BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), converteu a prisão temporária do banqueiro André
Esteves, do BTG Pactual, em preventiva, a pedido da Procuradoria-Geral
da República (PGR). Com isso, não há mais data de vencimento para a
detenção do executivo. Sem a decisão de Zavascki, Esteves poderia ser
solto a partir desta segunda-feira, quando expirava o prazo de cinco
dias da prisão temporária.
A mesma medida foi adotada também para o
chefe de gabinete do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, o
assessor Diogo Ferreira. Os dois foram presos na última quarta-feira,
25, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. No
caso de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro, as prisões já eram
preventivas desde o início.
Os quatro são suspeitos de tentar
barrar as investigações sobre corrupção na Petrobrás e comprar o
silêncio de Nestor Cerveró. Em conversas gravadas por Bernardo Cerveró,
filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, Delcídio tenta comprar o
silêncio do ex-dirigente da estatal para evitar menções a seu nome ou
ao banco BTG Pactual em eventual delação premiada. As tratativas eram
feitas com o advogado Edson Ribeiro, com participação do assessor do
parlamentar.
De acordo com Zavascki, em nota divulgada pelo STF,
os depoimentos prestados desde a realização das prisões e o material
coletado em buscas "permitiram o preenchimento dos requisitos para a
decretação das prisões preventivas". Pela legislação penal, a prisão
preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública,
conveniência da investigação criminal ou assegurar a aplicação da lei,
quando há prova da existência do crime e indícios sobre o autor do
delito.
A expectativa é que Delcídio, Esteves, Diogo Ferreira e
Edson Ribeiro sejam denunciados pela Procuradoria-Geral da República no
início desta semana por tentativa de dificultar as investigações.
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