Entenda por que o herpes simples é mais frequente na boca
Provavelmente você
já viu alguém com os sintomas do vírus do herpes simples, afinal a
doença acomete cerca de 90% da população mundial, segundo pesquisa da
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A doença pode ser
transmitida mesmo sem sinais aparentes e o contágio normalmente ocorre
durante a infância.
O herpes
simples é uma doença viral que se manifesta por meio de pequenas
vesículas agrupadas principalmente na região da boca, podendo aparecer
também nas genitálias. O primeiro contato com o vírus normalmente ocorre
durante a infância quando os pais, já portadores, beijam seus pequenos
ou compartilham objetos recentemente utilizados e que estão infectados.
Conforme
o pesquisador da Fiocruz-MG Marco Antônio Campos, é possível que haja a
transmissão do vírus enquanto ele está no período de latência, ou seja,
sem os sintomas aparentes. Contudo, é provável que isso só aconteça com
pessoas cujo sistema imunológico não responde rapidamente às ameaças ou
que têm a imunidade fragilizada em decorrência de outras doenças, como
câncer, AIDS e leucemia.
O
herpes labial, em geral, é causado pelo vírus HSV-1 (herpes simples tipo
1), que fica armazenado nos gânglios trigêmeos, localizados próximo às
bochechas, responsáveis por ligar os nervos nasais e a boca com o
cérebro. Em razão da contaminação ser muito fácil e o vírus ficar
armazenado no local onde ocorreu o contágio, os casos nos quais o herpes
simples se manifesta nos lábios acabam sendo mais comuns. Além disso, é
comum que, quando o vírus é reativado, ele volte para o mesmo local da
lesão anterior, pois embora inativo, os gânglios continuaram
armazenando-o.
Para sempre
O
vírus do herpes labial fica alojado nas pessoas para o resto de suas
vidas após ser contraído, mas não necessariamente ele vai se manifestar e
causar a lesão. “O vírus não se manifesta em todas as pessoas que são
portadoras, mas aquelas que têm um sistema imunológico mais fragilizado
devem evitar o estresse, a sobrecarga de trabalho e exposição excessiva
ao sol, para que o vírus não seja reativado”, salienta Marco Antônio
Campos.
Segundo o médico
infectologista Ricardo Cantarim Inácio, do Hospital Santa Cruz, em São
Paulo, o próprio corpo naturalmente já se encarrega de combater os
efeitos do vírus, mas o uso de pomadas antivirais ajuda a diminuir o
período dos sintomas e prevenir futuras complicações. Caso os sintomas
se prolonguem por mais de 10 dias, é recomendável buscar ajuda de um
médico.
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