O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentou, no início da noite desta
segunda-feira, no Conselho de Ética da Casa, sua defesa das acusações
de quebra de decoro parlamentar. Com mais de 60 páginas e cinco anexos
contendo notas taquigráficas e documentos, a defesa de Cunha foi
protocolada no conselho pelo advogado Marcelo Nobre, que defende o
parlamentar no processo.
Hoje
era o último dia do prazo de dez sessões para o deputado apresentar a
defesa, que só foi entregue às 18h14. A partir desta terça-feira começa a
correr o prazo de 40 dias úteis para a instrução probatória, período em
que serão ouvidas testemunhas de defesa de Cunha e as indicadas pelo
relator do processo, Marcos Rogério (PDT-RO). O Conselho de Ética fará
nesta terça, a partir das 9h30, a primeira reunião após o recebimento do
documento.
A defesa de Cunha
foi entregue por seus advogados nesta noite, mas ainda não foi
divulgada por seus advogados nem pelo Conselho de Ética. A assessoria do
colegiado aguarda a chegada a Brasília do presidente do conselho,
deputado José Carlos Araújo (PR-BA), que decidirá se dará publicidade ou
não à defesa.
Acusação -
Eduardo Cunha responde a processo, que pode levar à cassação de seu
mandato, sob a acusação de ter mentido à Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando disse que
não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério
Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele
país. Cunha nega ser dono das contas, mas admite ser o "usufrutuário"
dos ativos mantidos no exterior.
A
representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede.
Depois de muitas manobras atribuídas à defesa do parlamentar, o Conselho
de Ética aprovou por 11 votos a 10 o parecer preliminar pela abertura
do processo de investigação, no dia 2 de março.
(Com Agência Brasil)
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