GM vai demitir 400 na fábrica de São Caetano do Sul
A
General Motors vai demitir nos próximos dias pelos menos 400
trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul (SP). Boa parte está no
grupo de 819 funcionários que estão com contratos suspensos (lay-off)
desde novembro.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Caetano, Aparecido Inácio da Silva, disse que a intenção da empresa era
demitir todo o grupo, mas a entidade conseguiu negociar a prorrogação do
lay-off para metade deles.
A extensão da nova dispensa ainda não
tem prazo definido. A fábrica tem outros 900 operários em lay-off com
retorno previsto para outubro.
"O PPE (Programa de Proteção ao
Emprego) não socorre esse pessoal, porque eles trabalhavam no terceiro
turno, que foi extinto no ano passado", disse Silva. "Estamos com as
mãos atadas." Segundo ele, na terça-feira, 7, mesmo a GM começou a
enviar cartas aos funcionários informando das demissões.
Em nota, a
direção da GM informou que "no caso específico de necessidade de
reestruturação de uma operação industrial para adequar sua organização a
uma nova realidade de mercado, (o PPE) não é o melhor caminho neste
momento".
A empresa ressalta, contudo, que o programa tem seu
apoio. Um dos defensores do projeto, o presidente da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, é diretor
da GM.
A montadora afirmou ainda que a redução do quadro
funcional em São Caetano "atinge número inferior a 5% do total de
empregados e foi aprovada em assembleia realizada por ocasião da
aprovação do contrato de lay-off". A empresa também afirmou que, caso as
condições do mercado não melhorem no futuro, poderá utilizar o PPE.
A
Volkswagen, que tem 2,5 mil trabalhadores em lay-off na fábrica de São
Bernardo desde segunda-feira, 6, e a Mercedes-Benz, que alega ter 2 mil
funcionários excedentes na mesma cidade, informaram que aguardam a
completa regulamentação do PPE para tomar decisões e avaliar as
alternativas mais adequadas a serem adotadas.
Na semana passada, a
Mercedes propôs aos seus 10 mil funcionários a redução da jornada de
trabalho em 20% e dos salários em 10%, mas a proposta foi rejeitada.
Contingente
Neste
ano, as montadoras demitiram 7,6 mil trabalhadores. Em 12 meses, foram
fechadas 14,5 mil vagas. O setor emprega atualmente 136,9 mil pessoas, o
menor contingente desde dezembro de 2010, segundo a Anfavea.
A
entidade calcula que 36,9 mil trabalhadores - ou 27% do quadro total -
estão fora das fábricas em férias coletivas ou folgas. Desse grupo, 7,6
mil estão em lay-off.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, Rafael Marques, acredita que, se não houver piora do quadro
econômico nos próximos meses, o PPE será suficiente para suportar o
nível de emprego em geral nos próximos 12 meses. "Não há motivo para
demissões", disse. Com informações do Estadão Conteúdo.
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