03/05/2016, 17h05
Veja a lista dos novos alvos do procurador-geral da República
Atualizada às 17h19
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal, no dia 28 de abril, a inclusão do ex-presidente Lula, dos ministros Jaques Wagner, Edinho Silva, e Ricardo Berzoini, no inquérito mãe da Operação Lava Jato perante à Corte.
Além de Lula e dos ministros, são citados os senadores Jader Barbalho
(PMDB-PA) e Delcídio Amaral (ex-PT-MS), e os deputados Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), Eduardo da Fonte (PP-PE), Aguinaldo Ribeiro, André Moura,
Arnaldo Faria de Sá, Altineu Cortês e Manoel Junior, além do ex-ministro
Henrique Eduardo Alves, o assessora da Presidência, Giles de Azevedo, a
ex-ministra Erenice Guerra, o ex-ministro Antonio Palocci, o pecuarista
José Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o
banqueiro André Esteves, o ex-ministro Silas Rondeau, o
empresário Milton Lyra, o lobista Jorge Luz, o ex-presidente da
Transpetro Sergio Machado, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio
Gabrielli, o doleiro Lucio Bolonha Funaro, o ex-deputado Alexandre
Santos (PMDB-RJ), Carlos Willian, João Magalhães, Nelson Bornier e a
ex-deputada Solange Almeida, aliada de Eduardo Cunha.
“No âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam
uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um
alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme
concentração de poder nos chefes da organização”, afirma Janot.
“As provas apontam para o envolvimento das seguinte autoridades com
prerrogativa de foro: Edinho Silva, Ricardo Berzoini, Jaques Wagner e
Delcídio Amaral.”
Ainda segundo Janot, integrariam a organização: “Luiz Inácio Lula da
Silva, Antonio Palocci, Giles de Azevedo, Erenice Guerra, José Carlos
Bumlai, Paulo Okamotto e José Gabrielli também tiveram contra si
colhidos inúmeros indícios de envolvimento no esquema criminoso objeto
desta apuração.”
De acordo com Janot, o esquema de formação de quadrilha investigado
no processo jamais poderia ter existido sem o conhecimento do petista.
“Pelo panorama dos elementos probatórios colhidos até aqui e
descritos ao longo desta manifestação, essa organização criminosa jamais
poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e
agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela
participasse”, aponta Janot.
O inquérito conta atualmente com 39 investigados, entre parlamentares
e operadores do esquema de corrupção da Petrobrás. Caso o ministro
Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, aceite o pedido de Janot, o
inquérito passará a ter 69 investigados.
A reportagem entrou em contato com o escritório que defende Antonio
Palocci e deixou recado, mas o defensor do ex-ministro já havia saído e
só deve retornar o contato amanhã.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE JOSÉ CARLOS BUMLAI:
“A defesa desconhece as razões da inclusão do José Carlos Bumlai na
investigação porque não teve acesso aos autos nem aos documentos que a
embasaram”, afirmou a advogada do pecuarista, Daniella Meggiolaro.
COM A PALAVRA, EDUARDO CUNHA:
O Procurador Geral da República, desde a votação do processo de
impeachment, tem procurado me incluir em qualquer inquérito existente. A
ação persecutória não vai deixar escapar nem multa de trânsito. O
instituto legal do inquérito está sendo desmoralizado pelo uso das
prerrogativas da função numa perseguição sem limites contra mim.
COM A PALAVRA,A DEFESA DO INSTITUTO LULA:
A defesa de Paulo Okamotto, representada pelo criminalista Fernando
Augusto Fernandes, sócio do Fernando Fernandes Advogados, afirma: “Ainda
não tivemos acesso a integralidade do pedido do Procurador Geral para
verificar a legalidade. Quanto a seus fundamentos, o Supremo deverá
impedir investigações sem justa causa e fora dos contornos legais. No
entanto, respeitados o juiz natural e a Constituição não se receia
qualquer investigação, pois todas as doações ao Instituto Lula foram
realizadas dentro da legalidade sem relação com quaisquer fatos
investigados na Petrobras.”
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