O presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) feito pelos juristas
Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal. O peemedebista disse
a aceitação do pedido tem "natureza técnica" e que não havia como
postergar mais a decisão sobre a questão. "Não ficaria com isso na
gaveta sem decidir", afirmou, ressaltando que "nunca na história de um
mandato" houve tantos pedidos para afastamento do presidente.
Cunha
afirmou que o pedido seguirá "processo normal", dando amplo direito ao
contraditório ao governo, e negou indiretamente uma atitude de revanche
em relação ao governo. "Minha posição será a mais isenta possível, sem
nenhum espírito de torcida", afirmou.
A decisão de Cunha foi
tomada horas depois de o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC),
anunciar que os três integrantes do partido no Conselho de Ética
votarão, em sessão marcada para a próxima terça-feira, 8, pela
admissibilidade do pedido de cassação de mandato de Cunha apresentado
pelo PSol.
"Não tenho nenhuma felicidade de praticar esse ato",
disse. "Decisão é de muita reflexão e de muita dificuldade". O
presidente da Câmara afirmou que o País passa por muitas crises e que é
preciso que a possibilidade de afastamento da presidente seja uma
questão enfrentada.No início da coletiva de imprensa, Cunha afirmou que
refutou pedidos baseados em acusações sobre mandatos anteriores ao atual
e disse que entendeu como constrangimento acusações, divulgadas pela
imprensa na segunda-feira, 20, de que teria recebido dinheiro do BTG em
troca de aprovação de medida provisória que favoreceu o banco.
O
pedido de impeachment cita as “pedaladas fiscais” pelo governo em 2014,
segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que rejeitou as
contas da gestão Dilma no ano passado, e a continuidade dessa prática
contábil em 2015 .
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a
decisão de Cunha de aceitar pedido de impeachment "foi uma atitude
revanchista". O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirma que "Cunha,
associado a partidos de oposição, quer dar o golpe".
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