No dia que pode ser afastada da Presidênciada República pelo Senado, a presidente Dilma Rousseff publicou catorze decretos no Diário Oficial da União
(DOU). Os atos abordam assuntos diversos, com destaque para aquele que
retira a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Casa
Civil da Presidência e a devolve para o Ministério do Planejamento.
A
Secretaria do PAC havia sido transferida para a Casa Civil em março
deste ano. A intenção do governo naquele momento era que o programa
fosse fortalecido sob a responsabilidade do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que foi nomeado ministro-chefe da pasta, mas teve sua
posse suspensa posteriormente pela Justiça.
Os
decretos publicados nesta quarta-feira ainda contemplam assuntos como
implantação da TV Digital, regulação de instituições de ensino superior,
regulamentação da atribuição de exploração de aeroportos pela
Secretaria de Aviação Civil (SAC) e Infraero, situação jurídica de
estrangeiro no País, Código Brasileiro de Aeronáutica e regulamentação
do Plano Plurianual da União 2016/2019.
Há
também atos sobre requisitos mínimos para a seleção de membros para
cargos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Embrapa,
órgãos vinculados ao Ministério da Agricultura. Outros atos criam ainda a
Força Nacional do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
(FN-Suasa) e o Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais
(Sinter), para integrar, em um banco de dados espaciais, informações
jurídicas produzidas pelos serviços de registros públicos ao fluxo de
dados fiscais, cadastrais e geoespaciais de imóveis urbanos e rurais
produzidos pela União, Estados, Distrito Federal e municípios.
O Diário Oficial da União
desta quarta-feira ainda traz várias mensagens da presidente ao
Congresso Nacional, por meio das quais ela envia aos parlamentares
projetos para criação de universidades e textos de renovações e
concessões de radiodifusão. Além disso, ela pede nas mensagens urgência
na tramitação de quatro projetos de lei.
Dos
quatro pedidos de urgência, três referem-se a projetos do pacote
anticorrupção lançado por Dilma em março ano passado. O primeiro projeto
estabelece sanções a atividades ilícitas de partido político e de
campanha eleitoral, tornando crime a prática de caixa dois; o segundo
altera o Código de Processo Penal para tratar da indisponibilidade de
bens, direitos e valores adquiridos por meio de atos de corrupção; e o
terceiro acrescenta artigo ao Código Penal para criminalizar o
enriquecimento ilícito de servidores públicos.
Além
desses atos, Dilma sancionou três leis: uma sobre regras tributárias
relativas aos Jogos Olímpicos, outra sobre prioridade de tramitação a
processos que apurem crime hediondo e uma terceira sobre
responsabilidade de notários e oficiais de registro.
(Com Estadão Conteúdo)
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