Atualizado às 18h55
BRASÍLIA - Por falta
de dinheiro, as eleições municipais de 2016 serão realizadas
manualmente. É a primeira vez que isso acontecerá desde 2000, quando
todo o eleitorado brasileiro começou a votar eletronicamente. A
informação de que o contingenciamento impedirá eleições eletrônicas foi
publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 30.
"O
contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições
de 2016 por meio eletrônico" diz o artigo 2º da Portaria Conjunta nº 3,
de 27 de novembro de 2015.
A portaria foi assinada pelos
presidentes dos Supremo Tribunal Federal (STF), TSE, Superior Tribunal
de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Superior Tribunal
Militar (STM), Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e seus
respectivos conselhos.
A portaria informa ainda que ficam
indisponíveis para empenho e movimentação financeira um total de R$ 1,7
bilhão para STF (R$ 53,2 milhões), STJ (R$ 73,3 milhões), Justiça
Federal (R$ 555 milhões), Justiça Militar da União (R$ 14,9 milhões),
Justiça Eleitoral (R$ 428,9 milhões), Justiça do Trabalho (R$ 423
milhões), Justiça do DF (R$ 63 milhões) e Conselho Nacional de Justiça
(R$ 131 milhões).
As urnas eletrônicas foram utilizadas pela
primeira vez em 1996. Mas, somente nas eleições do ano 2000, todo o
eleitorado votou eletronicamente.
Em nota, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) informou que deixará de receber R$ 428,7 milhões.
Segundo o texto, a falta do dinheiro vai prejudicar na aquisição e
manutenção dos equipamentos para a realização da eleição do ano que vem.
"Esse bloqueio no orçamento, compromete severamente vários projetos do
TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). O impacto maior
reflete no processo de aquisição de urnas eletrônicas, com licitação já
em curso e imprescindível contratação até o fim do mês de dezembro, com
o comprometimento de uma despesa estimada em R$ 200 milhões", diz a
nota.
Ainda de acordo com o texto, a não conclusão da licitação
das urnas causará "dano irreversível e irreparável" à Justiça Eleitoral.
O TSE fala também em "ameaça de grave lesão à ordem, por comprometer as
eleições". "As urnas que estão sendo licitadas tem prazo certo e
improrrogável para que estejam em produção nos cartórios eleitorais. Na
espécie, não há dúvida que o interesse público envolvido há que
prevalecer, ante a iminente ameaça de grave lesão à ordem, por
comprometer as Eleições Eletrônicas Municipais de 2016."
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