A condenação do ex-secretário de Finanças do PT, João
Vaccari Neto, decidida hoje (21), em primeira instância, pelo juiz
Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, foi
criticada pela direção do Partido dos Trabalhadores, que considerou o
ato um “equivoco, porque não há provas contra ele”.
Em nota
oficial, o PT reafirmou sua confiança na reforma da “injusta sentença em
um novo julgamento nas instâncias superiores do Judiciário”.
“A
decisão de primeira instância baseou-se exclusivamente em delações
premiadas, sem qualquer prova material, e ainda tentou criminalizar o PT
ao insinuar que as contribuições para o partido, todas legais e
declaradas ao TSE, constituem-se em doações ilícitas”, afirmou a nota
assinada pelo presidente da legenda, Rui Falcão.
No documento, o
PT defendeu Vaccari e destacou a trajetória e as lutas dele ao longo da
vida, com “simplicidade e humildade”. “João Vaccari Neto construiu sua
história nas lutas dos trabalhadores, em particular no Sindicato dos
Bancários de São Paulo. Ao longo de sua vida, sempre cultivou a
simplicidade e a humildade. Não enriqueceu na política, conforme já
demonstrado quando da quebra de seus sigilos bancário e fiscal.”
O
PT informou que, à frente da Secretária de Finanças e Planejamento e no
exercício de suas funções, Vaccari “tão somente indicava aos doadores a
conta oficial do partido para os respectivos depósitos de
contribuições, que foram sempre declaradas à Justiça Eleitoral”.
Na
nota, a direção do partido afirmou ainda que as doações recebidas foram
semelhantes às recebidas por outros “grandes partidos”, na forma e em
montantes. “Assim, causa indignação imputarem seletivamente ao PT
acusações de ilegalidade”. O presidente acrescentou que o advogado de
Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, divulgou nota em que “aponta falhas
no julgamento e demonstra a injustiça da condenação”.
O juiz
Sérgio Moro condenou dez pessoas por envolvimento no esquema de
corrupção na Petrobras, entre elas João Vaccari Neto, condenado a 15
anos e quatro meses de reclusão, e o ex-diretor de Serviços da Petrobras
Renato Duque, que recebeu pena de 20 anos e oito meses de reclusão.
Ambos foram condenados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e
associação criminosa.
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