NOVA YORK - A decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff cria ainda mais tumulto no meio da briga pelo poder no maior país da América Latina, afirma o The New York Times, em sua página na internet, em reportagem que destaca o anúncio do deputado feito nesta segunda-feira, 9.
O jornal descreve que Maranhão é um "obscuro" deputado, que assumiu o comando da Câmara depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) afastou Eduardo Cunha (PMDB- RJ) na semana passada. "Até a surpreendente decisão de Maranhão nesta segunda-feira, poucos esperavam que Dilma fosse sobreviver na votação no Senado nesta semana", ressalta a reportagem, destacando que o processo foi aprovado na Câmara pela maioria da Casa, mas que agora Maranhão contesta os procedimentos.
Após o inesperado anúncio, os políticos em Brasília da oposição estão correndo para contestar a decisão do presidente interino, acrescenta o texto. A matéria cita que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) declarou que a decisão não tem nenhum valor, é um ato de desespero do governo e uma tentativa de Maranhão para ganhar seus "cinco minutos de fama". O Times afirma ainda que Dilma pediu "cautela" ao saber do anúncio da suspensão do processo.
Capa. O jornal inglês The Guardian fala que a crise política Brasil foi jogada num caos mais profundo após a decisão de Maranhão. A reportagem, que é a principal do site do jornal durante a tarde desta segunda, volta a comparar a situação política do Brasil com a série House of Cards, do Netflix.