Senador Delcídio do Amaral em evento no Palácio do Planalto © REUTERS / Ueslei Marcelino Senador Delcídio do Amaral em evento no Palácio do Planalto
O Conselho de Ética do Senado aprovou nesta quarta-feira o relatório do senador Telmário Mota (PDT-RR) pela admissibilidade do processo que pede a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (MS) por quebra de decoro parlamentar.
Os senadores também convocaram Delcídio, que pediu desfiliação do PT, para prestar depoimento ao colegiado no dia 23 deste mês, informou a Agência Senado.
Delcídio foi preso em novembro acusado de tentar obstruir as investigações da operação Lava Jato. Ele foi flagrado em um áudio oferecendo dinheiro, influência junto ao Judiciário e até uma rota de fuga para beneficiar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio dele na operação Lava Jato.
O senador foi solto em fevereiro e fechou acordo de delação premiada com os procuradores da Lava Jato, que foi homologado nesta semana pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na delação, o parlamentar faz acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à presidente Dilma Rousseff e ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Aponta, ainda, o envolvimento de diversos outros políticos em irregularidades, entre eles o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o vice-presidente Michel Temer, e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Mais cedo nesta quarta-feira, o ministro Celso de Melo, do STF, rejeitou pedido dos advogados de Delcídio para suspender a tramitação do processo contra ele no Conselho de Ética.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)