O
texto assinado por Alberto Bombig afirma que o acordão incluiría a
saída do presidente Michel Temer, garantindo-lhe imunidade penal a ser
conferida pelo novo presidente, além da votação da PEC que prevê foro
privilegiado para ex-presidentes, livrando Temer e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva das “garras” do juiz federal Sérgio Moro.
Ainda
segundo a reportagem, o novo presidente (escolhido por eleições
indiretas) convocaria uma nova Constituinte, e para acalmar os mercados,
sancionaria uma reforma mínima da Previdência. Por sua vez, a
Constituinte promoveria um novo modelo político, permitindo eleições e
mandatos a promotores e procuradores da Justiça, como ocorre nos Estados
Unidos, e em paralelo, seriam realizadas as eleições diretas para a
Presidência da República.
São Paulo – Em um momento em que mesmo aliados já dão como certa a saída de Michel Temer da presidência, o futuro do mais alto cargo do Executivo nacional parece estar nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga a chapa Dilma-Temer na próxima terça-feira (6).
Apesar
das apostas altas em uma cassação, a instabilidade do cenário político
não permite descartar de todo a hipótese de Michel Temer continuar na
presidência, pelo menos por mais alguns meses.
Esse, no entanto, seria o pior horizonte na avaliação das consultorias.
Para a Eurasia, por exemplo, que vê apenas 30% de chance de Temer
permanecer, a queda do presidente deveria ser rápida devido à percepção
de que sua permanência seria pior para a agenda econômica e legislativa.
Para
a Capital Economics, o país vai se sustentar, no curto prazo, enquanto
os fundamentos financeiros se mantiverem. Mas os analistas afirmam que a
última coisa de que o Brasil precisa é de um período prolongado de
incertezas.
A consultoria pondera, no entanto, que uma solução
rápida é muito pouco provável, já que o presidente se recusa a renunciar
em uma clara “fratura” entre o poderes Executivo e Judiciário.
Apesar
da improbabilidade, os analistas não descartam a a hipótese de Temer
jogar com a demora nas decisões para se manter no cargo até 2018.
A
Capital Economics montou um “Indicador de Condições Financeiras” que
monitora variáveis como juros de mercado, títulos públicos, preços de
ações e câmbio. Apesar de ele ter piorado na última semana, ainda está
longe dos níveis da crise política que levou ao impeachment de Dilma
Rousseff.
Um ponto importante da semana que vem será a decisão do Banco Central
sobre as taxas de juros do país, segundo os analistas, sobre a qual o
mercado já vem especulando há alguns dias. Há a possibilidade de o ritmo do corte de juros se desacelerar, ou mesmo de não haver qualquer alteração.
Em
resumo, para a Capital Economics, se o país conseguir evitar um colapso
desses indicadores financeiros, os efeitos da crise política podem não
ser tão dramáticos.
Ricardo Ribeiro, da MCM Consultoria,
acrescenta que, se Temer continuar no cargo, isso provavelmente vai
significar que ele terá conseguido reestabelecer o mínimo suporte
político para o seu mandato.
No entanto, para ele, nada disso
garante que ele terá força suficiente para tranquilizar os mercados em
relação às reformas econômicas e à resolução da crise política.
A
credibilidade e a capacidade de tirar o país da crise, o presidente já
perdeu, segundo a avaliação de Ribeiro. “Ele já não tem condições de
levar adiante as reformas, vai simplesmente guardar a cadeira para o
próximo presidente eleito”, resume o analista.
BRASÍLIA - Em um movimento que vinha sendo estudado desde o início da
semana, a defesa do presidente Michel Temer pediu que o inquérito
aberto contra o peemedebista seja redistribuído, em um sorteio de um
novo relator, e seja desmembrado, para que a investigação sobre Temer
corra em separado à apuração sobre os fatos suspeitos contra o senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR).
A petição da defesa de Temer foi encaminhada ao
ministro Edson Fachin, relator do inquérito, poucas horas depois de a
Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido autorização para marcar
o depoimento do presidente. Enquanto a defesa pede a suspensão da
investigação até a conclusão da perícia em áudio de Joesley Batista,
cujo conteúdo expõe o presidente, o procurador-geral, Rodrigo Janot,
defende o prosseguimento, alegando que, por haver investigado preso, o
prazo para a conclusão da apuração e para o oferecimento de denúncia é
mais curto do que o normal.
Os advogados de Temer dizem que "os
fatos que se pretende levar a investigação em face do Sr. Presidente da
República são totalmente distintos daqueles imputados ao Senador Aécio
Neves e ao Deputado Rodrigo Loures".
A defesa também quer sorteio
de um novo relator afirmando que a investigação não tem nada a ver com a
Operação Lava Jato, com a delação premiada do ex-dirigente do BNDES
Fábio Cleto e com a denúncia que foi oferecida contra o então deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — este último caso baixou para a primeira
instância após o peemedebista perder o cargo.
"Em suma, Culto
Ministro, a conclusão que fica é a de que os fatos imputados aos ora
requerente não guardam conexão processual com qualquer outro
procedimento já instaurado. Não há qualquer risco de conduções
conflitantes caso, na distribuição, seja sorteado outro Ministro como
Relator. Não haverá qualquer prejuízo à prestação jurisdicional",
afirmam Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Sérgio Eduardo Mendonça de
Alvarenga e Gustavo Bonini Guedes, advogados do presidente.
"Portanto,
nesse contexto, em obediência à Lei Maior e às legislações pertinentes,
entre elas o Regimento Interno dessa Corte Suprema, exsurge como medida
imperiosa a livre distribuição do feito. É o que se requer", requer a
defesa de Temer.
Goiaba é o fruto
da goiabeira, árvore da espécie Psidium guajava,
da família Myrtaceae, originária da América tropical. Ocorre sobretudo no Brasil, nas Antilhas. Atualmente
encontra-se bastante difundida no sudeste da Ásia.
Etimologia
A palavra "goiaba" originou-se do
termo aruaque para a fruta, guaiaba.
Características
O fruto é constituído de uma baga,
carnoso, casca verde, amarelada ou roxa, com superfície lisa ou irregular, de
cerca de oito centímetros de diâmetro. Em seu interior, há uma polpa
rosada, branca ou dourada, contendo dezenas de pequenas sementes duras, mas que podem ser ingeridas
sem problemas. Somente as variedades de polpas brancas e vermelhas são
comercializadas. As quatro sépalas da flor estão
normalmente presentes em uma das extremidades da goiaba.
Existem inúmeras variedades, as duas mais
comuns são a branca, de casca esverdeada e interior amarelo-esverdeado pálido,
e a vermelha, de casca amarelada e interior rosado. Algumas moscas utilizam a goiaba para depósito de
seus ovos. As larvas dessas moscas são popularmente
chamadas de bicho-da-goiaba.
Elas são postas quando estão dentro do ovo. A mosca que é conhecida como
"mosca das frutas " coloca o seu ovo em cima da goiaba e a larva vai
entrando e danificando o fruto. As goiabas são consumidas principalmente in
natura ou em forma de doce, chamado goiabada. Compotas, geleias e sucos também
são comuns. São muito ricas em vitamina C, com de 180 a trezentos
miligramas de vitamina por cem gramas de fruta (mais do que a laranja ou o limão).
A goiaba não é ácida e, assim, pode substituir
o tomate na confecção de molhos salgados e
agridoces, sobretudo no caso de pessoas com restrições à acidez deste último.
De um modo geral, não tem muito açúcar e possui quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo
de dieta. De preferência, deve ser comida crua. É contra-indicada apenas para
pessoas que tenham o aparelho digestivo delicado ou com problemas intestinais.
Usos
Essa fruta é utilizada em diferentes produtos
derivados, tais como goiabadas, doces, compotas, sucos, sorvetes e molhos
salgados e agridoces. Conhecida por ter muita vitamina C, apresentando a goiaba
vermelha níveis dessa vitamina de 4 a 5 vezes superiores aos da laranja, possui
quantidades razoáveis de vitaminas A e do complexo B, além de sais minerais,
como cálcio, fósforo e ferro.
Óleo
da goiaba
O óleo da goiaba é rico em acido
linoléico, como o acido
graxo essencial. Misturando o óleo de goiaba com outros óleos de
alta saturação, pode-se obter vantangens nutricionais e obter outros óleos com
valores nutricionais variados.
Óleo virgem da goiaba
O óleo da semente da goiaba pode ser empregada
tanto para o uso culinário, farmacêutico e cosmético. Na indústria cosmética, o
óleo é bastante usado para desenvolver produtos para pele. O óleo é bastante
nutritivo e tem propriedades calmantes. As propriedades de retenção de
hidratação encontrados no óleo de goiaba são únicas, porque a goiaba é muito
rica em licopeno. O licopeno é um potente antioxidante conhecido pela sua ação
protetora contra tumores que danificam as células e os radicais livres. Além de licopeno, o óleo
da goiaba também tem excelente fonte de beta-caroteno, vitaminas A e C, cobre,
zinco, selénio e fósforo.
Especula-se que os vários compostos químicos
presentes na planta são responsáveis pelos efeitos anti-inflamatórios. Estudos
mostram que o óleo de goiaba tem uma boa atividade antimicrobiana e por causa
de suas propriedades adstringentes, é um bom ingrediente para desenvolver
preparações anti-acne. Também a sua ampla utilização como ingrediente ativo em
muitas formulações para o cuidado da pele.
Uso
medicinal
A etnofarmacologia é usada para diarreias na infância. O chá[necessário
esclarecer], em bochechos e gargarejos, é usado para
inflamações da boca e da garganta ou em lavagens de úlceras e na leucorreia.
O extrato aquoso do "olho" (broto) da
goiabeira tem intensa atividade contra salmonela, serratia e staphylococcus, grandes responsáveis pela
diarreias de origem microbiana. A atividade é mais forte na variedade de polpa
vermelha, e mais fraca nas folhas adultas e casca.
Produção
no Brasil
O Brasil é o maior produtor mundial de
goiabas vermelhas, são produzidas frutas para a indústria (variedades
"paluma" e "rica", entre outras) e para consumo in
natura (variedades "sassaoka" e "pedro sato", entre
outras), com a maior parte da produção concentrada no estado de São Paulo e no entorno do rio São Francisco,
na região das cidades Petrolina e Juazeiro.
O presidente Michel Temer confirmou ter se encontrado com o
"homem da mala" do grupo JBS, Ricardo Saud. Apesar de confirmar à
reportagem as reuniões, a assessoria do presidente não mencionou quantas
vezes elas ocorreram. "Poucas vezes, mas não chegaram a sete como ele
afirmou", diz em nota.
Saud, que ocupava o cargo de diretor de
Relações Institucionais do grupo JBS, disse em acordo de delação
premiada ter se encontrado sete vezes com Temer em 2014.
O Palácio
do Planalto também não especificou, como pedido, onde e quando
ocorreram esses encontros.De acordo com o depoimento prestado pelo
executivo ao Ministério Público Federal, as reuniões ocorreram entre
julho e outubro de 2014, em três endereços: na vice-presidência, no
Palácio do Jaburu e no escritório de Temer, em São Paulo.
Saud narrou que, nesses encontros, foram tratados repasses para o PMDB em meio às eleições daquele ano.
Ele
afirmou ainda que Temer teria pedido R$ 1 milhão para ele próprio. O
valor teria sido entregue em dinheiro na Argeplan Arquitetura e
Engenharia, que tem como sócio o coronel aposentado João Baptista Lima,
amigo de Temer.
O delator contou também ter tratado com Temer o repasse de outros R$ 14 milhões a seus aliados do PMDB.
Esse
dinheiro era proveniente de uma "conta-corrente" do PT, partido com o
qual o PMDB era coligado em 2014, referente a negócios que a JBS
mantinha com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social).
HOMEM DA MALA
Saud entregou ao deputado Rocha
Loures (PMDB-PR) uma mala com R$ 500 mil em dinheiro. A entrega foi
filmada pela Polícia Federal em uma ação como parte do acordo de delação
dos irmãos Batista. O deputado afastado entregou à PF o dinheiro.
Em pronunciamento, Temer tentou minimizar a relação com os executivos da JBS. Com informações da Folhapress.
Em entrevista coletiva para detalhar a 41ª fase da Operação Lava Jato, de nome “Poço Seco”, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da operação, criticou a decisão do juiz Sergio Moro de absolver a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na avaliação do procurador, Moro teve “coração bom” ao absolvê-la, mas
se equivocou na tese de que Cláudia não tinha conhecimento da origem
ilícita dos recursos que mantinha no exterior.
Na sentença, o juiz
Sergio Moro avaliou que era possível comprovar que ela teve acesso aos
recursos e de fato concretizou os gastos em faturas de cartão de crédito
e aquisição de produtos de luxo, mas que não existiam provas de que ela
não soubesse que o dinheiro, repassado por Cunha, era proveniente de
corrupção.”Uma pessoa como Cláudia Cruz, jornalista, com um nível de
formação cultural, deveria saber quais eram as origens dos recursos”,
rebateu o procurador.
Carlos Fernando confirmou que o MPF vai
recorrer contra a decisão de Moro ao Tribunal Regional Federal (TRF) e
disse estar esperançoso de que a Corte reverterá a decisão do juiz. Ele
ressaltou que Cláudia Cruz não é acusada por corrupção, mas sim por
lavagem de dinheiro, o que acredita ter ficado provado pela
investigação.
O
procurador ressaltou que o empresário português Idalécio de Castro
Rodrigues de Oliveira, absolvido na decisão de quinta-feira, terá a sua
inocência também contestada. Na decisão, o juiz Sergio Moro considerou
que não estava claro que ele tinha ciência de que o pagamento de cerca
de dez milhões de dólares ao lobista João Augusto Henriques, originários
da compra dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin,
na África, pela Petrobras, não se tratavam de uma “comissão
justificada”, mas sim de propina.
Em março, Eduardo Cunha foi
condenado a quinze anos de prisão por ter sido o beneficiário de parte
desse valor em contas no exterior, de onde teriam saído os recursos
transferidos para outras contas, em titularidade de Cláudia Cruz. Nesta
sexta-feira, a Operação Poço Seco segue investigando o pagamento de
propina sobre o campo de Benin, buscando esclarecer mais detalhes a
respeito do caminho dos recursos e de outros possíveis envolvidos e
beneficiados no esquema.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou nesta quinta-feira o pedido de impeachment do presidente Michel Temer na
Câmara dos Deputados. Com base em informações da delação dos executivos
da JBS, a OAB entendeu que Temer cometeu crime de responsabilidade e,
por isso, deve ser condenado à perda do mandato e se tornar inelegível
por um período de oito anos.
O principal argumento da entidade é o
de que o presidente praticou o crime de omissão ao ouvir – sem tomar
nenhuma atitude – o dono da JBS, Joesley Batista, dizer que estava
comprando juízes e um procurador e pagando pelo silêncio do deputado
cassado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro.
Apesar do novo
pedido de impeachment – o 15º contra Temer e o 11º desde que vieram a
público as revelações de Batista em acordo de delação premiada, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu indicativos de que
pretende arquivar todos os processos. Com isso, ganha força o julgamento
marcado para o próximo dia 6 de junho, quando o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) vai avaliar se cassa ou não o mandato de Temer por abuso
de poder econômico e político.
A defesa do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)
entregou ontem (22) à Polícia Federal (PF) em São Paulo uma mala com R$
465 mil. Em abril, Loures foi filmado pela PF recebendo a mala, que
continha R$ 500 mil, segundo as investigações, e foi enviada pelo
empresário Joesley Batista, dono da JBS. No documento em que atestou a
apreensão, os policiais contaram 9.300 notas de R$ 50.
Os
documentos que comprovam a entrega foram enviados nesta manhã ao
gabinete do ministro Edson Fachin, que, na semana passada, determinou o
afastamento de Rocha Loures do mandato após pedido da Procuradoria-Geral
da República (PGR). Os advogados não se manifestaram sobre a falta de
R$ 35 mil.
Pela denúncia, aparece ainda em uma das conversas
gravadas com Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Instituições da
J&F, concordando em apresentar uma prévia do relatório da Medida
Provisória do Refis, que ainda não era público. Na conversa, os dois
falam sobre esconder o que a JBS queria no texto incluindo os pontos
como sugestão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carnes (ABIEC).
Posteriormente, Rocha Loures foi filmado
recebendo R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Loures é apontado
como intermediário do presidente Michel Temer para assuntos do grupo
J&F com o governo, de acordo com denúncia do Ministério Público
Federal (MPF) com base em áudio de conversa gravada por Joesley.
A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba denunciou nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso
envolvendo obras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado
pelo petista e reformado pelas empreiteiras Odebrecht, Schahin e OAS,
além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Caso o
juiz federal Sergio Moro aceite a acusação dos procuradores, o petista
se tornará réu pela sexta vez, três delas na investigação que apura
desvios na Petrobras.
De acordo com os procuradores, o
ex-presidente foi beneficiado ilicitamente com cerca de um milhão de
reais nas reformas, que incluíram a construção de anexos e benfeitorias
no sítio, como a instalação de uma cozinha de alto padrão. Odebrecht e
OAS teriam arcado com 870.000 reais das obras e a Schahin, por meio de
Bumlai, teria pago 150.500 reais.
O dinheiro teria sido retirado,
no caso da Odebrecht, de quatro contratos: dois para construção da
refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e dois do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); no caso da OAS, o dinheiro
teria sido contabilizado nas vantagens indevidas pagas sobre três
contratos: de construção e montagem dos gasoduto Pilar-Ipojuca e
Urucu-Coari e da construção do Novo Centro de Pesquisas da Petrobras
(Novo Cenpes), no Rio.
Assim como nas outras duas denúncias da
Lava Jato contra Lula, os procuradores da equipe coordenada por Deltan
Dallagnol voltaram a afirmar que ele “capitaneou e se beneficiou desse
grande e poderoso esquema criminoso”. “Por trás de todo esse esquema
partidário de dominação das diferentes Diretorias da Petrobras e, mesmo,
de outros órgãos públicos federais, existia o comando comum de Luiz
Inácio Lula da Silva, que era simultaneamente chefe do governo
beneficiado e líder de uma das principais legendas envolvidas no macro
esquema criminoso”, afirma o MPF.
Além de Lula e Bumlai, os
procuradores do MPF denunciaram os empreiteiros Léo Pinheiro, Agenor
Franklin Magalhães Medeiros e Paulo Roberto Valente Gordilho, todos
executivos da OAS; Marcelo Odebrecht, Emílio Odebrecht, Alexandrino
Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior,
executivos da Odebrecht; além do ex-assessor especial da Presidência
Rogério Aurélio Pimentel, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar,
um dos donos oficiais do sítio.
Os processos contra Lula
O
ex-presidente Lula já responde na Justiça Federal do Paraná a duas
ações penais. Em uma delas, o petista é acusado pelo Ministério Público
Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por
supostamente ter sido beneficiado com propinas de 3,7 milhões de reais
da OAS na reserva e na reforma do tríplex do Guarujá (SP) e no
armazenamento de seu acervo presidencial em uma empresa de transportes.
Em
outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça Federal
do Paraná, o petista é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13
milhões de reais da Odebrecht.
Parte do dinheiro, 12,4 milhões de
reais, teria sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do
Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em
outro endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da
cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do
Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas.
Moro iniciou as oitivas de testemunhas neste processo nesta semana.
Ainda não há previsão para depoimento do ex-presidente.
Os outros
três processos contra Lula correm na Justiça Federal do Distrito
Federal, sob a caneta dos juízes Vallisney Oliveira e Ricardo Leite.
O
petista é acusado do crime de obstrução de Justiça por meio da compra
do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, processo em que
já depôs como réu; dos crimes de organização criminosa, lavagem de
dinheiro, corrupção passiva e tráfico de influência em contratos do
BNDES que teriam favorecido a Odebrecht, um desdobramento da Operação
Janus; e tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização
criminosa, processo decorrente da Operação Zelotes.
O juiz federal Sérgio Moro, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e
procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato foram entrevistados
pelo programa norte-americano "60 minutes", da rede de televisão CBS, exibido nesse domingo, 21. A reportagem comparou as investigações no Brasil ao caso Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon e mais de 90 congressistas na década de 1970.
No
programa, o juiz Moro afirmou que nenhum réu será julgado pela opinião
política que tem, ao se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). A ex-presidente Dilma, por sua vez, disse que nada sabia
sobre os casos de corrupção que ocorreram na Petrobras durante seu
governo e que foram descobertos pela Lava Jato.
Perguntado sobre
Lula, que acusa Moro de fazer um julgamento com motivações políticas
contra ele, o juiz negou as acusações do petista. "Ninguém vai ser
julgado por causa de sua opinião política. O ex-presidente Lula vai ter
todas as oportunidades que a lei dá para apresentar sua defesa", disse o
magistrado. No último dia 10, Lula prestou depoimento a Moro pela
primeira vez em uma das ações em que réu na Operação.
O juiz
criticou as tentativas do Congresso brasileiro em aprovar leis para
proteger políticos dos avanços das investigações. Moro respondeu
positivamente quando o jornalista Anderson Cooper afirmou que há muitos
"interesses poderosos" que querem ver todas as investigações acabarem.
"Sim. Mas é nossa responsabilidade não permitir que eles façam isso.
Temos de enfrentar o problema. E, encarando isso, acho que teremos um
País melhor", respondeu Moro.
Quando falou sobre a delação de
Paulo Roberto Costa, o primeiro a celebrar um acordo de colaboração
premiada na Lava Jato, Moro disse que o depoimento do ex-diretor da
Petrobras representava um ponto das investigações em que, a partir dali,
era impossível voltar atrás. Moro disse ainda que mandou prender
executivos de empresas antes do julgamento das ações porque "era preciso
fazer algo grande" para parar a difusão da corrupção no Brasil.
Dilma Rousseff, na mesma reportagem, negou que sabia o que as pessoas
praticavam de errado na Petrobras enquanto governou o País. "Veja bem:
eu não sabia", disse a ex-presidente. Ela negou que tenha recebido
propina, reforçou que não é acusada de receber propina nem de ter conta
no exterior.
O coordenador da força tarefa da Lava Jato no
Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, também entrevistado
no programa, afirmou que a Lava Jato é "muito, muito maior" que o
escândalo de Watergate. "Já cobramos mais de 200 pessoas por centenas de
crimes. A quantidade de propina paga vai até aproximadamente US$ 2
bilhões", disse.
Temer. O programa "60 minutes"
citou as denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista, dono do Grupo
JBS, contra o presidente Michel Temer (PMDB). Ao falar da gravação da
conversa entre os dois, a reportagem citou que o escândalo levou o
mercado de ações a mergulhar e o caso tem potencial para levar o
presidente ao impeachment. O jornalista Anderson Cooper disse ainda que
as coisas "só pioraram" no governo após o impeachment de Dilma Rousseff.