A presidente Dilma Rousseff
reforçou na manhã desta segunda-feira, em solenidade no Planalto, que
está em curso um golpe de Estado. Dilma garantiu que vai ter ainda
“muita lula”, que está disposta a lutar “até o fim” e defender a
democracia. Sobre a decisão do presidente interino da Câmara de anular a
tramitação do impeachment, Dilma pediu cautela.
—
Eu soube agora, da mesma forma que vocês souberam, apareceu nos
celulares que todo mundo tem aqui, que o recurso foi aceitado e que
portanto o processo está suspenso.
—
Gente, eu não tenho essa informação oficial. Estou falando aqui porque
eu não podia, de maneira alguma, fingir que eu não estava sabendo da
mesma coisa que vocês estão. Mas não é oficial. Não sei as
consequências. Por favor, tenham cautela. Nós vivemos uma conjuntura de
manhas e artimanhas. Por favor.
—
Está em curso um golpe de Estado. Como dizem os alemães. Os alemães
dividem os golpes entre quentes e frios. Golpes quentes são os golpes
armados. Golpe frio é o golpe que se usa de argumentos aparentemente
legais para depor uma presidente legitimamente eleita.
Por causa dos fortes gritos do Salão Nobre lotado, a presidente pediu silêncio para que pudesse continuar seu discurso.
—
Gente, eu não tenho garganta. Eu vou pedir, companheiros, eu vou pedir
então um pouquinho de silêncio. A minha voz está fraca. Eu tenho um
limite para falar mais alto. Depois nós tornamos a gritar.
— Pelo amor de Deus, gente. Eu estou tentando... (falar).
A presidente disse que a disputa será dura e cheia de dificuldades.
— Peço encarecidamente aos senhores parlamentares e a todos nós uma certa tranquilidade para lidar com isso.
— É fundamental que a gente perceba que as coias não se resolvem assim. Vai ter muita luta, vai ter muita disputa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário