A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga
uma 'estrutura secreta' do Grupo Odebrecht usada para 'pagamentos
ilícitos'. A empreiteira é um dos alvos da Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, 22. Estão sendo cumpridos 110 mandados judiciais.
"A pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, são executadas prisões, buscas e conduções para investigar estrutura secreta do Grupo Odebrecht usada para pagamentos ilícitos até o pelo menos o segundo semestre de 2015", informou a Procuradoria, em nota.
"Para operacionalizar o esquema ilícito, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas"
Segundo o Ministério Público Federal, os 'pagamentos ilícitos' teriam ocorrido até pelo menos o segundo semestre de 2015. São investigados, de acordo com a Procuradoria, possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobrás, cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.
"Além disso, para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes. A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam "pagamentos paralelos", encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica", afirmou a força-tarefa.
Os investigadores sustentam que o material abre uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas.
A Operação Xepa é um desdobramento da Acarajé, 23ª fase da Lava Jato, que atingiu o publicitário João Santana e a mulher e sócia Monica Moura. O casal trabalhou em campanhas eleitorais petistas. Segundo a investigação, acarajé era o termo usado para tratar de propina.
"Em decorrência das buscas e apreensões e de outras diligências realizadas após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, colheram-se indícios de que foi instalado dentro da estrutura do Grupo Odebrecht um setor profissionalmente organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela Odebrecht, chamado 'setor de operações estruturadas'", diz a nota da força-tarefa.
Segundo os procuradores, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht tinha conhecimento e dava anuência para os pagamentos ilícitos.
"A partir das planilhas obtidas e das anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais evidências contundentes de que este, então Presidente da Organização Odebrecht, não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana", apontou a nota.
"Dentre as razões que embasaram as prisões preventivas estão as novas evidências de pagamentos de propinas vultuosas, disseminadas e sistematizadas como modelo de negócio, até data recente, mesmo após a 14ª fase da Lava Jato, a qual focou sobre a atividade ilícita da Odebrecht; os indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações; bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa e após a deflagração da Lava Jato, dos funcionários responsáveis pela estruturação dos pagamentos ilícitos."
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
"A Odebrecht confirma que a Polícia Federal cumpriu hoje mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão em escritórios e residências de integrantes em algumas cidades no Brasil. A empresa tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários."
"A pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, são executadas prisões, buscas e conduções para investigar estrutura secreta do Grupo Odebrecht usada para pagamentos ilícitos até o pelo menos o segundo semestre de 2015", informou a Procuradoria, em nota.
"Para operacionalizar o esquema ilícito, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas"
Segundo o Ministério Público Federal, os 'pagamentos ilícitos' teriam ocorrido até pelo menos o segundo semestre de 2015. São investigados, de acordo com a Procuradoria, possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobrás, cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.
"Além disso, para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes. A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam "pagamentos paralelos", encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica", afirmou a força-tarefa.
Os investigadores sustentam que o material abre uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas.
A Operação Xepa é um desdobramento da Acarajé, 23ª fase da Lava Jato, que atingiu o publicitário João Santana e a mulher e sócia Monica Moura. O casal trabalhou em campanhas eleitorais petistas. Segundo a investigação, acarajé era o termo usado para tratar de propina.
"Em decorrência das buscas e apreensões e de outras diligências realizadas após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, colheram-se indícios de que foi instalado dentro da estrutura do Grupo Odebrecht um setor profissionalmente organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela Odebrecht, chamado 'setor de operações estruturadas'", diz a nota da força-tarefa.
Segundo os procuradores, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht tinha conhecimento e dava anuência para os pagamentos ilícitos.
"A partir das planilhas obtidas e das anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais evidências contundentes de que este, então Presidente da Organização Odebrecht, não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana", apontou a nota.
"Dentre as razões que embasaram as prisões preventivas estão as novas evidências de pagamentos de propinas vultuosas, disseminadas e sistematizadas como modelo de negócio, até data recente, mesmo após a 14ª fase da Lava Jato, a qual focou sobre a atividade ilícita da Odebrecht; os indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações; bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa e após a deflagração da Lava Jato, dos funcionários responsáveis pela estruturação dos pagamentos ilícitos."
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
"A Odebrecht confirma que a Polícia Federal cumpriu hoje mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão em escritórios e residências de integrantes em algumas cidades no Brasil. A empresa tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários."
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