Companheiro de viagens do
ex-presidente Lula ao exterior, o ex-executivo da Odebrecht Alexandrino
Alencar foi condenado nesta terça-feira pelo juiz federal Sergio Moro a
15 anos, 7 meses e 10 dias de prisão pelos crimes de corrupção ativa e
lavagem de dinheiro. Alencar era um dos quadros da empreiteira mais
próximos de Lula. Uma interceptação telefônica efetuada pela Polícia
Federal no âmbito da 14ª fase da Lava Jato, a Erga Omnes, capturou uma
conversa entre ele e o ex-presidente. Em relatório final sobre a
gravação, a PF informou a Moro que Lula falou por telefone no dia 15 de
junho de 2015 com Alexandrino.
Quatro
dias depois do telefonema, o executivo foi preso junto com o presidente
da empresa, Marcelo Odebrecht. Segundo o relatório, Lula e Alexandrino
estariam preocupados com "assuntos do BNDES". A PF não grampeou Lula,
que ainda não era investigado pela operação. Os investigadores
monitoravam os contatos do executivo, e por isso a conversa foi gravada.
Alencar
era diretor de Relações Institucionais da empreiteira e foi apontado
por delatores do petrolão como um dos operadores de propina na
Odebrecht. Ele deixou o cargo pouco depois da prisão. Entre 2008 e 2012,
Alencar encontrou-se diversas vezes com Rafael Ângulo Lopez, auxiliar
do doleiro Alberto Youssef, que, além de distribuir a propina do
petrolão para políticos, fazia depósitos em contas no exterior para
beneficiários do esquema criminoso. O executivo chegou a viajar com o
ex-presidente Lula para o exterior em uma "missão oficial" do petista
para Guiné Equatorial e para países latino-americanos. (Laryssa Borges, de Brasília)
Alexandrino de Alencar, executivo da Odebrecht,
preso na 14ª fase da operação Lava Jato, faz exame de corpo delito no
IML de Curitiba (PR) - 20/06/2015
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