Casos pontuais revelam que a ambiguidade prejudica a clareza da mensagem
A condição de nos colocarmos como seres
eminentemente sociais resulta do fato de a todo momento estarmos inseridos em situações de
comunicação. Assim, cabe afirmar que essa interação somente se tornará
efetivada se houver clareza e objetividade por parte de quem profere algo, pois
caso contrário, seja por um motivo ou outro, haverá uma quebra de entendimento,
fazendo com que as intenções definidas pela enunciação não sejam concretizadas.
Assim afirmando, tais pressupostos se aplicam à modalidade oral, mas se aplicam
ainda com mais efetividade em se tratando da modalidade escrita de linguagem,
haja vista que esta caracteriza aquelas situações considerada formais.
Dessa forma, caro(a) usuário(a), pretendemos levar
até você algumas considerações inerentes a um fator que, quando materializado,
faz com que a mensagem não se apresente de forma assim tão clara, objetiva como
deveria, haja vista que dá margens para o interlocutor se sentir questionado
acerca das reais intenções a que se propôs o emissor ao proferir uma
determinada expressão. Tal fator se demarca pela ambiguidade, aquela característica (concebida de forma
negativa, obviamente) que confere ao discurso uma múltipla interpretação,
materializada por alguns casos considerados
pontuais. Por essa razão, vejamos alguns deles:
* Colocação inadequada de algumas palavras:
O vizinho espantado resolveu ver o que
estava acontecendo àquela hora da noite.
Tal colocação nos dá margens para nos sentirmos
questionados se o vizinho estar “espantado” é realmente uma característica do
vizinho sempre, ou se ele se mostrou espantado num dado momento apenas. Dessa
forma, retificando o enunciado, temos:
O vizinho, espantado, resolveu ver o que
estava acontencendo àquela hora da noite.
* Uso de forma indistinta entre a conjunção
integrante e o pronome relativo:
O turista disse ao guia que era
pernambucano.
Daí nos perguntamos acerca de quem era
pernambucano: o guia ou o turista? De modo a retificar o enunciado, obtemos:
O turista disse que era pernambucano ao guia.
* Uso inadequado das formas nominais:
O supervisor de turma pegou o aluno
correndo no pátio da escola.
Quem realmente estava correndo? O supervisor de
turma ou o aluno? Dessa forma, de modo a retirar a dupla interpretação, temos:
O supervisor de turma pegou o aluno que corria no
pátio da escola.
* Uso indevido dos elementos coordenativos:
Beatriz e Paulo desejam noivar-se.
A má interpretação reside no fato de não
conseguirmos identificar muito bem se Paulo deseja noivar-se com Beatriz ou se
ambos desejam ficar noivos de pessoas distintas. De modo a desfazermos
esse mal entendido, obtemos:
Beatriz deseja noivar-se com Pedro, e Paulo
com Cristina.
* Inadequação relacionada ao uso dos pronomes
relativos:
Durante a viagem, saboreamos alimentos e
bebidas cuja qualidade é inigualável.
Infere-se perguntar acerca de qual qualidade se
apresenta inigualável: das bebidas ou dos alimentos? Tornemos o discurso
mais claro, portanto:
Durante a viagem, saboreamos alimentos e
bebidas, os quais possuem qualidade inigualável.
Todas as aulas postadas fazem parte do assunto preparatório das provas do ENEM.
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
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