A presidente Dilma Rousseff foi
notificada nesta quinta-feira, para apresentar defesa ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) na ação impetrada pelo PSDB que pede a cassação
de seu mandato e do vice-presidente, Michel Temer, por irregularidades
na campanha eleitoral de 2014, disse uma fonte do Palácio do Planalto.
A
presidente tem sete dias corridos a partir desta quinta para apresentar
a documentação, assim como Temer, que foi citado na terça-feira, e os
partidos da coligação que venceu as eleições, especialmente o PT, da
presidente, e o PMDB, do vice.
O PSDB acusa a coligação de várias irregularidades que teriam sido cometidas na campanha eleitoral.
Para
o partido, a presidente teria, entre outros problemas, incorrido em
desvio de finalidade ao convocar rede nacional de rádio e televisão,
usado indevidamente prédios públicos para fazer atos de campanha,
autorizado publicidade institucional em período proibido pela lei
eleitoral e manipulado indicadores econômicos.
Além
disso, na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo com a qual o PSDB
pretende cassar a chapa eleita --que corre sob segredo de justiça-- há
ainda acusações de abuso de poder econômico e fraude.
Os
tucanos afirmam que os gastos da campanha petista foram superiores aos
declarados e acusam o uso de doações de empreiteiras oriundas de propina
paga por empresas que obtiveram contratos com a Petrobras, o que
caracterizaria, de acordo com a ação do partido, o uso de dinheiro da
corrupção para financiamento de campanha.
O
TSE decidiu em outubro dar andamento à ação impetrada pelos tucanos.
Além desta ação, existem outras tramitando no TSE que podem resultar na
cassação da chapa encabeçada pela petista e vencedora da eleição
presidencial do ano passado, derrotando no segundo turno o presidente do
PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Em
caso de eventual condenação, a presidente poderá recorrer ao próprio
TSE, com embargos de declaração, ou ao Supremo Tribunal Federal, caso a
defesa argumente questões constitucionais na condenação.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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