Todos
sabemos que a posição mais comum para evacuar é aquela em que sentamos
no vaso sanitário. Contudo, nesta posição, a musculatura do assoalho
pélvico fica contraída e o reto assume uma postura angulada, o que pode
impedir a defecação. Já com o relaxamento dos músculos do assoalho
pélvico, o reto se retifica para favorecer a expulsão - que é o que
explicam os defensores da posição agachada (ou com as pernas mais
elevadas) para evacuar.
O
principal músculo do assoalho pélvico responsável por esta angulação do
reto é o músculo puborretal. A posição que evacuamos tem correlação com o
relaxamento do assoalho pélvico, e na posição de agachamento há um
maior relaxamento do músculo puborretal e consequentemente maior
retificação do reto. Portanto, em teoria, a posição agachada para evacuação apresenta vantagens em relação a posição mais "tradicional".
Porém,
se você evacua normalmente e sem dificuldades, não há qualquer problema
em manter seus hábitos. Por outro lado, se você tem constipação,
experimente adotar a posição agachada ou utilizar um apoio para elevar
as pernas ao sentar-se no vaso sanitário tradicional. Isso porque, nesta
posição, há uma aproximação das coxas em relação ao abdômen -
semelhante ao que ocorre com a posição agachada - o que retifica a
angulação do reto favorecendo a expulsão do bolo fecal.
Riscos de não ter uma evacuação completa
Quando
não há uma evacuação completa o paciente costuma sentir algum
desconforto. A literatura traz maior evidência da relação de constipação
com hemorroidas, fissuras anais e
doença diverticular dos cólons. Por outro lado, ela não traz
dados consistentes e com evidência científica que estabeleça correlação
entre constipação intestinal e câncer colorretal.
O que fazer quando apesar da vontade não se consegue evacuar?
Esta
pergunta é mais direcionada aos pacientes com constipação do tipo
obstrutiva de saída, uma vez que há a sensação e o desejo de evacuar, se
faz muito esforço, mas não consegue expulsar o bolo fecal. Nestes casos
há de se avaliar a presença de fissura anal, tumores retais, prolapso retal interno, retocele e contração paradoxal do esfíncter anal (anismo),
entre outros distúrbios que acometam a região ano-retal. Nesses casos
há que se tratar o fator causal, o que necessita da ajuda de um
profissional coloproctologista que individualize o tratamento caso a
caso. Até consultar o médico, uma dieta rica em fibras e água, bem como
tentar adotar a posição agachada para evacuar, podem eventualmente
ajudar.
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