E agora concurseiro? Veja concursos que não serão suspensos
O anúncio da suspensão de concursos públicos
federais para 2016, nesta semana, foi recebido com apreensão e
ansiedade entre concurseiros Brasil afora. O corte, parte da estratégia
de redução de gastos do governo para garantir a meta de superávit
primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), afeta diretamente mais
de 40 mil cargos públicos federais
Para muitos, a notícia foi uma verdadeira pá de cal no sonho de carreira pública. Mas não há motivo para desespero ou desistência do projeto de estudos, dizem especialistas consultados por EXAME.com.
“O
governo, ao anunciar a suspensão dos concursos federais, não quer
dizer, em hipótese alguma, que não haverá mais concursos. Muito pelo
contrário”, diz Marcelo Marques, diretor do site Concurso Virtual.
De acordo com ele, há que se levar em conta a demanda reprimida de servidores públicos.
“Em um estudo recente do Ministério do Planejamento constatou-se que há
um mito do inchaço da máquina pública, pois a relação de servidores
públicos para cada mil habitantes está muito abaixo de países
desenvolvidos”, afirma. Os Estados Unidos, cita o especialista, têm o
dobro de servidores por mil habitantes e a França, seis vezes mais.
Pela
mesma linha de raciocínio segue Gladstone Felippo, professor do
Universo do Concurso. “O governo já anunciou as mesmas medidas em outras
oportunidades e os concursos não pararam de acontecer. Neste sentido,
não vejo, a princípio, motivo de preocupação”, diz. Para ele, a
expressão-chave é recuo na oferta, mas não a suspensão total. “Vários
cargos estão se tornando vagos e mais cedo ou mais tarde haverá pressão
institucional dos órgãos de controle e pressão por parte da sociedade
para que sejam providos”, diz.
Marcelo
Marques do Concurso Virtual também argumenta que há uma das medidas do
ajuste proposto pelo governo que deve deixar ainda mais crítica a
necessidade de contratação de novos servidores. “ O cancelamento do
abono de permanência para mais de 100 mil servidores, implicará em
milhares de aposentadorias neste e nos próximos anos”, diz.
O
especialista aponta para dados alarmantes como, por exemplo, o fato de
que a Receita Federal tem hoje um efetivo 50% menor do que o necessário
e, todos os anos, quase 5% dos seus servidores se aposentam. A área da
segurança pública, como a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal
estão com um efetivo muito abaixo do ideal e suportável, ainda destaca
Marques. “Se imaginarmos as aposentadorias sem reposição, devemos,
então, traçar o cenário de caos nos serviços públicos. O que,
certamente, não vai acontecer”, diz.
Por
isso, na contramão de muitos concurseiros prontos a abandonar livros e
apostilas, os dois especialistas recomendam persistência no projeto de
estudos.
“A maioria agirá em
comportamento de manada, disseminando mensagens pessimistas, outros - a
minoria - terão foco de médio e longo prazo e continuarão atrás dos
seus objetivos”, diz Marques. Para ele, a máxima de não estudar apenas
depois da publicação do edital nunca foi tão pertinente. “ O foco deve
permanecer o mesmo”, concorda Gladstone Felippo, professor do Universo
do Concurso.
Os concursos que serão mantidos
Concursos
estaduais ou municipais não entram no pacote da suspensão. Ficam
mantidas as oportunidades para câmaras de vereadores, assembleias
legislativas, instituições de saúde, segurança, educação ou
administrativas municipais em âmbito estadual ou municipal.
Além disso, seleções federais com autorização já publicada também seguem previstas. São elas:
Além disso, seleções federais com autorização já publicada também seguem previstas. São elas:
1. Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
São
800 vagas para técnico do seguro social (nível médio) e 150 para
analista do seguro social (nível superior), e salários que podem passar
de 7 mil reais.
2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
São
90 oportunidades de nível superior para analista de planejamento,
gestão e infraestrutura em informações, 50, também de nível superior,
para tecnologista em informações geográficas e estatística e 460, de
nível médio, para técnico em informações geográficas e estatística.
Salários podem passar de 8,9 mil reais.
3. Fundação Nacional do Índio
As
oportunidades são de nível superior: 208 vagas para indigenista
especializado, 7 para engenheiro e 7 para engenheiro agrônomo.
4. Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
São
150 vagas autorizadas: 65 de nível superior para especialista em
regulação de aviação civil, 25 para analista administrativo também de
nível superior, 45 para técnico em regulação de aviação civil, cargo de
nível médio, e 15 para técnico administrativo, função também de nível
médio.
5. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Estão
previstas e autorizadas 14 vagas para técnico em regulação de petróleo e
derivados, álcool combustível e gás natural e outras 20 oportunidades
para técnico administrativo.
6. Agência da Saúde Suplementar
Serão 36 vagas para técnico em regulação de saúde suplementar e 66 para técnico administrativo.
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