BRASÍLIA - Em um movimento que vinha sendo estudado desde o início da
semana, a defesa do presidente Michel Temer pediu que o inquérito
aberto contra o peemedebista seja redistribuído, em um sorteio de um
novo relator, e seja desmembrado, para que a investigação sobre Temer
corra em separado à apuração sobre os fatos suspeitos contra o senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR).
A petição da defesa de Temer foi encaminhada ao
ministro Edson Fachin, relator do inquérito, poucas horas depois de a
Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido autorização para marcar
o depoimento do presidente. Enquanto a defesa pede a suspensão da
investigação até a conclusão da perícia em áudio de Joesley Batista,
cujo conteúdo expõe o presidente, o procurador-geral, Rodrigo Janot,
defende o prosseguimento, alegando que, por haver investigado preso, o
prazo para a conclusão da apuração e para o oferecimento de denúncia é
mais curto do que o normal.
Os advogados de Temer dizem que "os
fatos que se pretende levar a investigação em face do Sr. Presidente da
República são totalmente distintos daqueles imputados ao Senador Aécio
Neves e ao Deputado Rodrigo Loures".
A defesa também quer sorteio
de um novo relator afirmando que a investigação não tem nada a ver com a
Operação Lava Jato, com a delação premiada do ex-dirigente do BNDES
Fábio Cleto e com a denúncia que foi oferecida contra o então deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — este último caso baixou para a primeira
instância após o peemedebista perder o cargo.
"Em suma, Culto
Ministro, a conclusão que fica é a de que os fatos imputados aos ora
requerente não guardam conexão processual com qualquer outro
procedimento já instaurado. Não há qualquer risco de conduções
conflitantes caso, na distribuição, seja sorteado outro Ministro como
Relator. Não haverá qualquer prejuízo à prestação jurisdicional",
afirmam Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Sérgio Eduardo Mendonça de
Alvarenga e Gustavo Bonini Guedes, advogados do presidente.
"Portanto,
nesse contexto, em obediência à Lei Maior e às legislações pertinentes,
entre elas o Regimento Interno dessa Corte Suprema, exsurge como medida
imperiosa a livre distribuição do feito. É o que se requer", requer a
defesa de Temer.
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