Com o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) assume o comando da casa.
Assim como Cunha, Maranhão também é investigado pela Operação Lava Jato.
Parte da bancada ruralista, ele foi debutado federal pelo PSB entre
2007 e 2011 e ocupou o cargo de secretário estadual de Ciência,
Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico entre 2009 e
2010.
Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef,
delator da Lava Jato, apontou Maranhão como um dos parlamentares
beneficiados pelo esquema de corrupção e desvios na Petrobras. O
deputado do PP também é alvo de dois inquéritos no Supremo em que é
acusado de crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Com pouca expressão dentro da Câmara, a possibilidade de que Maranhão presidisse a Câmara foi comparada por
governistas e oposicionistas à gestão de Severino Cavalcanti (PP-PE).
Acusado em 2005 de cobrar propinas de empresários que administravam
restaurantes na Câmara, Severino renunciou ao mandato às vésperas da
instauração de processo disciplinar no Conselho de Ética porque não
conseguia mais presidir a Casa. Sempre que ele tentava presidir as
sessões, havia tumulto.
Eleito em fevereiro de 2015 com o apoio de Cunha e por meio de um grande acordo partidário,
Maranhão votou contra o impeachment de Dilma Rousseff e foi destituído
da presidência do diretório estadual do PP, que estava com a bancada
dividida mas que orientou os deputados a votarem a favor do afastamento
da presidente.
"Acredito que
amanhã renasce o meu país. Não haverá nem vencedores, nem vencidos",
disse. "Nunca estive de um lado ou do outro, mas sim, estive avaliando
processo político", disse Waldir ao Correio Braziliense no dia da votação.
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