A economista Monica de Bolle acredita que o
rebaixamento pela Fitch coloca o debate sobre dominância fiscal no
centro do mercado. Ela avalia também que o Brasil pode entrar numa crise
de balanço de pagamentos. “Podemos parar num País que vai ter uma crise
de balanço de pagamentos e vai ter de pedir dinheiro ao FMI (Fundo
Monetária Internacional). Nós já vimos esse filme antes. Várias vezes”,
diz Monica, que também é pesquisadora do Instituto Peterson de Economia
Internacional. A seguir, trechos da entrevista concedida ao Estado.
Qual é a consequência desse rebaixamento para o País?
O que realmente salta aos olhos é o que está ocorrendo com a inflação implícita para janeiro de 2017. Houve um aumento muito dramático. Para mim, isso é um sinal de dominância fiscal começa a entrar no cenário do mercado.
Por quê?
Na realidade, o que o ficou claro no anúncio da meta fiscal é que o governo não tem nenhum compromisso com o ajuste. O compromisso é zero. No fim das contas, dá no mesmo ter uma banda fiscal e não ter nenhuma. De certo modo, a solução, entre aspas, de curto prazo, acaba sendo mais inflação para não ter uma dinâmica da dívida muito ruim. Essa percepção do mercado é a que vai ganhar força ao longo dos próximos dias e semanas. Agora, vai ser difícil argumentar que não tem dominância fiscal.
E as consequências de médio prazo?
Sem clareza a respeito do que vai ocorrer com a trajetória fiscal, aparece um quadro muito difícil. O risco de um processo inflacionário fora de controle acoplado a uma eventual saída de recursos do Brasil – não só das pessoas e das instituições, que vão ter de tirar dinheiro do País por causa do rebaixamento, mas também dos investidores locais que resolvam simplesmente tirar dinheiro do País – me deixa menos confiante com a argumentação de que as reservas são altas e não há risco de se ter uma crise mais severa do lado do balanço de pagamentos. Se aumentar substancialmente o risco de o investidor local sair, não tem reserva que segure. É uma situação absolutamente trágica, porém, esperada diante das escolhas que esse governo veio tomando ao longo dos últimos 12 meses.
Se as mudanças não forem realizadas, como pode ficar a economia brasileira?
Podemos parar num país que vai ter uma crise de balanço de pagamentos e vai ter de vir pedir dinheiro ao FMI. Nós já vimos esse filme antes. Várias vezes.
Qual é a consequência desse rebaixamento para o País?
O que realmente salta aos olhos é o que está ocorrendo com a inflação implícita para janeiro de 2017. Houve um aumento muito dramático. Para mim, isso é um sinal de dominância fiscal começa a entrar no cenário do mercado.
Por quê?
Na realidade, o que o ficou claro no anúncio da meta fiscal é que o governo não tem nenhum compromisso com o ajuste. O compromisso é zero. No fim das contas, dá no mesmo ter uma banda fiscal e não ter nenhuma. De certo modo, a solução, entre aspas, de curto prazo, acaba sendo mais inflação para não ter uma dinâmica da dívida muito ruim. Essa percepção do mercado é a que vai ganhar força ao longo dos próximos dias e semanas. Agora, vai ser difícil argumentar que não tem dominância fiscal.
E as consequências de médio prazo?
Sem clareza a respeito do que vai ocorrer com a trajetória fiscal, aparece um quadro muito difícil. O risco de um processo inflacionário fora de controle acoplado a uma eventual saída de recursos do Brasil – não só das pessoas e das instituições, que vão ter de tirar dinheiro do País por causa do rebaixamento, mas também dos investidores locais que resolvam simplesmente tirar dinheiro do País – me deixa menos confiante com a argumentação de que as reservas são altas e não há risco de se ter uma crise mais severa do lado do balanço de pagamentos. Se aumentar substancialmente o risco de o investidor local sair, não tem reserva que segure. É uma situação absolutamente trágica, porém, esperada diante das escolhas que esse governo veio tomando ao longo dos últimos 12 meses.
Se as mudanças não forem realizadas, como pode ficar a economia brasileira?
Podemos parar num país que vai ter uma crise de balanço de pagamentos e vai ter de vir pedir dinheiro ao FMI. Nós já vimos esse filme antes. Várias vezes.
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