'Não há barco, estamos na mesma canoa', diz Temer
Em
uma visita concorrida, o vice-presidente Michel Temer no exercício da
Presidência da República conheceu nesta quinta-feira (9) as instalações
do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) numa
brigada do Exército em Dourados, Mato Grosso do Sul. A rápida visita foi
acompanhada por 60 profissionais de imprensa de 19 veículos de
comunicação, números que raramente são registrados em eventos nos quais a
autoridade principal é o vice-presidente. Políticos do Estado,
especialmente do PMDB e do PSDB, também correram para participar da
visita.
Em entrevista aos jornalistas, cercado por políticos e
militares, Temer fez discurso de aliado da presidente Dilma Rousseff e
minimizou a crise política vivida no País sem disfarçar a vaidade e a
satisfação de ser o centro das atenções do evento. A uma pergunta sobre
se o PMDB poderia abandonar o barco, numa referência a uma eventual
saída do partido do governo, Temer respondeu rápido: "Não há barco,
estamos na mesma canoa", disse com leve sorriso e em tom descontraído.
Temer
disse que até hoje pela manhã não estava certo se os ministros da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, e da Comunicação Social, Edinho Silva, seriam
convocados para depor na CPI da Petrobras, conduzida na Câmara dos
Deputados. "Eu não sei se serão convocados", disse. O vice-presidente
ressaltou, no entanto, que o "governo adotará transparência absoluta" em
torno dos desdobramentos da citação dos nomes de Mercadante e Edinho
pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em processo de delação premiada.
Michel
Temer ainda destacou que ele e o partido vão estar sempre ao lado de
Dilma. "A presidente vai continuar até o final com toda tranquilidade. O
PDMB é um aliado, eu sou do partido, que naturalmente está colaborando
com a presidente Dilma e o País", afirmou.
Oficiais militares que
participaram do evento e mostraram as instalações do Sisfron para Temer
reclamavam, em conversas reservadas com jornalistas, do
contingenciamento orçamentário determinado pela equipe econômica, que
atingiu as Forças Armadas e especialmente o programa de monitoramento
das fronteiras. Dos R$ 12 bilhões previstos para orçamento do sistema,
foram executados até agora R$ 1,4 bilhão em quatro anos de programa.
O
comandante militar do Oeste, general de Exército Paulo Humberto,
minimizou o problema. Ele disse que as metas do programa continuam em
vigor. "O corte impacta, mas foi apenas neste ano. Cortamos apenas
gorduras que podemos perder". Teoricamente o contingenciamento deste ano
aumentaria a previsão da conclusão dos investimentos para mais cinco
anos. O general, porém, ressalta que o programa passou por revisões e
ajustes que garantem a manutenção do prazo de conclusão, que é 2021.Com
informações do Estadão Conteúdo.
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