Pouco mais de cinco anos após
deixar a presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao
Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (17) para tomar posse
como ministro da Casa Civil do governo Dilma. Ao entrar no salão, Lula
foi ovacionado aos gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro" e "não
vai ter golpe!".
"Muito bom
dia a todos os brasileiros e brasileiras de coragem que estão dentro
desta sala. Queria saudar com muita alegria, com muita convicção o nosso
querido ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministro chefe da Casa
Civil", disse Dilma logo após assinar o termo de posse de seu
antecessor.
Enquanto isso,
do lado de fora do Palácio, milhares de pessoas protestavam contra o
governo Dilma e a posse de Lula. O anúncio do novo chefe da Casa Civil e
a divulgação do gravação da conversa entre a atual e o ex-presidente já
haviam desencadeado uma série de protestos desde ontem em ao menos 16
Estados e no Distrito Federal.
Em
seu discurso, Dilma teceu elogios ao ex-presidente, "uma pessoa que,
além de ser um grande líder político, é um companheiro de lutas". "Eu
conto com a experiência do ex-presidente. Conto com a identidade que ele
tem com esse País e com o povo. Conto com sua incomparável capacidade
de olhar nos olhos do nosso povo e de entender esse povo. De querer o
melhor para esse povo. E também de ser entendido por ele e por ele
amado. A sua presença aqui prova que você tem a grandeza dos estadistas e
dos grandes líderes", completou.
Dilma
reforçou ainda a união entre ela e Lula. "Nós sempre estivemos juntos
pois temos em comum algo extremamente importante: a consciência do
projeto do Brasil extremamente generoso que olha para aquela parcela do
povo que é a mais sofrida que é grande maioria da população que foi
excluída", disse
Gravações da Lava Jato
A
presidente aproveitou seu discurso para comentar a divulgação das
conversas telefônicas entre ela e Lula, divulgadas ontem pelo juiz
Sérgio Moro, e tecer críticas à condução da operação Lava Jato.
"Interpretação desvirtuada, investigações baseadas em grampos ilegais,
não favorecem a democracia nesse país. Quando isso acontece, fica nítida
a tentativa de ultrapassar o estado democrático de direito rumo ao
estado de exceção", disse Dilma.
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