O presidente interino da Câmara,
Waldir Maranhão (PP-MA), que ontem concedeu e, depois, com a
repercussão negativa, revogou decisão de anular a votação da
admissibilidade do impeachment na Casa, chegou na Câmara às 9h30 desta
terça-feira sem qualquer declaração sobre sua atitude. Maranhão só abriu
a boca para avisar à imprensa que não daria declarações. Ele entrou
pela chapelaria da Casa, usou o elevador privativo de deputados para
acessar o Salão Verde, e em vez de se dirigir ao gabinete da Presidência
da Câmara, encaminhou-se para o gabinete da Vice-Presidência.
Maranhão
revogou no fim da noite desta segunda-feira a decisão que havia tomado
pela manhã de anular a votação da Câmara no processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada após seu
partido, o PP, ameaçá-lo de expulsão. Emissários de Maranhão procuraram
oposicionistas e aliados do vice Michel Temer no início da noite e
indagaram se o recuo o livraria das sanções que já se desenhavam para
esta terça-feira. A sinalização positiva sacramentou a decisão de
Maranhão.
A direção do PP
manteve, contudo, para às 10h desta terça-feira a reunião para discutir
sua expulsão, mesmo com seu recuo em relação à decisão de anular a
sessão de votação do impeachment na Casa. Um dos autores do pedido de
expulsão protocolado nesta segunda-feira, o deputado Jerônimo Goergen
(PP-RS) diz que o recuo não melhora sua situação, pois Maranhão é
reincidente, e por duas vezes agiu contra a orientação do partido.
Maranhão já havia contrariado a decisão do PP de fechar a questão a
favor do impeachment.
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