A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve
decidir sozinha se acolhe ou não os pedidos de partidos da base aliada
de Michel Temer para que a ex-presidente Dilma Rousseff fique
inabilitada do exercício de funções públicas pelo período de oito anos.
Ela é relatora de mandados de segurança apresentados por PSDB, PMDB,
DEM, SD, PPS e PSL e que questionam a decisão do plenário do Senado de
ter cassado o mandato de Dilma mas ainda assim ter mantido a habilitação
política dela.
Weber arquivou nesta quinta-feira cinco
outros recursos que também questionavam o fatiamento da votação – Dilma
foi cassada por 61 votos a 20, mas não teve o mínimo de 54 votos
necessários para que ficasse impedida de ocupar cargos eletivos, fazer
concursos públicos e ocupar postos em comissão. A ministra não entrou no
mérito dos pedidos e considerou que os autores das ações, entre as
quais a Associação Médica Brasileira, não tinham legitimidade para
apresentar esse tipo de recurso ao Supremo.
Também nesta
quinta-feira, Rosa Weber determinou que os partidos e parlamentares que
apresentaram ações contra o fatiamento incluam a ex-presidente Dilma
como parte interessada no processo. Eles terão até 15 dias para citar a
petista nos mandados de segurança, sob pena de as ações serem extintas
sem análise.
Neste período, os questionamentos sobre o processo de
impeachment devem ficar em compasso de espera.
O advogado de
defesa da ex-presidente, José Eduardo Cardozo, havia recorrido ao STF
com pedido para que Dilma fosse incluída nas ações por ser “direta e
imediatamente impactada por decisão a ser proferida no presente mandado
de segurança, enquanto beneficiária do ato que deixou de impor a sanção
de inabilitação para o exercício de função pública”. Também hoje,
Cardozo sofreu o primeiro revés nas ações pós-impeachment ao ver que o
ministro Teori Zavascki negar um recurso que pedia a anulação da votação
que cassou o mandato de Dilma e o retorno de Michel Temer à condição de
presidente interino.
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