Ex-mandachuva da poderosa
diretoria de Marketing do Banco do Brasil, o mensaleiro-fujão Henrique
Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de cadeia, tem uma nova
formação profissional. Pizzolato conseguiu o diploma de auxiliar de
pedreiro no início deste ano, depois de cursar 180 horas de aula no
Complexo Penitenciário da Papuda, por meio de um convênio com o Centro
de Educação Profissional (Cened).
Nada
indica que o ex-sindicalista pretenda começar uma nova carreira aos 63
anos. Pizzolato estudou entre os dias 18 de novembro e 7 de janeiro para
reduzir sua pena no cárcere. Conseguiu o perdão de quinze dias. E está
prestes a poder deixar a cadeia durante o dia. Ele também passou a
trabalhar na biblioteca da Papuda, a dar aulas de italiano e alfabetizar
outros presos, conforme relatório de inspeção do Ministério Público
obtido pelo site de VEJA. Dedica-se à leitura e faz caminhadas matinais.
A cada três dias de trabalho, ele reduz um da pena. O advogado de
Pizzolato, Hermes Vilchez Guerrero, já deu entrada no pedido de
progressão ao regime semiaberto.
"Ele
tem bom comportamento, estuda e está trabalhando. Agora estamos na
expectativa", disse o criminalista. Condenado no julgamento do mensalão
por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro em 2012, ele fugiu
para a Itália, onde foi preso em fevereiro de 2014. Depois de apelações
a cortes administrativas e judiciárias, terminou extraditado ao Brasil
em outubro de 2015. Desde então, Pizzolato divide com o também
mensaleiro Ramon Hollerbach a cela número 1 da Ala dos Vulneráveis do
Centro de Detenção Provisória da Papuda. Pizzolato mantém bom
relacionamento com Hollerbach e outros presos.
Os
mensaleiros dividem uma cela com beliches, janelas, banheiro próprio
equipado com chuveiro elétrico. O ambiente é descrito pelo Ministério
Público como "satisfatório", espaçoso e bem iluminado. Ele costuma
receber visitas da irmã às sextas-feiras e também tem espaço reservado
para visita íntima. Na Ala dos Vulneráveis, que reúne presos com idade
avança e alguns alvos de operações como Zelotes, o tempo diário de banho
de sol costuma ultrapassar as duas horas regulamentares. O Supremo
Tribunal Federal determinou que os dois períodos em que o petista ficou
detido provisoriamente na Itália fossem descontados da pena - foram 518
dias ao todo. A defesa também quer agora que a Justiça reconheça a
remição do tempo em que ele estudou e trabalhou na Itália.
De
acordo com os últimos cálculos da Vara de Execuções Penais do Distrito
Federal, Pizzolato já cumpriu um ano e dez meses de prisão em regime
fechado. A pena só se extinguirá em 2 dezembro de 2026, mas Pizzolato
poderá progredir para o semiaberto em 7 de junho deste ano e obter o
livramento condicional em 12 de julho de 2018. Ele teve de pagar multa
de 2.054.585,89 reais.
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