O interrogatório da presidenta afastada Dilma Rousseff no julgamento do impeachment foi
interrompido às 18h está previso para ser retomado às 19h. deve A
sessão terminar hoje (29) por volta das 23h. A previsão é do presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF e do julgamento, ministro Ricardo
Lewandowski, com base no ritmo da sessão.
Cada senador tem
direito a cinco minutos para os questionamentos, enquanto a presidenta
tem usado mais de cinco minutos para as respostas.
Gráficos
Em
suas respostas, Dilma tem se esforçado para desmontar a tese da
acusação de que ela tenha praticado uma forma de “estelionato eleitoral”
em 2014, quando teria ocultado a verdadeira situação das contas
públicas durante a campanha eleitoral para ganhar votos.
A
presidenta apresentou gráficos e dados que demonstram que a crise
econômica mundial se deteriorou a partir de outubro de 2014, piorando
ainda mais em janeiro de 2015. Segundo ela, o preço do petróleo caiu e o
dólar subiu em relação a todas as moedas do mundo, o que provocou
impacto também sobre o real.
Ainda de acordo com a presidenta, não
era possível ao governo prever esse agravamento. “Eu não menti no
processo eleitoral”, garantiu Dilma ao senador Magno Malta (PR-ES).
“Ninguém sabia que teríamos uma queda de mais de US$40 [no barril de
petróleo] nesse processo iniciado em outubro, durante a eleição, mas que
fica intenso no início de 2015. Nós não controlamos, nem nós nem
ninguém controla, a política do Banco Central americano, nem do governo
americano”, completou.
Dilma também voltou a responsabilizar o
ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo
processo que está sofrendo. Ao ouvir do líder do PSDB, senador Cássio
Cunha Lima (PB) que o processo nasceu nas ruas e não na Câmara a
presidenta retrucou.
“Estou dizendo que é um golpe parlamentar.
Não concordo que o processo veio das ruas de forma espontânea.
Tratava-se de uma chantagem explícita do senhor Eduardo Cunha”, afirmou.
Durante todo o depoimento, a presidenta exemplificou situações em que
seu governo teria sido sabotado na Câmara. Segundo ela, as chamadas
pautas-bombas e a falta de funcionamento das comissões permanentes da
Casa foram formas utilizadas para prejudicar o funcionamento do governo e
propiciar o processo de impeachment.
“Deve ser também
ressaltado que a busca de reequilíbrio fiscal desde 2015 encontrou forte
resistência na Câmara dos Deputados, à época presidida pelo deputado
Eduardo Cunha. Os projetos enviados pelo governo foram rejeitados
parcial ou integralmente, pautas-bombas foram apresentadas e algumas
aprovadas. As comissões permanentes da Câmara, em 2016, só funcionaram a
partir do dia 5 de maio, ou seja, uma semana antes da aceitação do
processo de impeachment pela comissão do Senado”, acrescentou Dilma.
Script
Apesar
do esforço de Dilma para mostrar que foi vítima de um complô contra seu
governo, o líder tucano a acusou de fugir das respostas objetivas sobre
os crimes de responsabilidade que estão em pauta. Para Cunha Lima, a
presidenta compareceu ao Senado com um script pronto para todas as perguntas.
“O
que estamos vendo aqui hoje é um espetáculo político e não uma defesa.
Com a máxima vênia, vossa excelência não responde às perguntas. Tem um script
pronto. Tanto faz se a pergunta é sobre pedaladas fiscais ou sobre
decretos, a resposta é a mesma. E creia que justificativas e desculpas
em torno de crises internacionais – que foram chamadas no passado de
marolinhas – não funcionam como defesa”, concluiu o líder.
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