Diversos políticos e parlamentares de partidos de oposição
estiveram presentes neste domingo (13) na Avenida Paulista, região
central da capital, no ato em favor do impeachment da presidenta Dilma
Rousseff. O principal ponto de encontro das lideranças oposicionistas
foi o palco montado pelo Movimento Brasil Livre, em frente ao Museu de
Arte de São Paulo (Masp).
Ao se aproximarem do local, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram
vaiados pelos manifestantes. “Nós estamos aqui como cidadãos,
respeitando a pluralidade nessa sociedade tão múltipla como a nossa e na
busca daquilo que nos une, o fim desse governo”, disse o senador.
Perguntado
sobre as menções de seu nome na Operação Lava Jato, o senador mineiro
se defendeu das suspeitas que têm surgido sobre seu envolvimento no
esquema de corrupção da Petrobras. “Acho que todas as citações têm que
ser investigadas e elas estão se desmontando porque são falsas”,
enfatizou.
Alckmin destacou o caráter pacífico do protesto. “Acho
que São Paulo está dando uma grande demonstração de civismo. Uma festa
democrática pacífica, sem briga, com uma grande participação popular.
Acho que é o momento de cada um de nós ajudar o Brasil a virar essa
página e retomar o crescimento”, disse o governador, que após ser
hostilizado deixou o ato rapidamente.
Ao microfone, o deputado
federal Onix Lorenzoni (DEM-RS) criticou o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva por incentivar a militância a defender o mandato de Dilma.
“Que líder é esse que joga brasileiro contra brasileiro?”, disse para o
público que se aglomerava em frente ao Masp. O ex-presidente, em muitos
momentos, era o alvo principal dos gritos de ordem dos manifestantes e
dos oradores dos carros de som que pediam a prisão do líder petista.
Outro
tema recorrente foi os impostos, lembrados pelo pato inflável montado
pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em frene à
sede da entidade. Também foram distribuídos balões da campanha que
critica a carga tributária brasileira.
Multidão
Em
diversos pontos da avenida era difícil andar em meio à multidão devido a
grande concentração de pessoas. Apesar de o ato estar marcado para o
meio da tarde, no final da manhã diversos manifestantes já chegavam à
região. Além dos carros de som, foram inflados dois bonecos gigantes de
Dilma e Lula.
Tudo foi acompanhado por um grande contingente da
Polícia Militar (PM), que espalhou veículos blindados por diversos
pontos da avenida. Segundo a PM, uma mulher foi presa por desacato
depois de jogar uma garrafa de água contra policiais.
Para um dos
líderes do MBL Kim Kataguiri, a divulgação de trechos da suposta delação
do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi um dos fatores que ajudou a
impulsionar a manifestação. “A delação do Delcídio do Amaral foi o que
mais contou”, ressaltou.
Na avaliação dele, algumas figuras
politicas só aderiram ao movimento pela destituição de Dilma pela
pressão dos protestos. “A gente vinha criticando a oposição por não
comparecerem, por não apoiarem o impeachment. Agora, houve essa mudança
de postura, talvez não por convicção pessoal, mas por terem sido
empurrados pelas manifestações”, disse, ao comentar as vaias dadas ao
senador Aécio e ao governador Alckmin.
A manifestação vai, na
opinião do senador Ronaldo Caiado, (DEM-GO), líder do DEM no Senado,
ajudar a pressionar o Congresso a aprovar o impedimento de Dilma. “Não
tem como agora a classe política não responder a essa reação da
população brasileira. Seria negar a função do Congresso Nacional de ser
representante do povo brasileiro”.
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