Uma anotação apreendida na 23ª
fase da Operação Lava Jato cita um pagamento de 3,4 milhões de reais a
alguém apelidado "santo" por executivos da empreiteira em obra realizada
em São Paulo em 2002, durante o primeiro mandato do governador Geraldo
Alckmin (PSDB). De acordo o jornal Folha de S.Paulo, o
manuscrito foi encontrado no escritório de Benedicto Barbosa da Silva
Jr., um executivo da Odebrecht, e cita "acomodações de mercado" e
pagamento de 5% para o "santo".
A
página de anotações tem o título Mogi-Dutra, em referência à obra de
duplicação da rodovia. Abaixo, é citado o valor da obra - 68,730,00 (95%
do preço DER) - e o registro dos "custos com o santo", que eram de
3,436,500 reais. No manuscrito, é possível perceber que a palavra
"apóstolo" foi riscada e substituída por "santo".
A
anotação ainda registra "acomodação de mercado", que, segundo o jornal,
sugerem que empreiteiras formaram um cartel e dividiram os pagamentos. A
Queiroz Galvão foi a construtora que venceu a licitação com o menor
preço (68.678.651,60 reais), pouco menos do que o valor oferecido pelas
concorrentes.
Segundo a Folha,
a pequena variação entre as propostas seria um indício da formação de
cartel e pagamento de propina, já que o mesmo padrão foi identificado
pelo Ministério Público Federal em obras da Petrobras. O manuscrito
mostra que a Odebrecht teria recebido 19% do valor do contrato, o
equivalente a 11 milhões de reais. Ao jornal, a assessoria de Geraldo
Alckmin e da Odebrecht não quis comentar sobre o documento apreendido.
(da redação)
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