SÃO PAULO - Tendo
como base o pedido da Polícia Federal para ouvir o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato, o PSDB protocolou
petição junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o ministro
Teori Zavascki, relator dos casos da Lava Jato, autorize a Polícia
Federal a ouvir a presidente Dilma Rousseff nas investigações.
Em
documento pedindo que Lula seja ouvido, o delegado Josélio Azevedo de
Souza ressalta que as mesmas condições de participação de Lula também se
aplicam à presidente Dilma. No entanto, na interpretação do delegado,
por força de dispositivo da Constituição, Dilma não poderia ser
investigada enquanto ocupar o cargo de presidente.
Porém, de
acordo com o líder do PSDB na Câmara e vice-presidente jurídico do
partido, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) a interpretação do delegado é
equivocada, já que o próprio ministro Teori, ao analisar o tema em
questão, deixou claro que o fato de um presidente estar no cargo, “não
inviabiliza, (…), a instauração de procedimento meramente
investigatório”.
“É preciso impedir que determinados atores
utilizem o tempo para se beneficiar da perda de provas. Portanto, é
fundamental a autorização do STF para que a análise investigativa
avance, com o objetivo de salvaguardar e preservar as provas a serem
colhidas”, afirmou o deputado.
Segundo ele, "na linha adotada
pelo ministro Teori, a presidente Dilma pode, sim, ser investigada, pois
o que a Constituição Federal veda é que ela seja processada. E, a
exemplo de Lula, há elementos para que a presidente seja investigada, já
que ela ocupou cargos que, por si só, a colocam no centro dos fatos
criminosos. Não é possível que, tendo passado pelo Ministério das Minas e
Energia, pasta à qual a Petrobras é vinculada, pela Casa Civil e ter
sido presidente do Conselho de Administração da estatal, ela diga,
simplesmente, que não sabia de nada”.
Além disso, afirmou o
deputado, a interpretação equivocada do delegado poderia implicar perda
de provas "imprescindíveis" à investigação, já que, teoricamente, o
mandato da presidente se encerrará em dezembro de 2018.
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