunha no mesmo dia em que o Conselho
de Ética mostrava rechaço a sua permanência no cargo pelas denúncias de
corrupção, parece ser mais um disparate da política brasileira.
Pergunta. Qual a chance do impeachment prosperar e a Dilma cair?
Resposta. A chance ainda está em aberto. Obviamente, a chance de ocorrer se aproxima, pois o primeiro passo foi dado.
O que definirá não é possíveis acordos e lealdades dentro da Câmara,
mas a pressão das ruas e da imprensa que levará os deputados a tomarem
suas decisões. Essas decisões virão das pressões populares e não das
alianças frágeis que foram mal formuladas por esse governo.
P. Ela tem margem de manobra?
R.
A margem de manobra do Governo sempre é oferecer uma maior participação
de alguns grupos na máquina estatal. O problema é quando existe 100% de
recursos para 300% de demandas. Um presidente com credibilidade
compensa a falta de recursos com carisma, com política. A Dilma não,
isso gera um rastro de insatisfação que diminui a margem de manobra
dela.
P. O que acontece com a política brasileira agora?
R.
A política brasileira se volta para um grande tópico em um momento em
que temos vários grandes assuntos para resolver. Muita agenda para
poucos líderes. A política fica enclausurada na agenda da crise, sem
conseguir avançar o básico e o necessário. O impeachment não deve ser
celebrado nem pela oposição. Se chegamos nesse ponto, significa uma fase
difícil para todos.
P. Em quanto tempo se define o impeachment?
R.
O impeachment levará meses. Provavelmente 6, 7 meses. Existem
procedimentos, como a comissão especial e a possibilidade de defesa da
Presidente, mas existirão debates políticos intensos que consumirão a
agenda. Não é um caminho simples. Ninguém ganhará e, se já perdemos um
ano afogados na ineficiência e em múltiplas crises, perderemos mais
outro.
P. O que acontece com projetos essenciais para a economia no Congresso?
R.
Os projetos essenciais na área da economia andarão. Afetados pelo clima
de impeachment mas andarão. Outros, importantes mas sem grande
repercussão, serão penalizados e esquecidos temporariamente. Vejo temas
de economia no primeiro nível. Há um consenso de sua importância. O
resto, infelizmente virará resto.
P. E Cunha? O que acontece com ele?
R.
Cunha durará menos tempo que o processo de impeachment. São coisas
separadas. Ele pode ter agido por vingança? Pode. Ele pode ter agido com
base na tecnicalidade? Pode também. Não importa. Cunha seguirá um
caminho paralelo onde as chances de sobreviver se reduzem. Ele não tem
mais margem para negociar com o Governo e já fez o que a oposição
queria.
P. Na linha sucessória, caso Dilma saia, é
o vice-presidente, Michel Temer, quem deve assumir. A Lava Jato pode
embaralhar esse processo de sucessão?
R. Sim, é
Temer. Não vejo a Lava Jato embaralhando. O caminho do TSE é um caminho
longo, cinza e improvável. Caso Dilma realmente se vá, Temer terminará o
governo.
Acusados, Del Nero e Ricardo Teixeira podem pegar 20 anos de prisão
Marco Polo del Nero e Ricardo Teixeira foram acusados nos EUA por corrupção e conspiração nesta quinta-feira, enquanto a Fifa abre investigações contra o presidente da CBF por violações ao código de ética e pode suspender o dirigente do futebol.
O Departamento de Justiça dos EUA apresentou nesta quinta-feira acusações por corrupção contra mais 16 integrantes da FIFA (veja o nome de todos no final da reportagem),
entre os quais o atual presidente e o ex-presidente da Confederação
Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira. Se
condenados, eles estão sujeitos a penas que podem chegar a 20 anos de
prisão.
"Del Nero, Marin e Teixeira conspiraram de forma
intencional para criar um esquema para fraudar a Fifa e a CBF", afirma o
documento de indiciamento do Departamernto de Justiça dos EUA. "Del
Nero recebeu propina para a Copa América e para a Copa do Brasil (torneio mata-mata). Ele (Del Nero)
ainda pediu, ao lado de Marin e Teixeira, propinas para a Taça
Libertadores da América." A Justiça americana indicou que os três
dirigentes compartilharam as propinas em diversos outros contratos e
"privaram a CBF e seus direitos". Segunda a procuradora-geral Loretta
Lynch, procuradora americana, uma das suspeitas se refere ao contrato da
CBF com a Nike. Teixeira teria recebido propinas para fechar o acordo.
"Todos os que tentarem fugir, eu aviso: vocês não vão escapar", disse.
Outras suspeitas apontadas pela Justiça se refere à escolha da Copa de
2010 na África do Sul e à eleição na Fifa, em 2011.
Com as novas
denúncias, o número de pessoas denunciadas no processo quase dobra, para
um total de 41. O caso teve início em maio, com apresentação das
acusações em uma corte do Brooklyn, em Nova York. Até agora, 12
indivíduos e duas empresas de marketing esportivo foram condenados e US$
100 milhões recuperados pelo governo dos EUA.
Com a acusação
confirmada, todos os três cartolas que comandaram a CBF nos últimos 30
anos estão sob suspeita ou serão julgados: José Maria Marin, Del Nero e
Teixeira. Questionado se Del Nero poderia continuar na presidência da
CBF, o chefe do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala, apontou
para um situação insustentável. "Essa é uma questão muito pertinente",
disse.
No total, o Departamento de Justiça dos EUA indiciou um
grupo de 16 cartolas, a maioria deles da América Latina. Pela manhã, em
Zurique, dois vice-presidentes da Fifa, Alfredo Hawit e Juan Napout,
foram presos e aguardam extradição aos EUA. A Justiça, porém, também
confirma o que a reportagem do Estado havia revelado com exclusividade
em 15 de setembro: Del Nero estava sendo investigado pelo FBI.
Agora, ele é acusado formalmente por receber propinas em contratos comerciais envolvendo a CBF. O Estado apurou que o governo americano estava costurando um pedido de cooperação com o Brasil para que Del Nero fosse preso ou pelo menos ouvido pela Justiça.
Agora, ele é acusado formalmente por receber propinas em contratos comerciais envolvendo a CBF. O Estado apurou que o governo americano estava costurando um pedido de cooperação com o Brasil para que Del Nero fosse preso ou pelo menos ouvido pela Justiça.
Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF,
também foi indiciado por corrupção. Ele é suspeito de ter feito parte de
um esquema de corrupção em um contrato com a Nike, ainda nos anos 90.
Mas, conforme a reportagem do Estado
revelou com exclusividade, uma decisão de uma juiza no Rio de Janeiro
suspendeu todo o tipo de cooperação entre americanos e brasileiros
envolvendo o escândalo da Fifa. Com isso, o MP brasileiro fica impedido
de cumprir qualquer solicitação do FBI relacionado com o caso.
Nos
EUA, a apuração sobre Del Nero se debruçava sobre pagamentos feitos por
José Hawilla, dono da Traffic. A Justiça apontava como o empresário
brasileiro foi obrigado a compartilhar um contrato que tinha com a CBF
para os direitos da Copa do Brasil com a Klefer a partir de 2011. Para o
período entre 2015 e 2022, a Klefer pagaria à CBF R$ 128 milhões pelo
torneio, minando a posição privilegiada que Hawilla tinha desde 1989.
Para
evitar uma guerra comercial, Hawilla e a Klefer entraram em um
entendimento. Mas só neste momento é que a Klefer informou que havia
prometido o pagamento de uma propina anual a um cartola da CBF, cujo
nome não foi revelado.
Essa mesma propina teria de ser elevada a
partir de 2012 quando dois outros membros da CBF entrariam em cena. Um
deles é José Maria Marin, preso em Zurique e extradito aos Estados
Unidos. O outro, segundo os americanos, seria Del Nero.
Dois
documentos revelados ainda no dia 27 de maio pelo Departamento de
Justiça dos EUA confirmavam a suspeita. Del Nero negava que ele fosse a
pessoa indiretamente apontada nos informes.
Num deles, um
empresário "informa Hawilla que o pagamento de proprinas aumentou quando
outros dois executivos da CBF – especificiamente o Co-Conspirator #15 e
Co-Conspirator #16 - pediram propinas tambem".
O documento
explicava que o co-conspirador 15 era membro do alto escalão da CBF e
membro da Fifa e da Conmebol – a descrição apenas pode ser preenchida
por José Maria Marin. Naquele momento, ele era o presidente da CBF, era
membro da Fifa e da Conmebol.
Já o co-conspirador 16 seria membro
do alto escalão da Fifa e da CBF. Nesse caso, apenas Del Nero mantinha
um cargo na CBF (vice-presidente) e na Fifa (membro do Comitê
Executivo).
"Hawilla concordou em pagar metade do custo da
propina, que totalizava R$ 2 milhões por ano, para ser dividido entre
Co-Conspirator #13, Co-Conspirator #15, e Co-Conspirator #16" , indicou o
indiciamento do empresário.
O mesmo caso é contado no documento
que serve de base para o indiciamento de José Maria Marin e, neste caso,
o nome do ex-presidente da CBF é apresentado. No indiciamento, a
Justiça traz até mesmo um diálogo entre Marin e Hawilla, em que o
cartola insiste que o dinheiro precisa ir para ele também. A reunião
gravada ocorreu nos EUA em abril de 2014.
No documento de maio que
cita Marin, Del Nero não é citados nominalmente na acusação. Mas a
Justiça explica que um "co-conspirador 12" teria também recebido parte
da propina. Esse co-conspirador 12 seria um "alto funcionário da Fifa e
da CBF". Um avez mais, apenas Del Nero se enquadra nessa descrição.
CONTAS Para
chegar ao atual presidente da CBF, a Justiça americana tem examinado
depósitos e pagamentos feitos pela Traffic nos EUA, assim como pela
Klefer. Já na motivação para pedir a extradição de José Maria Marin, os
americanos apontaram dois depósitos como exemplos de como o sistema
financeiro americano estava sendo usado no esquema entre os cartolas da
CBF.
Uma das contas, porém, chama a atenção do FBI. Trata-se de
uma transferência da Klefer, avaliada em US$ 500 mil no dia 5 de
dezembro de 2013 a partir de uma conta no banco Itaú Unibanco de Nova
Iorque para o HSBC em Londres, em nome de uma empresa fabricante de
iates de luxo. O que a Justiça quer saber é quem teria sido o
beneficiado pela compra do iate ou pelo pagamento.
SUSPENSÃO Del
Nero ainda passou a sofrer um processo na Fifa, que abriu uma
investigação. Se punido, Marco Polo Del Nero poderá ser suspenso do
futebol e terá de deixar a CBF.
Com base nas informações enviadas
pela CPI do Futebol no Senado, a Fifa abriu um processo investigativo e
Del Nero poderá ser suspenso do futebol, o que significa que ele terá
de deixar a CBF.
O brasileiro não viaja ao exterior desde maio,
quando José Maria Marin foi preso em Zurique. Na semana passada, o
cartola obrigou a Conmebol a realizar sua reunião no Rio de Janeiro para
que um substituto fosse escolhido para seu lugar no Comitê Executivo da
Fifa. O escolhido foi Fernando Sarney.
O Estado apurou
que a CPI do Futebol enviou dados sobre Del Nero para o Comitê de Ética
da Fifa no dia 11 de novembro deste ano. No pacote foi enviado
suspeitas de como Del Nero teria influenciado votos para sua eleição
graças a um contrato de patrocínio da Chevrolet com as federações
estaduais. Os acordos vigoraram entre 2013 e 2014, período em que o
atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, era vice-presidente da
entidade.
O primeiro contrato da Chevrolet ocorreu com a
Federação Paulista de Futebol na época em que Del Nero era seu
presidente e quando o dirigente passou a ocupar a vice-presidência da
CBF, a montadora passou a patrocinar federações estaduais por todo o
País. Entre 2013 e 2014, 22 federações tiveram contrato com a empresa.
Mas,
neste ano, quando Del Nero assumiu a presidência da CBF – venceu as
eleições em 2014 –, a Chevrolet passou a patrocinar apenas na entidade
nacional, que rompeu anos de parceria com a Volkswagen.
Um dos
contratos com uma federação estadual, obtido pelo Estado, revela o
compromisso da montadora de pagar R$ 320 mil em patrocínios para 2013 e
outros R$ 320 mil para 2014, num total de R$ 640 mil em dois anos.
O
que chama a atenção dos investigadores da CPI é o valor de R$ 40 mil
que seria destinado para “ativações e ações promocionais”. No contrato, a
empresa confirma que o patrocínio é de R$ 600 mil. O FBI acusou pelo
menos 14 executivos da FIFA por lavagem de dinheiro, suborno e formação
de quadrilha para extorsão. As investigações continuam. Entenda como
funciona o esquemaMas, numa carta-acordo de intermediação de patrocínio,
outros R$ 40 mil são adicionados. O documento aponta que o valor deve
ser passado para a SG Marketing e Comunicação Ltda., representada por
Sergio Luis de Sousa Gomes. O montante coincide com o valor final
indicado no contrato principal de patrocínio, elevando o total para R$
640 mil.
Pela carta, a empresa de veículos explica que o pagamento
de R$ 40 mil ocorre “por razões operacionais internas” e ordena que a
federação estadual repasse o dinheiro da “seguinte forma”: direito de
intermediação comercial e ativação do patrocínio. E indica que a SG
Marketing é a detentora exclusiva desses direitos.
Na avaliação
da CPI, os valores citados abrem a suspeita de que a inédita cobertura
de uma mesma marca em tantas federações pode ter beneficiado Del Nero na
eleição para presidente da CBF. Ele obteve 44 dos 47 votos possíveis
(votaram as 27 federações, mais os 20 clubes da Série A do Brasileiro).
Seu mandato termina em 2019
Outro aspecto destacado pela CPI para a
Fifa foram compras de imöveis a preços atípicos e que poderiam apontar
para lavagem de dinheiro.
OS 16 INDICIADOS PELA JUSTIÇA DOS EUA Alfredo Hawit (Concacaf presidente)
Ariel Alvarado (ex-presidente da Federação do Panama)
Rafael Callejas (ex-presidente da entidade de Honduras)
Brayan Jimenez (presidente da Federacao da Guatemala)
Rafael Salguero (da Guatemala e membro da Fifa)
Hector Trujillo (secretário-general da Federação da Guatemala)
Reynaldo Vasquez (ex-presidente da Federaçaão de El Salvador)
Juan Angel Napout (presidente da Conmebol)
Manuel Burga (ex- presidente da Federação de Futebol do Peru)
Carlos Chavez (Federação da Bolivia)
Luis Chiriboga (Equador)
Marco Polo del Nero (presidente da CBF)
Eduardo Deluca (secretário-geral da Conmebol)
Jose Luis Meiszner (ex-secretário da Conmebol)
Romer Osuna (auditor da Federação da Bolivia)
Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF)
Romário comemora acusação contra Del Nero e diz: 'Tombaram como peças de dominó'
Romário
sorriu. Na noite desta quinta-feira, depois de expostas as acusações do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra Marco Polo Del Nero,
que também pediu afastamento do cargo de presidente da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol) e Ricardo Teixeira, o senador emitiu uma nota
oficial na qual comenta todo o desenrolar das novidades do Fifa-Gate.
O tetracampeão mundial, apesar de satisfeito com as acusações sobre
Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, disse que ainda 'falta muito a
fazer' e garante o prosseguimento forte da CPI do Futebol, instalada no
Senado Federal.
"(...) Del Nero era um dos símbolos que
remanesceram da era Ricardo Teixeira. Eles tombaram como peças de
dominó: Teixeira, Marín e Del Nero. Todos incorreram no mesmo crime,
conforme apontaram as investigações do FBI: conspiram de forma
intencional para criar um sistema e fraudar a CBF", escreveu o senador.
Romário
se tornou um dos maiores críticos do atual sistema que comanda o
futebol brasileiro, o Baixinho preside a CPI de investigação sobre a
Confederação Brasileira de Futebol.
O camisa 11 da seleção no
tetracampeonato pediu a instação da comissão parlamentar de inquérito
depois da prisão de José Maria Marin, ocorrida em maio deste ano, na
primeira fases de operações do FBI - com colaboração da polícia suíça -
contra a corrupção na Fifa.
Confira a nota oficial emitida por Romário:
Tivemos
agora há pouco uma grande vitória. Mais um passo para livrarmos nosso
amado esporte futebol da corrupção, ainda falta muito a fazer, mas Del
Nero era um dos símbolos que remanesceram da era Ricardo Teixeira. Eles
tombaram como peças de dominó: Teixeira, Marín e Del Nero. Todos
incorreram no mesmo crime, conforme apontaram as investigações do FBI:
conspiram de forma intencional para criar um sistema e fraudar a CBF.
Com
o pedido de licença de Del Nero, assumiu o presidente da federação
capixaba. Caiu dando um golpe, já que o processo natural seria Delfim
Peixoto, vice-presidente mais velho, assumir.
É
importante que vocês saibam que há duas investigações internacionais em
curso: FBI e Comitê de Ética da FIFA. A investigação do FBI deve levar
Del Nero à prisão. E a investigação da FIFA, provocada por documentos
que enviamos à entidade dia 11 de novembro, devem banir Del Nero do
futebol. Este é o ideal e o que os brasileiros esperam depois de tanto
malfeito.
Não esquecendo que os trabalhos da CPI do
Futebol continuam, especialmente agora. Temos pela frente meses de
trabalho que devem apresentar um plano para que o futebol brasileiro
saia deste quadro de falência, além de acabar com o sistema criminoso
que se instalou na CBF.
Análise: Risco de queda de Dilma agora é real
Menos de um ano depois de
assumir seu segundo mandato presidencial, Dilma Rousseff corre o risco
real de ser retirada do Palácio do Planalto por conta de um processo de
impeachment. A decisão tomada nesta quarta-feira, 2, pelo presidente da
Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autorizar o pedido de
abertura do impeachment contra ela, fragiliza ainda mais o governo
petista já abalado pelo efeito das investigações da Operação Lava Jato,
da Polícia Federal, e, sobretudo, pela gravíssima crise econômica.
Com órgãos do governo e aliados envolvidos
diretamente com acusações de corrupção, Dilma viu sua popularidade se
desmanchar meteoricamente desde a posse em janeiro. Somando isso com o
quadro de forte retração na economia, aumento sensível do desemprego e
paralisia das ações do governo, o cenário ficou preparado para um
desastre político. O que parecia ser uma tempestade perfeita já se
transformou numa espécie de apocalipse do governo petista.
Embora
negue, Cunha negociou até o último instante com governo e PT uma
espécie de troca. Se ajudassem a salvar seu mandato, não aceitaria o
pedido de impeachment. Não houve acordo e o presidente da Câmara, que
luta desesperadamente para salvar a própria pela, decidiu disparar na
direção da presidente.
A consequência imediata do pedido é a
paralisia do governo. A partir de agora, Dilma e seus aliados vão se
concentrar apenas em captar votos para barrar o impeachment. Com isso,
também foi dada a largada para a nova temporada do balcão do toma lá dá
cá do Congresso.
Mesmo ainda tendo a caneta na mão, esses votos
são uma incógnita. O problema é que o peso da opinião pública é sempre
muito relevante nessas discussões. Antiga máxima de Brasília diz que
políticos até carregam a alça do caixão de um colega que caiu em
desgraça. Mas jamais serão descerão à sepultura com ele. Foi assim com o
senador Delcídio Amaral (PT-MS), que, na semana passada, precisou do
apoio dos colegas no Senado para ter relaxado seu pedido de prisão pela
Lava Jato. Líder do governo, popular e admirado pelos colegas, Delcídio
viu até mesmo companheiros de partido votarem contra ele. Com a imensa
pressão popular pela manutenção da prisão de Delcídio, a maioria dos
senadores não quis correr risco de se desgastar.
Fragilizada
politicamente e com baixíssimo apoio popular, Dilma terá agora o grande
desafio de amarrar um amplo arco de alianças disposto a apoiar a
manutenção do seu mandato. Sem nunca ter tido paciência para negociações
desse tipo, precisará mais do que nunca convencer os parlamentares a
lhe apoiarem. Afinal de contas, está nas mãos dessa turma o futuro de
seu governo.
Lula diz que impeachment é gesto de "insanidade" de Cunha
Agência O Globo
RIO — Dizendo-se "indignado", o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira,
que a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff foi um gesto de "insanidade" do presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estaria colocando interesses
pessoais acima dos do país.
—
No dia em que a presidente Dilma consegue aprovar as novas bases para o
Orçamento de 2015, recebe um gesto de insanidade, que é o pedido de
impeachment — afirmou Lula, após reunião de meia-hora com o governador
do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Para Lula, o risco é que a crise política aprofunde a crise econômica:
—
A presidente fazendo um esforço incomensurável para aprovar o ajuste
(fiscal), recuperar a economia, mas o presidente da Câmara me parece que
tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil.
O ex-presidente afirmou que é preciso votar o mais rápido possível o processo de impeachment:
—
Não podemos permitir que essa loucura do Eduardo Cunha tenha
prosseguimento, tem que resolver isso logo. Se deixar passar Natal, ano
novo, quem vai querer investir no país?
Lula
foi consultado e concordou com a decisão do PT de partir para o
enfrentamento com Cunha, o que deflagrou o processo de impeachment. O
temor era que o presidente da Câmara aceitasse o pedido de afastamento
de Dilma mesmo que fosse salvo pelos petistas no Conselho de Ética.
Em
reunião do diretório nacional do PT, no final de outubro, Lula havia
afirmado que a prioridade do partido tinha que ser aprovar as medidas de
interesse do governo na Câmara, e não "derrubar" Cunha. Nesta
quinta-feira, ele afirmou que não mudou de posição:
—
Minha ideia era que tinha que priorizar as reformas (econômicas) que a
Dilma precisava. Se a economia não voltar a crescer, em casa que não tem
pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.
O
ex-presidente acusou o PSDB de promover um terceiro turno da eleição ao
apoiar o pedido de impeachment e de apostar "no quanto pior melhor".
Lula pediu a Pezão que lidere um pacto de governadores contra o
impeachment. Na manhã desta quinta, Pezão conversou com Dilma por
telefone, manifestou solidariedade a ela e disse que falaria com outros
governadores.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
O passo a passo do processo de impeachment contra Dilma
A decisão já era
esperada desde que a bancada petista sinalizou que votaria contra Cunha
em seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. O
presidente se defende de quebra de decoro durante a CPI da Petrobras, onde afirmou não ter contas secretas na Suíça.
No
processo de impeachment, esse é o segundo de cinco passos básicos para a
instauração do processo de cassação de um presidente da República. Veja
abaixo o que acontece em seguida.
1) O crime:
Um pedido de impeachment pode ser protocolado por qualquer cidadão,
mas, para isso, é necessária a caracterização de um crime por parte do
presidente que tenha relação com seu mandato vigente. No caso de Dilma
Rousseff, as “pedaladas fiscais” em 2015 foram usadas como justificativa
de Eduardo Cunha para acatar o pedido, consideradas “crime de
responsabilidade fiscal”. São oito possíveis e as pedaladas, segundo o
pedido, infringiriam os itens V e VI. Veja abaixo:
Art.
4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República
que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
I - A existência da União:
II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;
III - O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV - A segurança interna do país:
V - A probidade na administração;
VI - A lei orçamentária;
VII - A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
VIII - O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).
I - A existência da União:
II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;
III - O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV - A segurança interna do país:
V - A probidade na administração;
VI - A lei orçamentária;
VII - A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
VIII - O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).
2) A admissão:
Esta é a fase atual. Com os pedidos em mãos, o presidente da Câmara
pede análises técnicas e decide se arquiva ou acata o pedido. Este ano,
foram 34 pedidos arquivados esse ano, um recorde. Para Cunha, o único
que cumpriu os requisitos mínimos foi o dos três juristas.
3) O procedimento: Agora,
o requerimento passa por análise de uma comissão composta por
parlamentares de todas as bancadas da Câmara. Abre-se um prazo de 10
dias para que a comissão decida por um parecer favorável ou contrário à
continuidade do processo. Daí em diante, serão 20 dias para defesa da
presidente. Com o relatório pronto, o presidente da Câmara coloca a
matéria em votação no plenário da Câmara. Se aceito por ao menos 342
deputados , ou seja, dois terços ou mais dos 513, um julgamento
comandado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, no Senado. Dilma
ficaria automaticamente afastada por seis meses esperando o resultado.
4) A decisão:
No Senado, será feito um julgamento comum, cuja decisão será proferida
pelos Senadores. Para um impeachment, é preciso novamente dos votos de
dois terços da casa, neste caso 54 dos 81 senadores. Além de perder o
mandato, Dilma pode ficar inelegível por até 5 anos, decisão que cabe
também ao Senado. Caso a presidente seja absolvida, volta imediatamente
ao cargo.
5) O próximo passo:
Como o processo de impeachment aceito por Cunha não inclui o
vice-presidente, em caso de cassação do mandato de Dilma, quem assume é Michel Temer
(PMDB). Não fosse assim e o vice caísse junto, seria o presidente da
Câmara que assumiria o cargo interinamente. Neste caso hipotético, por
se tratar dos dois primeiros anos do mandato, o Congresso convocaria
novas eleições em 90 dias. Na segunda metade do mandato, o Congresso
seria o responsável por escolher o novo presidente em 30 dias.
Eduardo Cunha aceita pedido de impeachment contra Dilma Rousseff
© Fornecido por Estadão
Eduardo Cunha anuncia que acatou pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff
O presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) feito pelos juristas
Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal. O peemedebista disse
a aceitação do pedido tem "natureza técnica" e que não havia como
postergar mais a decisão sobre a questão. "Não ficaria com isso na
gaveta sem decidir", afirmou, ressaltando que "nunca na história de um
mandato" houve tantos pedidos para afastamento do presidente.
Cunha
afirmou que o pedido seguirá "processo normal", dando amplo direito ao
contraditório ao governo, e negou indiretamente uma atitude de revanche
em relação ao governo. "Minha posição será a mais isenta possível, sem
nenhum espírito de torcida", afirmou.
A decisão de Cunha foi
tomada horas depois de o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC),
anunciar que os três integrantes do partido no Conselho de Ética
votarão, em sessão marcada para a próxima terça-feira, 8, pela
admissibilidade do pedido de cassação de mandato de Cunha apresentado
pelo PSol.
"Não tenho nenhuma felicidade de praticar esse ato",
disse. "Decisão é de muita reflexão e de muita dificuldade". O
presidente da Câmara afirmou que o País passa por muitas crises e que é
preciso que a possibilidade de afastamento da presidente seja uma
questão enfrentada.No início da coletiva de imprensa, Cunha afirmou que
refutou pedidos baseados em acusações sobre mandatos anteriores ao atual
e disse que entendeu como constrangimento acusações, divulgadas pela
imprensa na segunda-feira, 20, de que teria recebido dinheiro do BTG em
troca de aprovação de medida provisória que favoreceu o banco.
O
pedido de impeachment cita as “pedaladas fiscais” pelo governo em 2014,
segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que rejeitou as
contas da gestão Dilma no ano passado, e a continuidade dessa prática
contábil em 2015 .
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a
decisão de Cunha de aceitar pedido de impeachment "foi uma atitude
revanchista". O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirma que "Cunha,
associado a partidos de oposição, quer dar o golpe".
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Economia encolhe 1,7% e tem o 3º trimestre consecutivo de queda
© Fornecido por Estadão
Os investimentos despencaram 15% em relação a 2014, a maior queda da série histórica
A economia brasileira encolheu 1,7% entre julho
e setembro, na terceira queda consecutiva ante o trimestre anterior. Em
relação ao mesmo período do ano passado, o recuo do Produto Interno
Bruto (PIB) foi ainda maior: 4,5%. As quedas foram generalizadas,
sinalizando que a recessão econômica se aprofundou no País.
Além
disso, os números do primeiro e do segundo trimestres foram revisados
ainda mais para baixo. De janeiro a março, a queda ante o mesmo período
de 2014 era de 1,6% e passou para 2%. Já de abril a junho, o recuo havia
sido de 2,6%, na mesma base de comparação, e agora foi calculado em 3%.
Os
investimentos, chamados de Formação Bruta de Capital Fixo, tiveram o
nono trimestre consecutivo de recuo ante o período anterior (-4%) e
despencaram 15% na comparação com 2014 - a maior queda da série
histórica, iniciada em 1996.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o recuo é justificado, principalmente,
pela queda das importações e da produção interna de bens de capital,
além do desempenho negativo da construção civil. As importações
encolheram 20% entre e julho e setembro ante 2014, também a maior queda
da série histórica.
Já a atividade de serviços, que tem um grande
peso no cálculo do PIB, caiu 1% ante o segundo trimestre e 2,9% em
relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar do câmbio mais
favorável, a indústria também encolheu: 1,3% ante o período anterior e
6,7% em relação a 2014. A agropecuária, que era a esperança de um
desempenho melhor entre julho e setembro, também recuou: 2,4% e 2%, nas
mesmas bases de comparação.
Influenciado pela deterioração dos
indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda, o consumo das
famílias recuou pelo terceiro trimestre seguido em ambas as comparações.
Ante o trimestre anterior, a queda foi de 1,5%. Já na comparação com
2014, -4,5%.
O consumo do governo foi o único item que apresentou
alta ante o trimestre anterior: 0,3%. Na comparação com 2014, no
entanto, houve queda de 0,4%.
Defesa de Delcídio descarta delação premiada, diz assessor
Agência Brasil
Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
© Valter Campanato/Agência Brasil
Brasília - O advogado Maurício Silva Leite, defensor de Delcídio do
Amaral, fala sobre a prisão e o depoimento do senador na
Superintendência da Polícia Federal (Valter Campanato/Agência Brasil)
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não pretende fazer
acordo de delação premiada, de acordo com Eduardo Marzagão, assessor do
parlamentar. Delcídio foi preso semana passada numa das fases da
Operação Lava Jato.
“Ninguém, em segundo nenhum; nem advogado, nem
familiar; ninguém nunca cogitou ou propôs a ele que fizesse delação
premiada”, afirmou Marzagão, tendo por base conversas com os advogados
de defesa e com parentes do senador.
Os advogados de defesa
pretendem apresentar ainda esta semana um “pedido de relaxamento” da
prisão, sob a justificativa de que o senador em nenhum momento tentou
obstruir as investigações que estão sendo feitas em decorrência da
Operação Lava Jato. Marzagão disse ainda que isso deve ser feito após o
segundo depoimento do senador às autoridades, previsto para os próximos
dias.
Na sexta-feira (27), Delcídio recebeu a visita da esposa,
Maika do Amaral Gomez. Está prevista uma nova visita dela ainda esta
semana. De acordo com o assessor, Delcídio tem sido “super bem tratado”
na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde o dia 25,
após ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Leitura
O senador tem dedicado parte do seu tempo à leitura. Atualmente está lendo o livro Brasil: Uma Biografia, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling. Nos primeiros dias leu o livro A Origem do Estado Islâmico, do jornalista irlandês Patrick Cockburn. Os dois livros foram presenteados por Marzagão.
Segundo
denúncia da Procuradoria-Geral da República, Delcídio ofereceu R$ 50
mil mensais à família do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró para evitar a citação do nome do parlamentar nas
investigações. Delcídio teria oferecido também ajuda política no Poder
Judiciário em favor de Cerveró para que o ex-diretor não fizesse acordo
de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
Cunha vincula impeachment a voto de petistas
Nesta terça-feira, 1.º, o Conselho de Ética se reúne para decidir se instaura ou não o processo contra Cunha. Os deputados petistas Valmir Prascidelli (SP), Zé Geraldo (PA) e Léo de Brito (AC), representantes do partido no colegiado, têm alegado ao Planalto que enfrentam dificuldades em suas bases para votar a favor do peemedebista. Mas vão rediscutir o posicionamento pela manhã, antes da sessão.
Se os petistas atenderem ao pedido de Cunha, ele já informou a interlocutores da presidente que segura o impeachment. “Está nas mãos deles. Tudo depende do comportamento do PT”, teria dito Cunha, segundo interlocutores da presidente.
Aliados do presidente da Câmara dizem que ele tem garantidos até agora nove dos 11 votos de que precisa no Conselho de Ética. Os três votos do PT são, portanto, considerados fundamentais para ele se livrar do processo de cassação.
Após ter seu nome envolvido em mais um esquema de suposto recebimento de propina, Cunha decidiu nesta segunda-feira, 30, prorrogar duas CPIs que constrangem o governo, a do BNDES e a dos Fundos de Pensão. Cunha disse a aliados que definirá nesta terça-feira o prazo para prorrogação das comissões.
‘Conspiração’
O peemedebista almoçou nesta terça-feira com o presidente em exercício, Michel Temer, no Palácio do Jaburu. Mais uma vez, se queixou do que classifica como uma “armação” do Planalto e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele. O presidente da Câmara se referia a papéis recolhidos pelos investigadores da Procuradoria-Geral da República que apontariam suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina ao deputado, para alterar uma medida provisória que beneficiaria o banco BTG Pactual, de André Esteves. O banqueiro foi preso na quarta-feira passada por suspeita de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
Cunha, que nega ter recebido vantagens indevidas, disse que suas emendas foram contrárias aos interesses do banco e apresentou a Temer, durante o almoço, os documentos em sua defesa. Ele chamou essa nova denúncia contra ele de “conspiração”, que teria o “dedo do governo” e, nesse caso, considera que, além de Janot, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teria responsabilidades no episódio.
De acordo com o material colhido pelos investigadores da Lava Jato, depois que “tudo deu certo”, Cunha e o banqueiro, entre outros, participaram de um jantar de comemoração. O objetivo descrito no texto da MP era enquadrar as instituições em regras internacionais mais rígidas e prepará-las para enfrentar a crise econômica de 2008. / COLABOROU DAIENE CARDOSO
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