A ministra do Supremo Tribunal
Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou na noite desta quarta-feira que não
há abuso de poder na Operação Lava Jato. Questionada se há politização
nas investigações que revelaram o esquema de corrupção na Petrobras,
Cármen Lúcia respondeu: "Não. Estão sendo observadas rigorosamente a
Constituição e as leis". A ministra esteve no Rio de Janeiro para
receber um prêmio do jornal O Globo.
Cármen
Lúcia também declarou que não vê sinais de abuso do Judiciário na Lava
Jato. "A atividade do Judiciário é acionada pelos interessados, pelo
cidadão. O Poder Judiciário não atua isoladamente, não atua de ofício,
como nós dizemos. Atua por provocação. Então, quando se fala em ativismo
judicial, é que o Judiciário ultrapassaria [suas atribuições] e não há demonstração nenhuma de que isso esteja acontecendo", afirmou.
Impeachment -
A ministra minimizou as declarações da presidente Dilma Rousseff, que
chamou o processo de impeachment que corre contra ela de tentativa de
"golpe". "Não acredito que a presidente tenha falado que impeachment é
golpe. Impeachment é um instituto previsto constitucionalmente. O que
não pode acontecer de jeito nenhum é impeachment nem ou qualquer tipo de
processo político-penal ou penal sem observar as regras
constitucionais", afirmou.
Cármen
Lúcia disse que entendeu as palavras da petista como um "alerta" de que
a Constituição tem de ser respeitada. "Acredito que ela [Dilma]
esteja exercendo, primeiro, a liberdade de expressão. Segundo, apenas
um alerta no sentido de que é preciso que se observem as leis da
República e isso com certeza, em um estado democrático, está sendo
observado", afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)
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