A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta quarta-feira ter "convicção" de que o governo tem os votos
necessários para barrar o processo de impeachment na Câmara dos
Deputados.
"A gente tem que
esperar o processo acontecer. Tenho convicção que teremos os votos
necessários", disse Dilma a jornalistas em visita a obras em Brasília,
ao ser questionada se o governo teria os votos necessários para derrotar
a tentativa de impedimento apresentada pela oposição.
O
pedido de impeachment contra a presidente, atualmente sendo analisado
em uma comissão especial da Câmara, precisa de 342 votos favoráveis
entre os 513 deputados para ser aprovado na Casa e encaminhado ao
Senado. Se tiver seu andamento autorizado pela Câmara, o Senado irá
decidir, por maioria simples, se instaura ou não o processo.
Na
entrevista, Dilma afirmou ainda ter "muita certeza" sobre a permanência
de ministros do PMDB do governo, mesmo que o partido decida pelo
desembarque do governo em reunião na próxima semana.
O
diretório nacional do PMDB, maior partido da coalizão governista, tem
reunião marcada para o dia 29 para decidir sobre o rompimento com o
Planalto.
"Estamos bastante
interessados na questão relativa à permanência do PMDB no governo. Tenho
muita certeza que nossos ministros estão comprometidos com a sua
permanência no governo", afirmou.
A
presidente também comentou sobre a decisão do ministro Teori Zavascki,
do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar o juiz federal Sérgio Moro
enviar para o STF as investigações que envolviam o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato.
"Acho
que todos os brasileiros devem estar muito preocupados quando os
processos investigativos, os processos judiciais, não são feitos dentro
da lei, porque a base do estado democrático de direito é o cumprimento
por todos da legislação. A constituição vale para presidentes da
República, juizes, Ministério Público, Polícia Federal, todos os
cidadãos".
(Por Caio Saad)
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