No auge da crise política, a
Câmara dos Deputados instalou nesta quinta-feira a comissão especial que
vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A
petista será julgada pelo crime de responsabilidade na prática das
chamadas pedaladas fiscais, já condenadas pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), e ao editar, via decreto, aumento de despesas sem o aval do
Congresso Nacional, o que é proibido em lei.
A
explosiva delação do ex-líder do governo Delcídio do Amaral, na qual
Dilma é acusada de ter conhecimento do escândalo de corrupção na
Petrobras e de tentar obstruir o avanço da Lava Jato na Justiça, foi
anexada às denúncias contra a petista.
O
processo de impeachment foi aberto no início de dezembro do ano
passado, mas ficou paralisado por causa de questionamentos
procedimentais feitos ao Supremo Tribunal Federal. Ao ter a comissão
instalada, abre-se prazo de até 10 sessões para a apresentação de defesa
pela petista. Dilma foi notificada nesta tarde pelo primeiro-secretário
da Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP).
Nesta
noite de quinta-feira, deputados discutem, com os ânimos acalorados,
quais parlamentares irão comandar o colegiado. Houve um acordo para que o
líder do PSD, Rogério Rosso (DF), assuma a presidência, e o líder do
PTB, Jovair Arantes (GO), fique com a relatoria.
A
oposição, no entanto, pressiona para que o deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), um dos mais ferrenhos opositores de Dilma, assuma a
vice-presidência. Aos gritos, parlamentares governistas protestam contra
a indicação.
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