As manchas na pele surgem por diversos fatores. Segundo o
dermatologista Alexandre Filippo, do Rio de Janeiro, membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, elas podem ter causa hereditária, aparecer
devido ao excesso de exposição ao sol, ao envelhecimento precoce ou
mesmo por conta de alterações hormonais, causada pelo uso de
anticoncepcional ou durante a gravidez (melasma).
Acontece que,
depois dos 50 anos, são mais comuns as chamadas manchas senis (ou
melanoses solares). De acordo com a dermatologista Valéria Campos, de
Jundiaí,interior de São Paulo, elas surgem geralmente na face, colo,
dorso das mãos, braços e pernas. E, apesar do nome, estão relacionadas
ao dano cumulativo causado pela exposição ao sol durante anos. Como
aparecem com o passar do tempo, são mais comuns em pessoas de idade, daí
o nome “mancha senil”. “Elas surgem devido à super-estimulação dos
melanócitos, células que dão pigmento à pele”, explica a especialista.
Portanto,
para evitar que elas apareçam, o ideal seria se expor o mínimo
possível ao sol. Como isso não é mais possível, o melhor é preveni-las
com alguns cuidados:
• Use protetor solar todos os dias,
principalmente se você vai para a praia, parques e clubes. O
dermatologista Alexandre Filippo indica usar um produto com FPS 60 que
forma uma barreira bastante eficiente contra a radiação solar. Para o
dia a dia, FPS 30 é mais do que suficiente.
• Na praia ou na
piscina, passe o produto 30 minutos antes da exposição ao sol e repita a
operação de duas em duas horas e sempre que sair da água.
• De
acordo com Alexandre, uma das regiões mais afetas é o buço,
principalmente, por mulheres que fazem a depilação com cera. Isso porque
o processo de remoção dos pelos acaba lesionando a pele e estimulando a
produção de melanina no local. “Para evitar o problema, deve-se
caprichar na proteção solar na região ou mesmo optar pela depilação a
laser”, indica o médico.
• Use a quantidade de produto certa. “Se
você economizar na aplicação, o fator pode cair pela metade”, alerta a
dermatologista. Então, anote aí: aplique o equivalente a 1 colher (chá)
no rosto e 1 colher (chá) para o pescoço. As demais partes do corpo
também merecem uma quantidade generosa. Dessa maneira, aplique 2
colheres (chá) para cada uma delas: coxa, braço, parte da frente e
detrás do tronco.
• Use maquiagens com proteção solar. Elas ajudam
a formar uma barreira a mais na pele, apesar de não substituírem o
protetor solar, avisa Valéria Campos. “O ideal é passar a base e o BB
Cream em cima do filtro solar mesmo”, ensina a dermatologista. E apesar
do pó compacto com filtro ser suficiente para proteger a pele, a
dermatologista alerta que sua aplicação é difícil e pode comprometer o
poder de proteção.
• Aposte em acessórios para se proteger.
Chapéus, bonés, luvas para dirigir e até lenços no pescoço ajudam a
evitar que os raios UVA e UVB atinjam a pele. “Eu oriento minhas
pacientes a terem uma canga ou um lenço no carro para colocar envolta do
pescoço e evitar que as marcas apareçam no colo”, diz Valéria. Hoje
também existem peças de roupas e acessórios produzidos com tecido com
proteção solar, ou seja, barram boa parte dos raios ultravioleta.
Tratamentos em clínica
Se
no seu caso, as manchas já deram as caras, saiba que existem alguns
procedimentos capazes de clareá-las e, de acordo com o dermatologista,
oferecem até 100% de resultado dependendo do caso. Conheça mais sobre
eles:
Crioterapia – trata-se de um procedimento
feito com um spray de nitrogênio líquido que congela a mancha a -40ºC,
destruindo a pele do local que vai se refazer e criar uma novinha. “Ele é
rápido e feito em apenas uma sessão, mas precisa ser realizado por um
médico especializado, uma vez que existe o risco de causar manchas”,
alerta Alexandre.
Cauterizações químicas – é um
procedimento que queima a pele usando o ácido tricloroacético. Ele é
aplicado pontualmente, destruindo as camadas até chegar na origem da
mancha. Assim, a pele se renova e fica uniforme novamente.
Laser Q-switch –
ideal para as manchas mais pontuais. "O feixe de luz emitido pelo
aparelho tem afinidade pelo pigmento da mancha, por isso atravessa as
camadas de pele, destruindo-o”, detalha o dermatologista, que orienta
fazer até duas sessões do procedimento.
Luz intensa pulsada – indicada
para manchas difusas (espalhadas), ela faz a mesma ação que o laser,
porém não é tão focada. “São necessárias cerca de quatro sessões para
obter bons resultados”, fala o médico.
Cuide em casa
De acordo com o dermatologista Alexandre Filippo, os cremes
clareadores de uso doméstico sozinhos não têm poder suficiente para
acabar totalmente com essas marcas, mas ajudam a uniformizá-las e podem
ser usados como cojduvantes nos tratamentos em clínica. “Esses produtos
trazem ácidos renovadores e clareadores que ajudam no tratamento. Eles
podem ser comprados prontos ou manipulados para uso noturno ou diurno
(com protetor solar), dependendo da orientação médica”, fala Alexandre.
Entre
os ativos mais usados como despigmentantes em fórmulas estão o ácido
kójico, o arbutin e a hidroquinona. Devem ser usados com cuidado por
quem tem pele morena, pois podem manchar as áreas pigmentadas. Em alguns
casos, o tratamento com laser é recomendado como coadjuvante. Em caso
de dúvida, consulte o especialista.
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