Procuradoria afirma que investigação contra ex-presidente Lula é legal
A
Procuradoria da República no Distrito Federal informou nesta
segunda-feira (20), por meio de nota, que não houve irregularidade no
procedimento de abertura de investigação para apurar indícios de que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou crime de tráfico de
influência para beneficiar a empreiteira Odebrecht na República
Dominicana e em Cuba, entre 2011 e 2014.
A abertura foi
determinada pelo procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, que substituiu a
procuradora titular do caso, Mirella de Carvalho Aguiar, que estava em
férias, no início do mês.
A decisão foi contestada pelos advogados
do ex-presidente. A defesa de Lula alegou que Furtado violou os
direitos funcionais ao “interferir na apuração preliminar” da
procuradora, que ainda não tinha determinado a abertura da investigação.
Diante dos fatos, os advogados entraram com reclamação disciplinar
contra o procurador, no Conselho Nacional do Ministério Público.
De
acordo com a Procuradoria da República, uma norma interna prevê a
substituição do titular em caso de férias. Além disso, o órgão alegou
que Furtado entendeu que novas diligências eram necessárias para a
investigação.
Segundo o Procedimento Investigatório Criminal
(PIC), aberto no último dia 8, o ex-presidente “teria obtido vantagens
econômicas da empreiteira Odebrecht, a pretexto de influir em atos
praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente dos governos
da República Dominicana e de Cuba (neste caso, em relação a obras
financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, o
BNDES, e por agentes públicos federais brasileiros”.
Furtado
solicitou cópia de documentos da Operação Lava Jato, que façam
referência a obras executadas fora do Brasil, que tenham sido
financiadas com recursos diretos ou indiretos do BNDES ou que tenham
relação com Lula. O procurador pede ainda, aos investigadores da Lava
Jato, cópia de dados bancários relativos a possíveis depósitos feitos
pelas empreiteiras investigadas na conta do ex-presidente, do Instituto
Lula ou da empresa Lils Palestras e Eventos e Publicidade.
Em nota
divulgada na semana passada, o BNDES sustentou que o ex-presidente Lula
não interferiu – nem poderia – em nenhum processo do banco. A nota
ressalta que "os financiamentos para exportações de bens e serviços de
engenharia em obras no exterior seguem todos os critérios impessoais de
análise comuns ao banco, com a participação de dezenas de técnicos
concursados e órgãos colegiados, além da exigência de garantias
sólidas".
O BNDES informou também que, nas operações citadas nas
investigações, atuou de maneira análoga a outras agências de crédito à
exportação, oferecendo condições de isonomia competitiva para que as
companhias brasileiras pudessem enfrentar concorrentes no mercado
internacional. Com informações da Agência Brasil.
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