sábado, 10 de setembro de 2016

Manchas na pele depois dos 50. Dá para melhorar?


Corega

As manchas na pele surgem por diversos fatores. Segundo o dermatologista Alexandre Filippo, do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, elas podem ter causa hereditária, aparecer devido ao excesso de exposição ao sol, ao envelhecimento precoce ou mesmo por conta de alterações hormonais, causada pelo uso de anticoncepcional ou durante a gravidez (melasma).

Acontece que, depois dos 50 anos, são mais comuns as chamadas manchas senis (ou melanoses solares). De acordo com a dermatologista Valéria Campos, de Jundiaí,interior de São Paulo, elas surgem geralmente na face, colo, dorso das mãos, braços e pernas. E, apesar do nome, estão relacionadas ao dano cumulativo causado pela exposição ao sol durante anos. Como aparecem com o passar do tempo, são mais comuns em pessoas de idade, daí o nome “mancha senil”. “Elas surgem devido à super-estimulação dos melanócitos, células que dão pigmento à pele”, explica a especialista.

Portanto, para evitar que elas apareçam, o ideal  seria se expor o mínimo possível ao sol. Como isso não é mais possível, o melhor é preveni-las com alguns cuidados:

• Use protetor solar todos os dias, principalmente se você vai para a praia, parques e clubes. O dermatologista Alexandre Filippo indica usar um produto com FPS 60 que forma uma barreira bastante eficiente contra a radiação solar. Para o dia a dia, FPS 30 é mais do que suficiente.

• Na praia ou na piscina, passe o produto 30 minutos antes da exposição ao sol e repita a operação de duas em duas horas e sempre que sair da água.

• De acordo com Alexandre, uma das regiões mais afetas é o buço, principalmente, por mulheres que fazem a depilação com cera. Isso porque o processo de remoção dos pelos acaba lesionando a pele e estimulando a produção de melanina no local. “Para evitar o problema, deve-se caprichar na proteção solar na região ou mesmo optar pela depilação a laser”, indica o médico.

• Use a quantidade de produto certa. “Se você economizar na aplicação, o fator pode cair pela metade”, alerta a dermatologista. Então, anote aí: aplique o equivalente a 1 colher (chá) no rosto e 1 colher (chá) para o pescoço. As demais partes do corpo também merecem uma quantidade generosa. Dessa maneira, aplique 2 colheres (chá) para cada uma delas: coxa, braço, parte da frente e detrás do tronco.

• Use maquiagens com proteção solar. Elas ajudam a formar uma barreira a mais na pele, apesar de não substituírem o protetor solar, avisa Valéria Campos. “O ideal é passar a base e o BB Cream em cima do filtro solar mesmo”, ensina a dermatologista. E apesar do pó compacto com filtro ser suficiente para proteger a pele, a dermatologista alerta que sua aplicação é difícil e pode comprometer o poder de proteção.

• Aposte em acessórios para se proteger. Chapéus, bonés, luvas para dirigir e até lenços no pescoço ajudam a evitar que os raios UVA e UVB atinjam a pele. “Eu oriento minhas pacientes a terem uma canga ou um lenço no carro para colocar envolta do pescoço e evitar que as marcas apareçam no colo”, diz Valéria. Hoje também existem peças de roupas e acessórios produzidos com tecido com proteção solar, ou seja, barram boa parte dos raios ultravioleta.

Tratamentos em clínica

Se no seu caso, as manchas já deram as caras, saiba que existem alguns procedimentos capazes de clareá-las e, de acordo com o dermatologista, oferecem até 100% de resultado dependendo do caso. Conheça mais sobre eles:

Crioterapia – trata-se de um procedimento feito com um spray de nitrogênio líquido que congela a mancha a -40ºC, destruindo a pele do local que vai se refazer e criar uma novinha. “Ele é rápido e feito em apenas uma sessão, mas precisa ser realizado por um médico especializado, uma vez que existe o risco de causar manchas”, alerta Alexandre.

Cauterizações químicas – é um procedimento que queima a pele usando o ácido tricloroacético. Ele é aplicado pontualmente, destruindo as camadas até chegar na origem da mancha. Assim, a pele se renova e fica uniforme novamente.

Laser Q-switch – ideal para as manchas mais pontuais. "O feixe de luz emitido pelo aparelho tem afinidade pelo pigmento da mancha, por isso atravessa as camadas de pele, destruindo-o”, detalha o dermatologista, que orienta fazer até duas sessões do procedimento.

Luz intensa pulsada – indicada para manchas difusas (espalhadas), ela faz a mesma ação que o laser, porém não é tão focada. “São necessárias cerca de quatro sessões para obter bons resultados”, fala o médico.

Cuide em casa
Manchas na pele, o que fazer? © Fotos/iStockphoto Manchas na pele, o que fazer? 
 
De acordo com o dermatologista Alexandre Filippo, os cremes clareadores de uso doméstico sozinhos não têm poder suficiente para acabar totalmente com essas marcas, mas ajudam a uniformizá-las e podem ser usados como cojduvantes nos tratamentos em clínica. “Esses produtos trazem ácidos renovadores e clareadores que ajudam no tratamento. Eles podem ser comprados prontos ou manipulados para uso noturno ou diurno (com protetor solar), dependendo da orientação médica”, fala Alexandre.

Entre os ativos mais usados como despigmentantes em fórmulas estão o ácido kójico, o arbutin e a hidroquinona. Devem ser usados com cuidado por quem tem pele morena, pois podem manchar as áreas pigmentadas. Em alguns casos, o tratamento com laser é recomendado como coadjuvante. Em caso de dúvida, consulte o especialista.

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