Thiago Guimarães - @thiaguima
Ele
já foi chamado de "charmosão" a "mordomo de filme de terror". Escreve
poemas em guardanapos e já foi descrito como professor "bonzinho" que
não cobrava presença de alunos. Passa raspando por escândalos e até nas
urnas, mas lidera o partido (PMDB) que, mesmo sem disputar uma eleição
presidencial há mais de 20 anos, irá comandar o país mais uma vez.
O
julgamento pelo Senado do impeachment contra Dilma Rousseff levou
Michel Temer, aos 75 anos, ao posto mais alto do país - ele foi
empossado no Congresso pouco antes das 17h nesta quarta-feira.
Até
dezembro de 2015, prevalecia a imagem cultivada por Temer em 34 anos de
vida pública e alimentada por amigos e aliados: a do político
"ponderado", "formal", "conciliador" e "tranquilo".
A crise
política, contudo, revelou aspectos diferentes da persona política do
presidente da República, político conhecido como "esfinge" do PMDB.
O
jogo mudou na histórica carta-desabafo dirigida a Dilma Rousseff após a
abertura do processo de impeachment, em dezembro de 2015. No texto, em
tom sentimental, ele lamentava a condição de "vice decorativo" e se
dizia alvo de "desconfiança" e "menosprezo" do governo.
Se até
então o peemedebista avançava casa a casa no xadrez do poder, o episódio
foi um ponto fora da curva que marcou o afastamento de Temer do governo
- e mostrou outra nuance da personalidade do então vice-presidente.
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